Eles vacilam entre os dois lados. Não podem ser nem um destes nem daqueles. Jamais encontrarás para quem Deus considera extraviado.
(Fundação Suleymaniye)
Hesitantes[¹] nisso. Não estão nem com estes nem com aqueles. E para quem Allah descaminha, jamais encontrarás caminho.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Diz respeito aos que não estão nem com os idólatras nem com os crentes.
(Eles estão) vacilantes, entre os dois grupos; nem estão com este, nem com aquele. Porém, jamais encontrarás senda alguma, para aquele que Deus desviar (por tal merecerem)[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Se escolhermos o mal deliberadamente, duplicando, assim, a nossa culpabilidade pela fraude e pela trapaça, não estaremos enganando Deus, mas a nós próprios. Estaremos divorciando-nos da graça de Deus e nos infiltrando por caminhos tortuosos, distanciando-nos, cada vez mais, da Senda. Nessas condições, quem poderá guiar-nos ou nos mostrar o Caminho? Nossos instintos verdadeiros e retos tornar-se-ão obtusos; a nossa fraude tornar-nos-á instáveis, as vantagens que tivermos usufruído estarão perdidas, e ficaremos com a mente verdadeiramente conturbada.
Indecisos, mutáveis, não pertencem nem a uns nem aos outros. Aquele que Deus desencaminha, tu não o podes guiar.
(Mansour Challita, 1970)
Hesitação entre isto e aquilo, pertencer nem a estes nem àqueles. E aquele a quem Allah faz morrer, para ele tu não acharás um caminho.
Os hipócritas estabelecem um jogo contra Deus[¹], mas Deus reverte seus jogos de cabeça para baixo[²]. Quando se levantam para a oração, se levantam preguiçosamente[³], se exibem para as pessoas. Lembram de Deus apenas ocasionalmente.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] O significado de (khida = الخداع) no versículo é engano planejado e fraude (Mufradat). As atitudes para o profeta Mohammad de alguns judeus que estavam esperando um novo profeta é um exemplo disso (Al Baqarah 2/75-79 e 90). Qualquer pessoa que dê significados diferentes aos versos que não se encaixam em seus cálculos e toma o caminho errado se enquadra neste escopo.
Por certo, os hipócritas procuram enganar Allah, mas Ele é quem os engana. E, quando se levantam para a oração, levantam-se preguiçosos – querem ser vistos pelos outros, por ostentação, e não se lembram de Allah, exceto poucos –
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Os hipócritas pretendem enganar Deus, porém, Ele os enganará, por isso. Quando se dispões a orar, fazem-no com indolência, sem serem vistos pelas pessoas, e pouco mencionam Deus.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Os hipócritas procuram enganar Deus, mas é Deus que os engana. E quando se levantam para as orações, levantam-se preguiçosamente, só para ser notados pelos homens, e pouco pensam em Deus.
(Mansour Challita, 1970)
Os hipócritas procuram enganar Allah, mas Ele causará decepção a eles mesmos. E quando eles se levantam para rezar, levantam -se com preguiça e para ser vistos dos homens, e eles só pouco se lembram de Allah:
Hipócritas são aqueles que vos espreitam. Se Deus vos concede um êxito, dizem: “Não estávamos convosco?” Mas se surgir uma situação em favor daqueles que persistem ignorar os versículos[¹], dizem-lhes: “Não estávamos atrás de vós, não vos protegemos dos crentes?” De qualquer forma, Deus julgará entre vós, no dia da ressurreição. Deus nunca abrirá um caminho para os incrédulos que seja contra os crentes[²].
Os que espreitam o que ocorrerá para vós; então, se obtendes uma conquista vinda de Allah, dizem: “Não estávamos convosco?” E, se há para os renegadores da Fé porção da conquista, dizem: “Não vos conduzimos e vos defendemos dos crentes?” Então, Allah julgará, entre vós, no Dia da Ressurreição. E Allah não fará aos renegadores da Fé caminho, para triunfarem sobre os crentes.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Que vos espreitam e dizem, quando Deus vos concede uma vitória: Acaso não estávamos convosco? Por outra, se a vitória tivesse cabido aos incrédulos, dir-lhes-iam: Acaso não estávamos em vantagem sobre vós, protegendo-vos dos fiéis? Deus os julgará, no Dia da Ressurreição, e jamais concederá supremacia aos incrédulos em relação aos fiéis[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Os métodos e os motivos da hipocrisia são completamente desmascarados, aqui. Ela não tem escrúpulos, outrossim espreita uma oportunidade de transformar qualquer evento, ao sabor das suas próprias vantagens. Se uma batalha é travada entre dois princípios inconsistentes, ela não acredita em nenhum dos dois, mas espreita, esperando pelo resultado. Existe uma incessante luta entre o bem e o mal neste mundo. Se o bem se matizar como vencedor, os hipócritas cerrarão fileiras ao seu lado com palavras suntuosas, tomando a si grande parte do crédito. Talvez o fiel da balança se incline para o outro lado, mais tarde; então, eles terão de fazer as pazes com o mal. “Oh!”, dirão eles airosamente, “estávamos nas fileiras dos vossos inimigos antes, mas com o intuito de vos proteger, uma vez que eles eram muito mais fortes do que vós!” Isto talvez possa satisfazer as exigências deste mundo, mas o dia da sua prestação de contas virá finalmente. Porque o bem deverá, em última análise, triunfar.
Os hipócritas vos espreitam. Se Deus vos der a vitória, dir-vos-ão: “Não estávamos convosco? ” E se vencerem os descrentes, dir-lhes-ão: “Não éramos mais poderosos do que vós e não vos protegemos dos crentes? ” Deus decidirá entre vós no dia da Ressurreição e jamais deixará os descrentes prevalecerem sobre os crentes.
(Mansour Challita, 1970)
Os que esperam por notícias que vos digam respeito. Se vós tiverdes uma vitória da parle de Allah, eles dizem, ‘Não estávamos nós convosco?’ E se os descrentes tiverem uma parte nela, eles dizem-lhes. ‘Não houvemos nós o melhor de vós, e vos protegemos contra os crentes?’ Allah julgará entre vós no Dia da Ressurreição; e Allah não concederá aos descrentes uma maneira de prevalecer sobre os crentes.
