¹ Alusão a um dos vários milagres feitos por Moisés: ou a vara que se tornou serpente ou a mão que se tornou alva.
E Moisés lhe mostrou o grande sinal,¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Em que consistia o Grande Sinal? Consistia no fato de Moisés haver sido enviado ao Faraó e de ter subsequentemente convertido os mistificadores e os egípcios mais esclarecidos ao verdadeiro Deus, embora o Faraó e os seus chefes tenham resistido, pagando depois pelos seus pecados.
¹ Referência aos anjos que desprendem, com suavidade, a alma dos crentes, na hora da morte.
Pelos que extraem veementemente;¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ o segundo tópico consiste de um contraste: ao contrário das almas dos iníquos, as dos abençoados serão atraídas, gentilmente, para as suas novas vidas. Elas estarão prontas para isso. Em verdade, a morte, para elas, constituir-se-á num alívio das truculentas injunções, impostas pelos sentidos corpóreos. Para estas, a aproximação do Julgamento será bem-vinda.
¹ An Naziᶜat: particípio presente feminino plural do verbo nazaa, tirar, o qual parece concordar com a palavra oculta, anjos, de acordo com uma das várias interpretações que a exegese alcorânica confere a esse termo. Trata-se, então, dos anjos que tiram a alma dos descrentes, na hora da morte. Essa palavra aparece no versículo 1 e nomeia a sura, que, de início, jura pela inexorabilidade da Ressurreição. Relata, em seguida, episódios entre Moisés e Faraó, para consolo do Profeta; corrobora o poder de Deus com a menção de inúmeros fenômenos universais; atenta o ser humano para o Dia do Juízo, quando cada um arcará com o que fez em vida. A sura termina com a interrogação dos descrentes acerca da Hora, e lembra a estes que a missão do Profeta consiste, apenas, em alertar sobre ela, não sobre seu tempo de chegada, pois disso só Deus sabe. ² Referência aos anjos que tiram, com violência, alma dos descrentes, na hora da morte.
Pelos que arrebatam violentamente¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ A tarefa de um tradutor, em tais passagens, é extremamente difícil. Ele tem de se haver como símbolos de um domínio que está além da ordem normal da experiência expressada com linguagem elítica, e tem de transformá-los em outro idioma, com palavras de precisão, inteligíveis para os leitores. É-lhes portanto, necessário, colocar parte da tradução em forma de comentário.
A evidência de cinco individualidades é aqui invocada nos versículos 1 a 5, para que se chegue a uma conclusão no versículo 6 e nos seguintes. Ou, se considerarmos os versículos 3 a 5 como três estágios da mesma individualidade, haverá três individualidades a serem consideradas em cinco estágios. Quais são elas?
Há muita diferença de opinião, entre os exegetas, quanto às cinco individualidades ou entidades, mencionadas nestes versículos. Seguimos a opinião geral, em nossa interpretação, segundo a qual os anjos são agentes que, em seu trato com a humanidade, mostram claramente a justiça, o Poder e a Misericórdia de Deus, que mais uma vez lembram o Julgamento vindouro como uma certeza da qual ninguém se poderá safar. O primeiro tópico a que se refere este versículo é aquele em que as almas dos iníquos estarão relutantes em partir, com os seus corpos materiais, na hora da morte, sendo que as suas vontades em nada contarão; suas almas serão arrojadas em outro mundo. Quem, então, negará a Ressurreição e o Julgamento?
Por aqueles que arrebatam com veemência as almas dos homens,
Mansour Challita, 1970
Pelos que puxam o povo para a fé verdadeira veementemente.
Por certo, Nós vos admoestamos de um castigo próximo. Um dia, em que o homem olhará o que suas mãos anteciparam, e o renegador da Fé dirá: “Quem dera fosse eu pó!”
Dr. Helmi Nasr, 2015
Sabei que vos temos advertido do castigo iminente, o dia em que o homem verá as obras das suas mãos, e o incrédulo dirá: Oxalá me tivesse convertido em pó!
