Al An’am 6/1

Al An’am 6/1

Fazer tudo perfeitamente é peculiar a Deus,¹ que criou os céus e a terra, e compôs as trevas e a luz. Porém, os incrédulos² equiparam³ (a si mesmos ou outros)⁴ a seu Senhor.

(Fundação Suleymaniye)
[¹] Vide nota de rodapé Al Fatihah 1/2
[²] /os que persistem em ignorá-los
[³] Al Maidah 5/76, Al Furqan 25/43
[⁴] Al Maidah 5/76, Al An’am 6/150, Al Furqan 25/43

Louvor a Allah, Que criou os céus e a terra e fez as trevas e a luz. Todavia, os que renegam a Fé equiparam outros a seu Senhor.¹

(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Al Anᶜam: Plural de naᶜam que é, originalmente, o coletivo de camelo. Posteriormente, esta palavra passou a designar não só este coletivo, mas o de bovino e ovino, conjuntamente, razão por que não se pode usar este coletivo, separadamente, para estas duas últimas categorias animais. E, por inexistir, em língua portuguesa, um coletivo apropriado que englobe todas as três categorias acima, ficamos, forçosamente, obrigados a usar a palavra plural rebanhos, que, em português, substitui o coletivo apropriado para cada espécie animal. Esta sura, que, assim, se denomina, por mencionar esta palavra nos versículos 136, 138, 139, 142, trata de três pontos fundamentais:

a) a Unicidade de Deus, b) a Revelação e a Mensagem e, c) Ressurreição e a recompensa, no dia do Juízo. Além disso, em alguns versículos, a partir do 136, recrimina os árabes pagãos por certos hábitos, tais como: a) destinarem a ídolos parte dos rebanhos; b) permitirem, a quem lhes aprouvesse, de se alimentar destes rebanhos, vedando-os aos demais; c) facultarem aos varões, somente, o que houvesse nas entranhas dos rebanhos; e, d) o infanticídio, perpetrado contra a filha recém-nascida, que enterravam viva nas areias do deserto. Nesta sura, encontram-se, ainda, referências históricas a alguns profetas, tais como Abraão, que, ao afirmar a unicidade divina, deu início à pregação do monoteísmo absoluto, a tônica permanente do Livro Sagrado. Faz atentar, por exemplo, para os fenômenos comprobatórios do poder divino, ubíquo e perfeito, e conclama os crentes a seguirem os sagrados preceitos do Livro, conferindo-lhes o que poderíamos chamar de “decálogo islâmico”:

1- Não associar nada a Deus; 2- Ter benevolência para com os pais; 3- Não matar os filhos, receando não poder sustentá-los; 4- Evitar qualquer tipo de obscenidade ou torpeza; 5- Não cometer homicídio; 6- Não surrupiar os bens dos órfãos; 7- Ser honesto nas transações; 8- Agir, sempre, com justiça, mesmo em detrimento de parentes; 9- Cumprir o pacto de Deus, observando-lhe os preceitos; 10- Seguir a senda reta de Deus. Finalmente, reiterando que Deus é Único, afirma que Ele é O Senhor da Punição, do Perdão e da Misericórdia.

Louvado seja Deus que criou os céus e a terra, e originou as travas e a luz. Não obstante isso, os incrédulos têm atribuído semelhantes ao seu Senhor.[¹] (Prof. Samir El Hayek, 1974)

[¹] A argumentação é tripla:
(1) Deus criou tudo o que vedes e conheceis; como podeis, então, julgar que qualquer de Suas criaturas possa igualar-se a Ele?
(2) Ele é o vosso próprio Senhor; Ele vos adora e ama; como podeis, então, ser tão ingratos, e correr atrás de outra entidade?
(3) As trevas e a luz existem para ajudar-vos a distinguir entre o verdadeiro e o falso;
como podeis, então, confundir a verdade de Deus com as vossas falsas idéias e superstições? Talvez possa haver repúdio quanto ao dualismo da antiga teologia persa; Luz e Trevas não são duas forças conflitantes; ambas são criações do Único e Verdadeiro Deus.

Louvado seja Deus que criou os céus e a terra e formou as trevas e a luz. Contudo, os descrentes atribuem semelhantes a seu Senhor.

(Mansour Challita, 1970)

Todo o louvor pertence a Allah Que criou os céus e a terra e fez com que houvesse escuridão e luz; não obstante, os que descreem igualizam ao seu Senhor.

(Iqbal Najam, 1988)

اَلْحَمْدُ لِلّٰهِ الَّذ۪ي خَلَقَ السَّمٰوَاتِ وَالْاَرْضَ وَجَعَلَ الظُّلُمَاتِ وَالنُّورَۜ ثُمَّ الَّذ۪ينَ كَفَرُوا بِرَبِّهِمْ يَعْدِلُونَ

Al An’am 6/1

Alcorão 6/1