Deus fez descer sobre vós, no livro, o seguinte[¹]: “Quando ouvirdes que os versículos de Deus são ignorados e subestimados, não vos senteis com eles, a menos que mudem o assunto. Caso contrário, seríeis iguais a eles. Deus reunirá todos os hipócritas e descrentes no Inferno.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Al An’am 6/68. A ordem de não se sentar com os que zombam os versículos também é encontrada nos Salmos:
E, com efeito, Ele fez descer, sobre vós, no Livro¹ que, quando ouvirdes os versículos de Allah, enquanto os ínfíéis os renegam e deles zombam, não deveis sentar-vos com eles, até confabularem, em outra conversação. Senão, seríeis iguais a eles. Por certo, Allah juntará os hipócritas e os renegadores da Fé, na Geena, a todos eles.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] No Livro: no Alcorão, com alusão ao versículo 68 da VI sura.
Por certo que Ele vos instruiu, no Livro, e de quando notardes que blasfemam, que escarnecem os versículos de Deus, não vos senteis com eles, até que mudem de conversa; porque, se assim não fizerdes, sereis seus cúmplices. Deus reunirá, no inferno, todos os hipócritas e incrédulos,
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Deus vos recomendou no Livro de não vos sentardes com os que conversam de Suas revelações, rejeitando-as e desrespeitando-as até que mudem de assunto. Se o fizerdes, sereis como eles. Deus juntará na Geena os hipócritas e os descrentes.
(Mansour Challita, 1970)
E Ele já vos revelou no Livro que, quando ouvirdes os Sinais de Deus serem negados e troçados, não vos senteis com eles enquanto eles não conversarem sobre outro assunto que não esse; pois caso contrário vós serieis como eles. Por certo, Allah reunirá os hipócritas e os incréus no inferno, todos juntos;
São os que tomam por aliados os renegadores da Fé, em vez dos crentes. Buscarão junto deles o poder? Então, por certo, todo o poder é de Allah.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aqueles que tomam por confidentes os incrédulos em vez dos fiéis, pretendem, porventura, obter deles a glória? Sabei que a glória pertence integralmente a Deus[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Se o motivo é auferirmos alguma vantagem, alguma honra, saibamos que a fonte de todo o bem é Deus. Como poderá isso ser realmente esperado por aqueles que negam a fé? Mesmo que haja alguma demonstração de honra terrena, que dignidade teria, face ao desprezo que angariará no mundo espiritual?
Aqueles que preferem a amizade dos descrentes à dos crentes, que esperam? A grandeza? Toda grandeza pertence a Deus.
(Mansour Challita, 1970)
Os que tomam descrentes como amigos de preferência a crentes. Buscam eles honra de suas mãos? Então que eles se lembrem de que toda a honra pertence a Allah.
Aos que creem, depois se tornam descrentes, em seguida, creem de novo, depois se tornam descrentes de novo, em seguida aumentam sua incredulidade; Deus não os perdoará nem lhes mostrará uma saída[¹].
Por certo, aos que creram, depois renegaram a Fé, em seguida, creram, depois renegaram a Fé, em seguida, acrescentaram-se em renegação[¹] da Fé, não é admissível que Allah os perdoe nem os guie a caminho algum.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Referência aos oportunistas que não são crentes convictos. Crêem, apenas, quando lhes interessa.
Quanto àqueles que crêem e, em seguida, negam, voltam a crer e depois renegam, aumentando assim a sua descrença, é inadmissível que Deus os perdoe ou os guie por senda alguma[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Eis aqui um aviso inteligível contra aqueles que fazem da sua religião um mero assunto de conveniência terrena. A verdadeira religião é muitíssimo mais profunda. Ela transforma a natureza intrínseca do homem. Depois dessa transformação, será tão impossível, para ele, mudar, como o é, para a luz, transformar-se em tenebrosidade.
Aos que creram, depois renegaram, depois creram e renegaram de novo e insistiram na renegação, Deus jamais perdoará, e Ele jamais os guiará para a senda da retidão.
(Mansour Challita, 1970)
Aos que crêem, depois descreem, e de novo crêem, depois descreem, e então aumentam em descrença, Allah nunca lhes perdoará nem Ele os guiará para o caminho.
Ó vós que credes e confiais! Crede e confiai em Deus, Seu mensageiro, no livro que Ele fez descer sobre Seu Mensageiro e nos livros Ele fizera descer antes. Quem renega/ignora Deus, Seus anjos, Seus livros, Seus mensageiros e derradeiro dia, ele está caído em um extravio profundo.
(Fundação Suleymaniye)
Ó vós que credes! Crede em Allah e em Seu Mensageiro e no Livro que Ele fez descer sobre Seu Mensageiro, e no Livro que Ele fizera descer antes. E quem renega a Allah e a Seus anjos e a Seus Livros e a Seus Mensageiros e ao Derradeiro Dia, com efeito, descaminhar-se-á com profundo descaminhar
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Ó fiéis, crede em Deus, em Seu Mensageiro, no Livro que Ele lhe revelou e no Livro que havia sido revelado anteriormente. Em verdade, quem renegar Deus, Seus anjos, Seus Livros, Seus mensageiros e o Dia do Juízo Final, desviar-se-á profundamente.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Ó vós que credes, crede em Deus c no Seu Mensageiro e no Livro que foi revelado ao Mensageiro e no Livro que fora anteriormente revelado. Quem renega Deus e Seus anjos e Seus livros e Seus Mensageiros e o último dia vai muito longe no erro.
(Mansour Challita, 1970)
Oh vós que credes, crede em Allah e no Seu Mensageiro, e no Livro que Ele revelou ao Seu Mensageiro, e no Livro que Ele revelou antes desse. E quem quer que descreia em Allah e nos Seus Anjos, e nos Seus Livros, e nos Seus Mensageiros, e no Último Dia, por certo se extraviou para longe.
Ó vós que credes e confiais! Sede os que mantêm a justiça em pé, os que testemunham por Deus, ainda que seja contra vós mesmos, vossos pais ou os próximos. Quer a pessoa contra quem você testemunhou seja rico ou pobre, Deus está mais perto deles. Não sigais vossos próprios desejos, para que sejais justos. Se deturpais as palavras ou evitardes testemunho sabeis que Deus conhece o interior de tudo o que fazeis.
