Al Baqarah 2/253
[¹] Iltifat, que significa literalmente “tornar para um lado”, é uma arte na literatura árabe. Uma das características estilísticas óbvias desta arte é o uso de mudanças gramaticais de um pronome pessoal para outro de forma inesperadamente (por exemplo, terceira pessoa para segunda ou primeira pessoa para segunda e para terceira pessoa) para enfatizar a expressão. Às vezes, os tempos das frases consecutivas podem ser alterados do tempo contínuo para o futuro, ou do tempo futuro para passado, etc. Estas são aprovadas como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas de alguma literatura europeia. Às vezes, o sujeito da sentença pode mudar de singular para plural para expressar a majestade (por exemplo, usando “Nós” em vez de Eu). Estes são aprovados como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas em alguma literatura europeia. Todas as línguas têm seus próprios estilos de expressão. Esta prática do árabe confunde falante do português. Portanto, em muitos dos seus incidentes, as expressões foram traduzidas para português, desconsiderando esta arte literal. [²] A raiz do verbo “Shaae = شاء” é “coisa = شيء”, que significa “trazer uma coisa à existência”. A criação do homem, “fazer o que é necessário”, e a criação de Deus é “criar aquela coisa” (Mufradat). O homem toma a primeira decisão sobre questões relacionadas à provação. Porque Deus quer que todos venham ao caminho reto (An Nissa 4/26), guia para Ele quem se volta a verdade (Ar Ra’d 13/27), e desde que Ele inspirou o que é certo e o que é errado (Ach Chams 91/7-10), abre os corações ao Islã daqueles que querem estar no caminho reto. A quem deseja descaminhar, Ele lhe torna o peito oprimido, como se se esforçasse para ascender ao céu (Al An’âm 6/125).Deus tornou alguns desses mensageiros superiores a outros. Dentre eles, há aquele a quem Deus falou; e a algum deles Ele elevou em escalões. Ele concedeu a Jesus, Filho de Maria, as evidências claras, e o amparou com o Espírito Sagrado[¹]. Se Deus tivesse feito a escolha (ao invés de deixá-la para os homens), os que sucederam não poderem combatido entre si, depois de lhes haverem chegado as evidências. Mas discreparam; uns acreditaram e confiaram e outros ignoraram os versículos (se tornaram descrentes). Se Deus tivesse feito a escolha[²], não teriam combatido, mas Deus faz o que deseja[³].
Fundação Suleymaniye
Um versículo é o seguinte: “Se Deus tivesse feito o que deveria ser feito, far-vos-ia uma única comunidade, mas Ele descaminha a quem cumprir os requisitos a serem descaminhados. Sereis interrogados sobre tudo quanto tiverdes feito.” (An Nahl 16/93)
Desde que Deus não interfere as escolhas dos homens, permite que as pessoas entrem em conflito, uns com os outros.
[³] Aqui a diferença entre a vontade de Deus e o “mashiat” é mostrada. A vontade de Deus é querer que algo aconteça, e seu mashiat é dar a ordem de “seja” depois da vontade. “Quando Ele quer que uma coisa aconteça, a única coisa que ele faz é dizer “Sê!”; então, isso vem à existência” (Yasin 36/82). Se Ele não tivesse dado a ordem de “Sê!”, a sua vontade pode não se realizar. “Deus tenciona elucidar-vos os Seus preceitos, iluminar-vos, segundo as tradições dos vossos antepassados, e absolver-vos, porque é Sapiente, Prudentissimo. Deus deseja absolver-vos; porém, os que seguem os desejos vãos anseiam vos desviar profundamente. (An Nissa 4/26-27)Desde que Deus prova os homens, Sua vontade sobre a provação se transforma em mashiat quando o servo deseja e faz o mesmo.
“Então, aonde ides? Ele não é senão lembrança para os mundos, para quem, dentre vós, queira ser reto. Mas não o querereis, a não ser que Deus, O Senhor dos mundos, o queira.” (At Takwir 81/26-29)
[¹] Moisés foi aquele a quem Deus falou; e Muhammad foi aquele a quem Deus elevou, acima de todos os profetas, com inúmeros privilégios, entre os quais, o recebimento do Alcorão.Desses Mensageiros, preferimos uns a outros. Dentre eles, há aquele a quem Allah falou; e a algum deles Ele elevou em escalões e concedemos a Jesus, Filho de Maria, as evidências, e amparamo-lo com o Espírito Sagrado. E, se Allah quisesse, não se haveriam entrematado os que foram depois deles, após lhes haverem chegado as evidências. Mas discreparam. Então, dentre eles, houve quem cresse, e, dentre eles, houve quem renegasse a Fé. E, se Allah quisesse, não se haveriam entrematado. Mas Allah faz o que deseja.
Dr. Helmi Nasr, 2015
De tais mensageiros preferimos uns aos outros. Entre eles, se encontram aqueles a quem Deus falou, e aqueles que elevou em dignidade. E concedemos a Jesus, filho de Maria, as evidências, e o fortalecemos com o Espírito da Santidade. Se Deus quisesse, aqueles que os sucederam não teriam combatido entre si, depois de lhes terem chegado as evidências. Mas discordaram entre si; uns acreditaram e outros negaram. Se Deus quisesse, não teriam digladiado; porém, Deus dispõe como quer.
Prof. Samir El Hayek, 1974
Entre Nossos Mensageiros, temos preferido uns aos outros. A alguns Deus falou. Outros tiveram categoria mais elevada. A Jesus, filho de Maria, entregamos as provas e fortificamo-lo com o Espírito Santo. E se Deus quisesse, os homens que vieram depois dele não se teriam entrematado, já que haviam recebido as provas. Mas começaram a brigar: uns creram, outros descreram. Se Deus quisesse, não se teriam entrematado. Deus faz o que quer.
Mansour Challita, 1970
Estes Mensageiros Nós temos elevado alguns deles acima de outros; entre eles há aqueles a quem Allah falou; e alguns deles Ele elevou por graduações de posição. E Nós demos a Jesus, filho de Maria, provas claras e fortalecemo-lo com o Espírito de santidade. E se Allah tivesse imposto a Sua vontade, os que vieram depois deles não teriam combalido uns contra os outros, depois de claros Sinais lhes terem vindo; mas eles discordaram. Houve alguns deles que creram e houve alguns deles que descreram. E se Allah assim tivesse querido, eles não teriam combatido uns contra os outros; mas Allah faz o que Ele quer.
Iqbal Najam, 1988