Al Maidah 5/103

Al Maidah 5/103

Deus não legitimou bahirah, saibah, wassilah ou hami¹. Porém, os que praticam incredulidade atribuem suas mentiras a Deus. A maioria deles não usa a razão.

(Fundação Suleymaniye)
[¹] Bahirah significa camelas cujas orelhas foram fendidas para mostrar que beber seu leite, montar nas suas costas e carregar cargas é proibido pelos árabes da ignorância (jahiliyyah). Saibah é chamado de camela que dá à luz dez ninhadas e todos os seus filhotes são fêmeas, e cuja carne, leite e lã não são usados ​​por seus donos até que morram, assim como o animal que é dedicado a uma bênção ou solto como uma oferta de alguém que se recuperou de uma doença. Os árabes da ignorância costumavam chamar de Wassilah as ovelhas que deram à luz um total de dez fêmeas gêmeas em cinco ninhadas. Se o animal desse à luz novamente depois disso, os homens pertenceriam aos filhotes, mulheres não poderiam comer. Porém, se este filhote morresse, todos, homens e mulheres, poderiam comer sua carne. Hami é o nome dado pelos árabes da ignorância ao camelo macho envelhecido, que tem muitos descendentes de seus lombos. Eles libertavam este camelo dedicando-o ao seu ídolo e não se beneficiavam dele de forma alguma até que ele morresse. Nas fontes, há confusões e até contradições nas descrições dos animais cujas características foram descritas até agora. Por exemplo, a definição dada para bahirah de acordo com uma opinião pode ser dada para saibah ou wassilah de acordo com outra opinião. Com base nas características desses quatro tipos de animais, todos os quatro podem ser definidos como “animais abençoados pelos árabes politeístas” – como fez Muhammad Asad. Porque a característica comum de todos os quatro é que eles são abençoados. (Vide Al An’am 6/138-139)

Allah não fez determinação alguma de bahirah[¹] nem de sãi’bah[²] nem de wassilah[³] nem de hãmi[⁴]. Mas, os que renegam a Fé forjam mentiras acerca de Allah. E a maioria deles não razoa

(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Bahirah: acerca da fêmea do camelo, cuja orelha intercisa indicava já haver desemprenhado dez vezes, sendo que, da última vez, lhe nascera um camelo macho. Os árabes préislâmicos marcavam-na, assim, por um hábito supersticioso, para que não fosse utilizada no transporte de carga, nem imolada, nem cavalgada. E, sempre, a deixavam desfrutar todos os pastos e fontes d’água.
[²] Sãibah: a fêmea do camelo, após dar dez crias fêmeas, era deixada livre, não podendo ser cavalgada, nem seu pelo tosado, nem seu leite sorvido. Sã ibah, também, era a fêmea do camelo, dedicada aos ídolos, logo após o retorno de viagem de seu dono ou de seu restabelecimento de uma doença.
[³] Wassilah: pode ser, também, a fêmea do camelo que dá uma cria fêmea, na primeira vez, seguida de outra fêmea, sem que haja nascido um camelo macho entre as fêmeas. Neste caso, esta cria era dedicada aos ídolos.
[⁴] Hami: o camelo reprodutor, que já gerou dez crias. Destarte, é protegido do trabalho e da imolação.

Deus nada prescreveu, com referência às superstições[¹], tais como a “bahira”, ou a “sa’iba”, ou a “wacila”, ou a “hami”; porém, os blasfemos forjam mentiras acerca de Deus, porque a sua totalidade é insensata.

(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Um bom número de superstições dos árabes idólatras é aqui mencionado. As mentes idólatras, não compreendendo os segredos ocultos da natureza, atribuíam certos fenômenos à ira divina, e eram acossadas por temores supersticiosos, que infernizavam as suas vidas. Se uma camela ou uma fêmea de um animal doméstico dava cria de um grande número de filhotes, ela (ou um dos seus filhotes) haveria de ter a sua orelha cortada, e esse animal era dedicado a um deus; tal animal era denominado bahira. Ao voltar, em segurança, de uma viagem, ou ao se recuperar de uma doença, uma camela era similarmente dedicada e deixada solta para pastar à vontade; era, então, chamada de sa’iba. Quando um animal tinha cria em duplicata, certos sacrifícios ou dedicações eram feitos a ídolos; tal animal, sendo dedicado, era denominado wacila. Um camelo reprodutor, dedicado aos deuses por certos rituais, era chamado de hami. Os exemplos, em particular, levam à verdade generalizada: que a superstição é devida à ignorância, sendo degradante ao homem e desonrosa para Deus.

Rachar a orelha da fêmea do camelo que é cinco vezes mãe, libertar em nome de um ídolo, santificar a ovelha que pariu cinco gêmeos ou o camelo avô ou cinco vezes pai: Deus não prescreveu nada disso. Mas os descrentes caluniam a Deus. A maioria deles são insensatos.

(Mansour Challita, 1970)

Allah não ordenou nenhum Bahira ou Sa’iba ou Wasita ou Hami[¹] mas os que descreem forjam uma mentira contra Allah, e a maior parte deles não fazem uso do seu entendimento.

(Iqbal Najam, 1988)
[¹] De acordo com os costumes Árabes ignorantes os camelos não poderiam ser divididos em várias categorias atribuindo a eles supersticiosas diferenças.

مَا جَعَلَ اللّٰهُ مِنْ بَح۪يرَةٍ وَلَا سَٓائِبَةٍ وَلَا وَص۪يلَةٍ وَلَا حَامٍۙ وَلٰكِنَّ الَّذ۪ينَ كَفَرُوا يَفْتَرُونَ عَلَى اللّٰهِ الْكَذِبَۜ وَاَكْثَرُهُمْ لَا يَعْقِلُونَ

Al Maidah 5/103

Alcorão 5/103