(Fundação Suleymaniye)
Ó vós que credes! Sede constantes na equanimidade, testemunhando por Allah, ainda que contra vós mesmos, ou contra os pais e os parentes. Quer se trate de rico ou pobre, Allah terá prioridade sobre ambos. Então, não sigais as paixões, para serdes justos. E, se deturpais o testemunho ou dais de ombros, por certo, Allah, do que fazeis, é Conhecedor.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Ó fiéis, sede firmes em observardes a justiça, atuando de testemunhas, por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos parentes, seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos parentes, seja o acusado rico ou pobre[¹], porque a Deus incumbe protegê-los. Portanto, não sigais os vossos caprichos, para não serdes injustos; e se falseardes o vosso testemunho ou vos recusardes a prestá-lo, sabei que Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Algumas pessoas inclinadas a favorecer os ricos, talvez porque esperem algo deles em troca. Algumas pessoas são inclinadas a favorecer os pobres, talvez porque estes estejam, geralmente, desesperançosos. Todavia, a parcialidade, em ambos os casos, é errônea. Sede justos, sem temores ou favores! Tanto o rico como o pobre estão sob a proteção de Deus, tanto quanto seus legítimos interesses estejam em jogo; ambos não devem esperar ser favorecidos às expensas dos outros. E Ele pode proteger-lhes os interesses, bem melhor do que qualquer homem.
Ó vós que credes, sede firmes na distribuição da justiça, testemunhando por Deus, mesmo contra vós mesmos ou contra vosso pai, vossa mãe e vossos parentes, trate-se de um rico ou de um indigente. Deus vela sobre todos. Não vos deixeis levar pelas paixões e sede justos. Se vacilardes ou vos omitirdes, Deus o saberá.
(Mansour Challita, 1970)
Oh vós que credes, sede firmes em observar justiça, e sendo testemunhas pela causa de Allah, mesmo que seja contra vós próprios ou contra pais e parentes. Quer ele seja rico ou pobre. Allah tem mais atenção por qualquer deles do que vós tendes. Por isso não segui desejos baixos, para que possais ser capazes de agir com equidade. E se vós esconderdes a verdade ou a evitardes, então lembrai-vos de que Allah se dá bem conta do que vós fazeis.
Quem deseja a retribuição da vida terrena, saiba que é junto de Allah, está a retribuição da vida terrena e da Derradeira Vida. E Allah é Oniouvinte, Onividente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quem ansiar pela recompensa deste mundo saiba que Deus possui tanto a recompensa deste mundo, como do outro, pois é Oniouvinte, Onividente.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Se procurais vossa recompensa fieste mundo, Deus possui a recompensa deste mundo; e se procurais vossa recompensa no outro mundo, Deus possui a recompensa do outro mundo. Deus ouve tudo e vê tudo.
(Mansour Challita, 1970)
Quem quer que deseje a recompensa deste mundo, então que ele se lembre de que com Allah está a recompensa deste mundo e do próximo; e Allah Tudo Ouve, Tudo Vê.
Ó humanos! Se Deus julgar necessário[¹], Ele vos destrói e traz outros em vosso lugar. Deus estabeleceu a regra[²] para isso.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Para informações detalhadas sobre o verbo (shâe = شاء), ver An Nissa 4/48. nota de rodapé do versículo. O que será criado aqui são as condições que irão neutralizar essas pessoas.
[²] Al Maidah 5/54, Al An’am 6/133.
Se Ele quisesse, farvos-ia ir, ó humanos, e faria vir outros, em vosso lugar! E Allah, sobre isso, é Onipotente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Ó humanos, se Ele quisesse, far-vos-ia desaparecer e vos substituiria por outros seres, porque Deus tem bastante poder para isso.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Se Ele quiser, poderá remover-vos da terra, ó homens, e trazer outros para o vosso lugar. Sim, Deus pode fazê-lo.
(Mansour Challita, 1970)
E se Lhe aprouver. Ele pode levar-vos. Oh povo, e trazer outros em vosso lugar, e Allah tem todo o poder para fazer isso.
A Deus pertence tudo quanto há nos céus e na terra. A tarefa que atribuímos àqueles a quem foi concedido o Livro, antes de vós, e a vós é a seguinte: “Abstende-vos de errar contra Deus!” Se persistis em ignorar os versículos, sabei que a Deus pertence tudo quanto há nos céus e na terra. É Deus quem não precisa de nada e quem faz tudo perfeito.
(Fundação Suleymaniye)
E de Allah é o que há nos céus e o que há na terra. E, com efeito, recomendamos àqueles, aos quais fora concedido o Livro[¹], antes de vós, e a vós, que temais a Allah. E, se renegais a Fé, por certo, de Allah é o que há nos céus e o que há na terra. E Allah é Bastante a Si Mesmo, Louvável.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] O Livro: a Tora e o Evangelho.
A Deus pertence tudo quanto há nos céus e na terra. Tínhamos recomendado àqueles a quem foi concedido o Livro, antes de vós, assim como também a vós, que temêsseis a Deus; porém, se o renegardes, sabei que a Deus pertence tudo quanto há nos céus e na terra. Deus é sempre Absoluto[¹], Laudabilíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A existência de Deus é existência absoluta. Ela independe de qualquer outra pessoal ou de qualquer outro arbítrio. E é digna de todo o louvor, pois é “toda-benevolência” e compreende toda a excelência possível. É necessário salientar este ponto, a fim de se mostrar que a lei moral, para o homem, não é uma simples questão de ordens transcendentais, mas repousa, realmente, nas exigências essenciais da própria humanidade. Os mais elevados padrões éticos são injungidos pelo Islam, não como imperativos dogmáticos, mas porque, como pode ser demonstrado, seguem as exigências da natureza humana, bem como o resultado de suas experiências.
A Deus pertence tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra. Recomendamos aos que receberam o Livro antes de vós, como também a vós, temer a Deus. Se O renegardes, a Deus pertence tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra. Deus é auto-suficiente e digno de louvores.
(Mansour Challita, 1970)
E a Allah pertence tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra. E Nós sem dúvida ordenámos aqueles a quem o Livro foi dado antes de vós, e a vós também ordenámos, que receeis Allah. Mas se descrerdes, então lembrai-vos de que a Allah pertence tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra, e Allah é Suficiente em Si, Digno de Louvor.
Se casais se separam, Deus os salva de serem dependentes uns dos outros, dando-lhes de Seus meios. É Deus quem tem amplos meios e toma as decisões corretas.
(Fundação Suleymaniye)
E, se ambos se separam, Allah enriquecerá a cada um deles de Sua munificência. E Allah é Munificente, Sábio.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Todavia, se eles se separarem, Deus enriquecerá cada qual da Sua abundância, porque é Munificente, Prudentíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quando um homem e uma mulher se separam, Deus lhes dá de Sua generosidade em abundância. Deus é imenso e sábio.
