Ál Imran 3/180
Que os avarentos, com o que Deus deu a eles de Seu favor não suponham que isso seja bom para eles. Não, isso é mau para eles. As coisas com que eles são mesquinhos estarão cingidos em seus pescoços no dia da ressurreição. A Deus pertence a herança dos céus e da terra. Deus está ciente de tudo que fazeis.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Conforme a tradição islâmica, os bens amealhados pelo avaro serão transformados, no Dia do Juízo, em enorme serpente, que lhe cingirá o pescoço, à guisa de colar e o picará, da cabeça aos pés, repetindo-lhe, incessantemente: “sou tua riqueza, sou teus tesouros”.E que os que são avaros com o que Allah lhes concedeu de Seu favor não suponham que isso lhes seja um bem; ao contrário, isso lhes é um mal. No Dia da Ressurreição, estarão cingidos, ao pescoço, por aquilo a que se apegarem com avareza[¹]. E de Allah é a herança dos céus e da terra. E Allah, do que fazeis, é Conhecedor.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] As graças são de toda a espécie; materiais, tais como riqueza, propriedade, força física etc.; graças intangíveis, tais como: influência, berço de ouro, inteligência, destreza, visão ampla, etc.; graças espirituais do mais alto teor. Despendermos de todas essas faculdades (excetuando-se o que for necessário para nós mesmos), em prol daqueles que necessitam delas, constitui caridade e purifica o nosso próprio caráter. Recusá-la (excetuando-se o que for de nossa necessidade) constitui, de igual modo, cupidez e egoísmo, e é energicamente condenável.Que os avarentos, que negam fazer caridade daquilo que com que Deus os agraciou[¹], não pensem que isso é um bem para eles; ao contrário, é prejudicial, porque no Dia da Ressurreição, irão, acorrentados[²], com aquilo com que mesquinharam. A Deus pertence a herança dos céus e da terra, porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[²] Por meio de uma metáfora apropriada, é asseverado que a sua riqueza, ou quaisquer outras graças que ele tenha acumulado, circundar-lhe-ão o pescoço, e não lhe proporcionarão qualquer bem. Desejará livrar-se daquilo, mas não será capaz. De acordo com a frase bíblica, com outra conotação, aquelas cosias parecer-lhe-ão como uma mó de moinho, em torno do pescoço (Mateus, 18:6). A metáfora, aqui, é mais consistente. Ele abraçou-se, sofregamente, à sua riqueza ou às suas graças. Estas constituir-se-ão em pesado colar, labéu do cativeiro, em torno do seu pescoço. Estarão fortemente atadas e retorcidas, e lhe causarão dor e angústia, em vez de prazer.
Não pensem os avaros — eles que se abstêm de dar do que Deus lhes concedeu — que sua abstenção lhes será benéfica: ser-lhes-á maléfica. Pois, no dia da Ressurreição, os bens guardados com avareza os acorrentarão. A Deus pertence a herança dos céus e da terra. E Ele está atento ao que fazeis.
(Mansour Challita, 1970)
E que não julguem os que são mesquinhos em respeito ao que Allah lhes deu de Sua beneficência, que isso é bom para eles; pelo contrário, é mau para eles. Aquilo em respeito ao que eles foram mesquinhos ser-lhes-á posto como um colar em volta do pescoço no Dia da Ressureição. E a Allah pertence à herança dos céus e da terra, e Allah dá-se bem conta do que vós fazeis.
(Iqbal Najam, 1988)