Prof. Samir El Hayek, 1974
Advertimo-vos do castigo iminente, do dia em que o homem verá o que tiver feito, e o descrente dirá: “Que não fosse pó!”
Mansour Challita, 1970
Em boa verdade Nós vos havemos avisado de um castigo que está muito perto; um dia cm que o homem verá o que as suas mãos hao enviado à frente, e o descrente dirã. “Oh quem dera que eu fosse pó!”
Um dia, quando o Espírito¹ e os anjos se colocarem em fileiras, não falarão, exceto aquele a quem O Misericordioso permitir, e que dirá o que é certo.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ O Espírito: o anjo Gabriel.
No dia em que comparecerem o Espírito¹ e os anjos enfileirados, ninguém poderá falar, salvo aquele a quem o Clemente o permitir; e falará a verdade.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ “O Espírito”, que alguns consideram tratar-se do Anjo Gabriel, uma vez que ele está encarregado de transmitir as Mensagens aos mensageiros humanos. Contudo, é melhor tomarmos a expressão num sentido mais amplo, ou seja, as almas dos homens, coletivamente, ou à medida que ascenderem ao Banco do Julgamento de Deus.
Naquele dia, os espíritos e os anjos formarão filas diante do Senhor, e nenhum deles falará a menos que o Misericordioso lhe permita c â condição de que fale a verdade.
Mansour Challita, 1970
No dia em que o Espirito e os anjos estãodepeem fileiras, eles não falarão, a não ser aquele a quem o Único Clemente permita e que dirá apenas o que é justo.
¹ A explicação dos dois símbolos é feita de forma extraordinariamente clara, pelas duas negações: (1) não haverá conversas fúteis, associadas a este plano, quanto a Jardins prazerosos, à Companhia de idade igual, ou as generosas Taças transbordantes, nas Assembléias; (2) ali não haverá Inverdades, Falsidade, Insinceridade ou Fraudulência. Tudo estará num plano de absoluta Verdade e Realidade.
¹ O segundo símbolo constitui-se das Companheiras da Mesma Idade, Donzelas ou Virgens, os símbolos da pureza, da graça, da inocência, da verdade e da simpatia.
¹ A suprema realização, ou a satisfação dos anseios do coração, descrito no versículo anterior, é agora descrito em três símbolos (versículos 32-34) e, vantajosamente explicado por meio de dois tópicos negativistas (versículo 35). O primeiro símbolo é o Pomar confinado, e o símbolo tomado para a fruta as Uvas. O Pomar, em seus vários aspectos, é o mais freqüente símbolo da Bênção.
¹ Não foram ações isoladas, mas um contínuo decurso de ações maléficas; eles repudiaram as responsabilidades morais e espirituais das suas vidas; e impunemente trataram a Verdade por falsos nomes e descarneceram os Desígnios de Deus, os quais lhes foram outorgados para a sua instrução. Estas não foram meras impressões; foram fatos sólidos, “preservados em tábuas”, para que cada feito pudesse ter o seu devido peso, no ajuste de contas.
¹ Ou seja, um lugar onde seus guardiães, estarão à espera dos condenados.
Em verdade, o inferno será uma emboscada,¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ O inferno, a personificação do mal, está à espreita, como numa emboscada, para todos. Devemos ficar vigilantes. Quanto aos transgressores, àqueles que de espontânea vontade se rebelarem contra Deus, o inferno será um destino definitivo, do qual não haverá volta, exceto, talvez, depois de eternidades, isto é, dependendo da Vontade de Deus.
¹ Um sinal de que a presente ordem de coisas cessará de existir e um mundo novo aparecerá. Tal figura se aplica aos céus, neste versículo, e à terra, no versículo seguinte. O mistério do que há além dos céus desvanecer-se-á através das portas, que então serão abertas. As sólidas montanhas, como supomos que sejam, dispersar-se-ão como uma miragem irreal.