(Mansour Challita, 1970)
E se eles se separarem, Allah da Sua abundância a ambos tomará independentes; e Allah é Beneficente, Sábio.
Não podeis vos dar ao luxo de fazer justiça entre suas esposas, não importa o quanto queirais. Portanto, não inclineis inteiramente para um lado e deixeis o outro em suspense. Se vos reconciliardes e vos abstiverdes e cometer erros (sabei que) Deus sempre perdoa, e tem favor abundante.
(Fundação Suleymaniye)
E não podereis ser justos com vossas mulheres, ainda que sejais zelosos disso. E não vos desvieis, com total desviar, de nenhuma delas, então, a deixaríeis como que suspensa[¹]. E, se vos emendais e sois piedosos, por certo, Allah é Perdoador, Misericordiador.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Ou seja, no estado em que, abandonada pelo marido, não é considerada casada com ele nem dele divorciada.
Não podereis, jamais, ser eqüitativos com vossas esposas, ainda que nisso vos empenheis. Por essa razão, não declineis demasiadamente uma delas, deixando-a como se estivesse abandonada[¹]; porém, se vos reconciliardes e temerdes, sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Legalmente, mais de uma esposa (até quatro) é permitido, com a condição de que o homem seja perfeitamente justo para com todas. Todavia, esta é uma condição quase impossível de preencher. Se, na esperança de que venha a poder preenchê-la, o homem se colocar nessa impossível condição, será direito insistir em que ele não deve descartar-se de uma delas, mas que, ao menos, preencha os deveres materiais que lhe cabem com respeito a ela.
Jamais podereis tratar da mesma forma todas vossas mulheres, embora vos esforceis. Pelo menos, não desprezeis nenhuma a ponto de a deixar como no ar. E se vos emendardes e temerdes a Deus, Deus é perdoador e misericordioso.
(Mansour Challita, 1970)
E vós não podeis manter perfeito equilíbrio entre esposas, por muito que o possais desejar. Mas não vos inclinai inteiramente paro uma de modo que deixeis a outra num estado de suspenso. E se vós reconsiderardes e procederes com justiça, por certo Allah é o Mais Generoso e Misericordioso.
Se uma mulher teme da partida[¹] ou indiferença de seu marido[²], não há pecado para nenhuma das duas partes em se reconciliarem. O reconciliar-se é melhor. As almas são feitas propensas à insaciabilidade[³]. Se vos comporteis bem e vos abstenhais de cometer erros, (sabei que) Deus está ciente do interior do que fazeis.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] “da partida” significa “divórciar e partir” (vide nota de rodapé de An Nissa 4/34).
[²] Visto que um homem pode ter mais de uma esposa, indiferença de uma de suas esposas significa que ele volta sua atenção para a outra esposa.
E, se uma mulher teme de seu marido rejeição ou indiferença, não haverá culpa sobre ambos, se se reconciliam com uma reconciliação. E o reconciliar-se é melhor. E a mesquinhez está, sempre, presente nas almas. E, se bem fizerdes e fordes piedosos, por certo, Allah, do que fazeis, é Conhecedor.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Se uma mulher notar indiferença ou menosprezo por parte de seu marido, não há mal em se reconciliarem amigavelmente, porque a concórdia é o melhor, apesar de o ser humano, por natureza, ser propenso à avareza[¹]. Se praticardes o bem e temerdes a Deus, sabei que Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Para protegerem os interesses econômicos da mulher, várias normas são prescritas quanto ao dote no matrimônio. Porém, a sacraticidade do casamento é, por si só, maior do que qualquer interesse econômico. O divórcio é, de todas as práticas permitidas, a maios odiosa junto a Deus. Portanto, se uma ruptura entre marido e mulher puder ser evitada por alguma consideração econômica, será melhor fazer-se tal concessão, do que pôr em perigo o futuro da esposa, dos filhos e, provavelmente, também do marido.
E se uma mulher recear mau trato ou deserção por parte de seu marido, nenhum dos dois será censurado por estabelecerem termos de concórdia entre si. A reconciliação é o melhor caminho. A avareza está nas almas, enraizada. Se, assim mesmo, fordes generosos e temerdes a Deus, Ele vê tudo o que fazeis.
(Mansour Challita, 1970)
E se uma mulher receia mau trato ou indiferença da pane de seu marido, não será danoso para eles que sejam reconciliados um com o outro de maneira adequada; e reconciliação é o melhor. E a gente é propensa a cobiça. E se vós fizerdes o bem e fordes justos, por certo Allah se dá conta do que vós fazeis.
Te pedem fátua[¹], sobre as mulheres. Diz: Deus vos dá a fátua a respeito delas. A fátua está nos versos listados no livro para vós, sobre as mulheres[²] (que vós cuidastes quando) órfãs e não entregastes os bens delas que elas têm direito[³], com quem vós desejais casar, até mesmo sobre se comportar justo as crianças indefesas e todos os órfãos. Por certo, Deus sabe o que quer que façais de bom.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] A fátua é uma resposta a uma pergunta feita sobre um assunto, com base em evidências.
[²] Alguém que atingiu a puberdade não pode ser chamado de órfão. Aqui, a expressão mulher órfã é uma expressão metafórica usada para meninas órfãs que atingiram a idade de casamento.
[³] An Nissa 4/2-3
E consultam-te, Muhammad, sobre as mulheres. Dize: “Allah vos instrui a respeito delas – e lembraivos do que se recita, para vós, no Livro[¹], sobre as mulheres órfãs às quais não concedeis o que lhes é preceito[²], enquanto tencionais esposá-las – e a respeito das crianças indefesas; e vos ordena cuidar dos órfãos com eqüidade. E o que quer que façais de bom, por certo, Allah é, disso. Onisciente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] No Livro: no Alcorão.
[²] Vide IV 4 n3.
Consultar-te-ão acerca das mulheres; dize-lhes: Deus vos instruiu a respeito delas[¹], assim como acerca do que vos é ditado no Livro, referente às mulheres órfãos, às quais não entregais o que lhes é destinado, embora tencioneis desposá-las; o mesmo (diga-se), com relação às crianças que são oprimidas[²]. Sede justos para com os órfãos. Sabei que de tudo o bem que fizerdes, Deus estará inteirado.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Uma e outra vez está estampada, na comunidade islâmica, a justeza no trato com as mulheres, os órfãos, as crianças e com todos cuja fraqueza requeira consideração especial. A lei acerca das viúvas, dos órfãos, da herança, do dote e do casamento já foi especificada nos versículos 2-35 desta, com instrução mais consistentes do que as que serão aqui fornecidas acerca da referências igualmente mais importantes. As palavras traduzidas por “mulheres órfãs” designam, cremos, as filhas das viúvas, que eram muitas depois da batalha de Uhud, e que era dever da comunidade muçulmana prover. Mas alguns exegetas tomam-nas como significado somente “mulheres órfãs”.
[²] Tanto as viúvas como as órfãs têm de ser auxiliadas, porque são comumente fracas, maltratadas e oprimidas. Nas comunidades que fundamentam os seus direitos civis na força bruta, os mais fracos são marginalizados, e a opinião pública nada mais espera. Mesmo em democracias modernas, das mais são espécies, é-nos sugerido que é destino da minoria sofrer; a força da superioridade numérica tornar-se o passaporte para o poderio e o privilégio. O Islam, não obstante preservar os profundos pontos de vista masculinos em geral, prescreve os mais solícitos cuidados para com os fracos e oprimidos de toda a maneira — em direitos de propriedade, em direitos sociais e no direito às oportunidades de desenvolvimento. A força ou a fraqueza material, ou com a superioridade numérica.
Consultar-te-ão sobre as mulheres. Dize: “Deus vos instruiu a seu respeito no Livro quando falou das mulheres órfãs, as quais negais o que lhes é prescrito e que recusais de desposar, e dos menores desamparados, e dos órfãos, aos quais deveis eqüidade. Todo o bem que fazeis, Deus o vê.”
(Mansour Challita, 1970)
E eles buscam de Ti a decisão da lei no que respeita a mulheres. Dizei, Allah dá-vos a Sua permissão no que a elas respeita; e assim a dá o que vos é recitado no Livro quanto às moças órfãs a quem vós não destes o que para elas está prescrito e com quem vós desejais casar, e quanto aos fracos entre as crianças; e que sejais equitativo para com os órfãos. É seja qual for o bem que fizerdes, por certo Allah sabe-o bem.
Quem pode ter trilhado um caminho[¹] melhor daquele que a pessoa que se entrega a Deus, fazendo o bem e segue a maneira de Abraão que viver reto a religiao? Deus tomou Abraão por amigo íntimo.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] É dado o significado do caminho para a palavra religião.
E quem melhor, em religião, que aquele que entrega sua face a Allah[¹] enquanto benfeitor, e segue a crença de Abraão, monoteísta sincero? E Allah tomou Abraão por amigo.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Cf. II 112 n3.
E quem melhor professa a religião do que quem se submete a Deus, é praticante do bem e segue a crença de Abraão, o monoteísta? (O Próprio) Deus elegeu Abraão por fiel amigo[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Abraão é destacado, na teologia muçulmana, com o título de “O amigo de Deus”. Isto, certamente, não significa que ele fosse algo mais do que um mortal. Todavia, a sua fé era pura e verdadeira, e a sua conduta era firme e reta, em todas as circunstâncias. Ele foi a origem dos três cursos do pensamento religioso, que mais tarde foram cristalizados pelas instituições de Moisés, Jesus e Mohammad.
E, em religião, quem é melhor do que aquele que se submete a Deus, faz o bem e segue a crença, monoteítfta, de Abraão? Deus elegeu Abraão por amigo.
(Mansour Challita, 1970)
E quem é melhor em fé do que o que se submete a Allah, e o que faz o bem, e segue a religião de Abraão, o reto? E Allah tomou Abraão como amigo íntimo.
Quem quer que faça boas obras como crente, seja homem ou mulher, eis que eles entrarão no paraíso.
(Fundação Suleymaniye)
E quem faz as boas obras, varão ou varoa, enquanto crente, esses entrarão no Paraíso e não sofrerão injustiça, a mínima que seja[¹].
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Cf. IV 53 n1.
Aqueles que praticarem o bem, sejam homens ou mulheres, e forem fiéis, entrarão no Paraíso e não serão defraudados, no mínimo que seja[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Naquir: o sulco do caroço de uma tâmara, um objeto sem valor algum. Comparar com o versículo 53 desta surata, e respectiva nota.
E quem praticar o bem — seja homem ou mulher — e tiver fé, entrará no Paraíso e não será prejudicado nem do valor de um caroço de tâmara.
(Mansour Challita, 1970)
Mas quem quer que pratique boas obras, quer seja macho ou fêmea, e seja crente, esse entrará no céu e não será lesado mesmo tanto como a pequena cavidade nas costas dum caroço de tâmara.
Nem suas expectativas nem as expectativas dos adeptos do livro são válidas[¹]. Quem faz algum mal, será punido. Não pode encontrar, que se interponha ele e Deus, um amigo e um socorredor.
A recompensa não depende de vossos desejos nem dos desejos dos seguidores[¹] do Livro. Quem faz mal, com ele será recompensado, e não encontrará, para si, além de Allah, protetor nem socorredor.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Referência aos judeus e cristãos.
(Isso) não é segundo os vossos desejos[¹], nem segundo os desejos dos adeptos do Livro. Quem cometer algum mal receberá o que tiver merecido e, afora Deus, não achará protetor, nem defensor.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A responsabilidade pessoal é repetidas vezes repisadas na temática do Islam. Nela estão implícitas a fé e a conduta reta. A fé não é uma circunstância extrema; ela principia com um ato de vontade que, se verdadeiro e sincero, afeta todo o ser e o leva à virtude. Nisto ela se distingue da espécie de fé que promete salvação, porque um terceiro, em quem nos é pedido que acreditemos, tomou para si todos os pecados dos homens, ou a espécie de fé que prescreve que, porque nascemos de uma certa raça, ou de uma certa casta, somos privilegiados, e a nossa conduta há de ser julgada por padrões diferentes daqueles dos outros homens. Sejamos quem quer que sejamos, ou o que quer que sejamos, se praticarmos o mal, deveremos sofrer as conseqüências, a não ser que a Misericórdia de Deus nos venha em socorro.
A verdade não depende de vossos anelos nem dos anelos dos adeptos do Livro. Quem praticar o mal será castigado e não encontrará, fora de Deus, nem aliado nem defensor.
(Mansour Challita, 1970)
Não será de acordo com os vossos desejos, nem de acordo com os desejos do povo do Livro. Quem quer que faça o mal por ele será recompensado; e ele não achará para si nenhum amigo nem quem o ajude fora de Allah.
Os que creem e confiam, e fazem as boas obras, os introduziremos em jardins, nos quais correm os rios, lá habitarão imortalmente para sempre[¹]. Essa é a verdadeira promessa de Deus. Quem mais verídico que Deus, em dito?
(Fundação Suleymaniye)
[¹] No Alcorão, duas palavras são usadas para aqueles que são celestiais e infernais. Um é ‘abadan – اَبَدًا’ e o outro é ‘khalid – خَالِد۪’. Abadan significa ‘para sempre’ e khalid significa ‘imortal’.
E aos que crêem e fazem as boas obras, fá-los-emos entrar em Jardins, abaixo dos quais correm os rios; nesses, serão eternos, para todo o sempre. Essa é, deveras, a promessa de Allah. E quem mais verídico que Allah, em dito?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quanto aos fiéis, que praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente. A promessa de Deus é inexorável. E quem é mais leal do que Deus no que assevera?
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quanto aos que creem e praticam o bem, conduzi-los-emos para jardins onde correm os rios, e lá permanecerão para todo o sempre. É promessa de Deus.
(Mansour Challita, 1970)
Mas quanto aos que creem e praticam boas obras, nós os admitiremos em jardins, por baixo dos quais correm rios, e lá eles morarão para sempre. Esta é a infalível promessa de Allah; e quem pode ser mais verdadeiro do que Allah em palavra?
Por certo, desviarei eles, introduzirei nas esperanças. Certamente, ordenarei a eles, fenderão as orelhas de an’am[¹]. Certamente, ordenarei, desfigurão a criação de Deus[²]. (Ó homens!) Quem quer que entre vocês considere Satanás mais próximo de si do que Deus, terá sido desapontado evidente.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Os mushriks de Meca costumavam fendar as orelhas para marcar alguns animais que eles sacrificariam aos ídolos e os libertariam por um tempo (Vide: Al Maidah, 5/103). Eles não se beneficiariam com a carne, leite e lã desses animais até que morressem, e diziam que alguns deles são apenas halal para homens e haram para mulheres (Vide: Al An’am 6/138-139).
[²] O “khalqullah” na expressão “ordenarei, desfigurão a criação de Deus” é chamado fitrah no versículo 30 da Surah Rum e definido como religião. Fitrah expressa a estrutura básica dos seres e os princípios e leis de criação, mudança e desenvolvimento que a constituem. Visto que o homem é um desses seres, a religião de Deus é totalmente compatível com a estrutura natural da pessoa. É entendido pelo mesmo método que o Alcorão é o livro de Allah (Fussilat 41/53). Em conclusão, este versículo mostra que é um comportamento satânico corromper qualquer um deles, sejam os versos que foram revelados ou os que foram criados.
“E, certamente, descaminhá-los-ei e fá-los-ei nutrir vãs esperanças e ordenar-lhes-ei que cortem as orelhas dos animais de rebanho[¹] e ordenar-lhes-ei que desfigurem a criação de Allah.” E quem toma Satã por aliado, em vez de Allah, com efeito, se perderá com evidente perdição.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Alusão aos hábitos supersticiosos dos árabes pré-islâmicos de cortarem a orelha da fêmea do camelo, logo após ela ter tido cinco ou dez crias, e de a oferecerem a seus ídolos. Além disso, a partir daí, o animal não devia mais ser usado para qualquer serviço que fosse. Com respeito às acepções da palavra rebanho. Vide VI n1.
A qual desviarei, fazendo-lhes falsas promessas. Ordenar-lhes-ei cercear as orelhas do gado[¹] e os incitarei a desfigurar a criação de Deus! Porém, quem tomar Satanás por protetor, em vez de Deus, Ter-se-á perdido manifestamente,
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] O cerceamento das ovelhas das reses é uma outra faceta das superstições de que os homens se tornavam escravos, ao especularem falsos deuses. A astrologia, a magia e as crenças dos homens em entidades que não existem, distanciam-nos do Verdadeiro e Único Deus.
E os desencaminharei, e dar-lhes-ei falsas esperanças. E sob minhas ordens cortarão as orelhas do gado e desfigurarão as criaturas de Deus.” Aquele que adotar o demônio por protetor em vez de Deus sofrerá uma perda irreparável.
(Mansour Challita, 1970)
‘E sem dúvida eu os desencaminha rei e sem dúvida eu comandarei neles desejos vãos, e sem dúvida eu os incitarei e eles cortarão as orelhas do gado; e sem dúvida eu os comandarei e eles alterarão a criação de Allah! E aquele que toma Satã por amigo a par de Allah, por certo sofreu uma perda manifesta.
Não invocam, além dEle, senão divindades femininas, e não invocam senão um rebelde Satã!
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Não invocam, em vez d’Ele, a não ser deidades femininas[¹], e, com isso invocam o rebelde Satanás,
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A unicidade, o poder e a benevolência de Deus estão tão patentes na natureza e na mente humanas, desde que esta esteja de acordo com o espírito universal, que tão-somente a mais abjeta perversão poderia ser responsável pelo pecado da traição espiritual. Tal pecado advém de certas idéias pervertidas do sexo e do ego. A perversão do sexo consiste em se supor que este governe os assuntos espirituais. Disso advêm tão horríveis criações da imaginação como a de Kali, a sanguinolenta deusa da Índia, ou Hécate, a deusa da vingança e do ódio, na mitologia grega. Mesmo possuindo garbosas formas de aliciação, como no caso de Saraswati (a deusa do aprendizado) ou de Minerva (a deusa virgem da guerra e cultura), sem falar em Vênus (a deusa do amor), a ênfase dispensada ao sexo destrói a verdadeira contemplação da natureza espiritual. As idéias pervertidas do ego estão estereotipadas na história de Satanás, que era tão arrogante, a ponto de desobedecer a Deus, sendo amaldiçoado por Ele. Ambas estas perversões, se lhes dermos guarida, arruinarão completamente a nossa natureza espiritual, além de desfigurar o artesanato de Deus. Portanto, isso não constitui meramente um pecado extremo, mas um pecado que nos corrompe completamente.
Em vez de Deus, eles invocam divindades femininas. Na realidade, só invocam um demônio rebelde
(Mansour Challita, 1970)
Eles nada mais invocam a par d’Ele do que deusas, e nada mais invocam do que Satã, o rebelde.
Por certo, Allah não perdoa que Lhe associem outra divindade, e perdoa tudo o que for, afora isso, a quem quer. E quem a associa a Allah, com efeito, se descaminhará, com profundo descaminhar.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Deus jamais perdoará quem Lhe atribuir parceiros, conquanto perdoe os outros pecados, a quem Lhe apraz. Quem atribuir parceiros a Deus desviar-se-á profundamente.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Deus não perdoa a quem Lhe atribui semelhantes e perdoa os delitos menores a quem Lhe apraz. E quem associar outros deuses a Deus vai muito longe no erro.
(Mansour Challita, 1970)
Allah não perdoará que coisa alguma a Ele seja associada como participe, mas Ele perdoará o que for perto disso a quem quer que seja que Lhe apraz. E quem quer que associe alguma coisa com Allah tem-se na verdade extraviado para longe.
Quem se desvia do mensageiro[¹] após o caminho reto haver sido tornado evidente para ele, e segue por outro caminho que não o dos crentes[²], nós o deixamos no caminho do qual ele se desviou e introduzimos no inferno. Que ruim cair nessa situação!
(Fundação Suleymaniye)
[¹] A palavra xiqaq (شقاق) é o infinitivo do padrão mufaalah da palavra xaqq (شَقّ), que significa a fenda em algo e fender algo. Cada parte em ambos os lados da fenda é chamada de shiqq (شِقّ). Xiqaq é ficar em uma divisão (xiqq) diferente de seu amigo (Maqayis, Mufradat, Lisan’ul Arab). Embora a raiz da palavra signifique literalmente fender, fender-se, fenda e estar em divisão diferente, a palavra shikak e seus derivados são usados principalmente no Alcorão para a diferença no significado espiritual. Eles são: Diferença de crença (Al Baqarah 2/137), oposição devido à diferença de crença (Hud 11/89), desvio da verdade (Al Baqarah 2/176; Hajj 22/53; Sad 38/2; Fussilat 41/52), seguir outro caminho do que caminho de Deus e Seu mensageiro (An Nissa 4/115; Al Anfal 8/13).
[²] A tradição considera este versículo como uma evidência de ‘ijma’, que é usado para significar o consenso de sua ummah sobre uma questão religiosa em um momento após a morte de Muhammad (saws). De acordo com esse entendimento, o consenso alcançado pela ummah sobre uma questão religiosa se enquadra no escopo da expressão “o caminho dos crentes” no versículo. De acordo com esse versículo, também, fazer uma escolha diferente desse caminho faz com que a pessoa saia da religião, assim como se opor ao mensageiro enquanto ele estava vivo. No entanto, a ‘se desvia do mensageiro’ no versículo significa se opor ao que ele transmitiu, isto é, se opor ao livro de Deus. Visto que a obediência a Deus é possível com a obediência ao mensageiro, a oposição ao que o mensageiro transmitiu significa oposição a Deus (An Nissa 4/80). Além disso, o caminho dos crentes mencionados neste versículo é o verdadeiro caminho comandado por Deus e transmitido pelos mensageiros. O fato de que o caminho dos crentes tem um valor aos olhos de Deus não está relacionado ao consenso daqueles que dizem ter competência de ijtihad, mas se esse caminho está de acordo com o caminho do profeta, isto é, o livro (Al An’am 6/153, Yusuf 12/108).
E a quem discorda do Mensageiro, após haver-se tomado evidente, para ele, a direita direção, e segue caminho outro que o dos crentes, abandoná-lo-emos no caminho que escolheu[¹] e fá-lo-emos entrar na Geena. E que vil destino!
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Este versículo foi revelado, quando Bachir ou Abu Tacmah fugiu de Al Madínah, e se juntou aos idólatras, mostrando-se hostil ao Profeta e aos moslimes.
A quem combater o Mensageiro, depois de haver sido evidenciada a Orientação, seguindo outro caminho que não o dos fiéis, abandoná-lo-emos em seu erro e introduziremos no inferno. Que péssimo destino!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E aqueles que romperem com o Mensageiro após o que lhe foi revelado, e abandonarem o caminho dos crentes, abandoná-los-emos a seus erros e queimá-los-emos na Geena. E que porvir lamentável!
(Mansour Challita, 1970)
E quanto ao que se opõe ao Mensageiro depois da guia se lhe ter tornado clara, e segue por outro caminho que não o dos crentes, Nós o deixaremos seguir o caminho pelo qual ele vai seguindo e lançá-lo-emos no inferno; e um mau destino esse é;
A maioria de suas reuniões secretas são inúteis. Porém, exceto nos de quem as fazem com o propósito de dar caridade, bondade ou reconciliar entre as pessoas. Quem quer que faça isso, em busca do agrado de Deus, Ele lhe dará magnífico prêmio.
(Fundação Suleymaniye)
Nada de bem há em muitas de suas confidências, exceto nas de quem ordena caridade ou algo conveniente ou reconciliação entre as pessoas. E a quem o faz, em busca de agrado de Allah, Nós conceder-Ihe-emos magnífico prêmio.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Não há utilidade alguma na maioria dos seus colóquios, salvo nos que recomendam a caridade, a benevolência e a concórdia entre os homens. A quem assim proceder, com a intenção de comprazer a Deus, agraciá-lo-emos com uma magnífica recompensa.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Não há bem algum na maioria de suas confabulações, salvo quando alguém deles recomenda a caridade, a benevolência ou a concórdia entre os homens. E a quem seguir essas recomendações para agradar a Deus, pagaremos uma recompensa generosa.
(Mansour Challita, 1970)
Não há bem algum em muitas das suas conferências, exceto as conferências de que resulte em atos de caridade, ou bondade, ou o estabelecimento de paz entre os homens. E quem quer que isso faça, procurando a satisfação de Allah, em breve de Nós terá conferida uma grande recompensa.
Se não fosse pela graça e favor de Deus para contigo, uma facção deles estava determinados a te desviar. No entanto, eles apenas se desviam a si mesmos. Não podem te prejudicar de forma alguma. Deus fez descer a ti o livro e a sabedoria e te ensinou o que não sabias. A graça de Deus para contigo é imenso.
(Fundação Suleymaniye)
E, não fora o favor de Allah para contigo, e Sua misericórdia, haveria uma facção deles¹ intentando descaminhar-te. Mas não descaminhariam senão a si mesmos e em nada te prejudicariam. E Allah fez descer, sobre ti, o Livro e a Sabedoria e ensinou-te o que não sabias. E o favor de Allah para contigo é imenso.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Deles: dos hipócritas.
Não fosse pela graça de Deus e por Sua misericórdia para contigo, uma parte deles teria conseguido desviar-te, quando com isso não fariam mais do que desviarem-se a si mesmos, sendo que em nada poderiam prejudicar-te. Deus revelou-te o Livro e a prudência e ensinou-te o que ignoravas, porque a Sua graça para contigo é infinita.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Não fosse pela generosidade de Deus e Sua clemência para contigo, muitos deles teriam conseguido enganar-te. Mas não enganaram senão a si mesmos e em nada te prejudicaram. E Ele fez descer o Livro e a sabedoria sobre ti e ensinou-te o que não sabias. Deus foi muito generoso para contigo.
(Mansour Challita, 1970)
E a não ser pela clemência de Allah sobre ti e pela Sua misericórdia, uma facção deles tinha resolvido levar a cabo a sua perdição. E eles a ninguém mais perdem que a si próprios e não podem fazer-te mal algum. E Allah enviou-te o Livro e Sabedoria e ensinou-te o que tu não sabias, e grande é a clemência que Allah te dispensa.
Quem comete um pecado, só o comete contra si mesmo. Deus sabe e toma decisões corretas.
(Fundação Suleymaniye)
E quem comete um pecado, o cometerá, apenas, em prejuízo de si mesmo. E Allah é Onisciente, Sábio.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quem cometer[¹] um pecado, fá-lo-á em prejuízo próprio, porque Deus é Sapiente, Prudentíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Caçaba: cometer, lucrar, obter, conseguir, trabalhar por algo valioso, estabelecer provisões para a Vida Futura. Nós procedemos à nossa labuta diária para obtermos o nosso sustento; de modo que, num sentido espiritual, seja qual for o bem ou o mal que pratiquemos ou façamos nesta vida, este propicia-nos o bem ou o mal na Vida Futura. Nos versículos 110-112 desta Surata, três casos são considerados: se procedermos e não nos arrependermos, crentes que poderemos dissimular, estaremos enganados, pois que nada se esconde de Deus, e sofreremos todas as conseqüências na Vida Futura, porquanto não poderemos furtar-nos à nossa responsabilidade; se procedermos erroneamente, em grande ou pequena escala, e imputarmos a causa a terceiros, a nossa responsabilidade primeira ainda permanecerá, só que adicionaremos a ela algo mais, uma vez que circundaremos o nosso pescoço com o agravo da falsidade, o qual converterá, mesmo as nossas pequenas faltas, em grandes pecados e, de qualquer maneira, estigmatizar-nos-á nesta vida com o opróbrio e a ignomínia.
Quem cometer delitos, comete-os apenas contra si mesmo. Deus é conhecedor e sábio.
(Mansour Challita, 1970)
E quem quer que cometa um pecado comete-o apenas contra a sua própria alma. E Allah é Todo Conhecedor, Sábio.
Quem cometer um mal ou se leva à injustiça e, em seguida pede perdão a deus, verá que o perdão de Deus, Seu favor é abundante.
(Fundação Suleymaniye)
E quem faz um mal ou é injusto com si mesmo, em seguida, implora perdão a Allah, encontrará a Allah Perdoador, Misericordiador.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
E quem cometer uma má ação ou se condenar e, em seguida (arrependido), implorar o perdão de Deus, sem dúvida achá-Lo-á Indulgente, Misericordiosíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Aquele que pratica o mal ou falha para consigo mesmo e, depois, implora o perdão de Deus, encontrará Deus perdoador e clemente. Que os crentes confiem em Deus.
(Mansour Challita, 1970)
E quem quer que faça o mal ou lese a sua alma, e então peça perdão a Allah, achará Allah muito Generoso e Misericordioso.
Eis que vós, agora os defendestes na vida terrena. Então, quem os defenderá no dia da ressurreição contra Deus, ou quem será seu defensor?
(Fundação Suleymaniye)
Ei-vos que discutis acerca deles, na vida terrena, mas quem discutirá, com Allah, acerca deles, no Dia da Ressurreição, ou quem será sobre eles patrono?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Eis que vós, na vida terrena, advogastes por eles. Quem advogará por eles, ante Deus, no Dia da Ressurreição ou quem será seu defensor?
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Eis que vós os defendeis nesta vida. Mas quem os defenderá contra Deus no dia da Ressurreição? E quem será seu protetor?
(Mansour Challita, 1970)
Atenção! Sois vós quem por eles intercedeu na vida presente. Mas quem intercederá por eles junto de Allah no Dia da Ressurreição, ou quem deles será guardião?
Eles se escondem das pessoas, mas não sentem a necessidade de se esconder de Deus[¹]. No entanto, Deus está com eles, quando falam, à noite, e planejam coisas que não agradarão a Deus. É Deus quem abarca tudo o que fazem.
Eles se escondem dos homens, e não se escondem de Allah, enquanto Ele está em sua companhia, quando maquinam, à noite, o que Lhe não agrada do dito. E Allah está, sempre, abarcando o que fazem.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Eles se ocultam das pessoas, não podendo, contudo, ocultar-se de Deus, porque Deus está presente, com eles, quando, à noite, discorrem sobre o que Ele desagrada. Deus está inteirado de tudo quanto fazem.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Conseguem esconder-se dos homens, mas não de Deus. Pois Ele está em sua companhia quando, à noite, trocam palavras que não Lhe agradam. Deus está a par de tudo quanto fazem.
(Mansour Challita, 1970)
Eles procuram esconder-se dos homens, mas não procuram esconder-se de Allah; e enquanto Ele está com eles quando passam a noite conspirando sobre assuntos que Ele não aprovará. E Allah abarca o que eles fazem.
Fizemos descer a ti o livro que contém a verdade que possas julgar[¹] entre as pessoas, conforme a maneira[²] que te mostramos[³]. Não sejas defensor dos traidores.
[²] Deus, Todo-Poderoso assumiu a explicação do Alcorão, não deu qualquer autoridade, incluindo os profetas, a este respeito (Hud 11/1-2), fez as explicações de acordo com um método (Al A’raf 7/52), os conceitos e princípios fundamentais da metodologia (Fussilat 41/3; Az Zukhruf 43/2-3; Yusuf 12/1-2). A divisão dos versos do Alcorão em “muhkam” e “mutashabih” (Al Imran 3/7) e que eles formam conjuntos de significados de acordo com o princípio “masani” (Az Zumar 39/23) e oferecem o oportunidade de chegar a detalhes em todos os assuntos fazem parte desta metodologia. Além disso, o alcorão enfatiza, a língua arabe (An Nahl 16/103; Ach Chuara 26/195; Yûsuf 12/2; Ar Ra’d 13/37; Taha 20/113; Az Zumar 39/28; Ach Chura 42/7; Al Ahqaf 46/12), a natureza humana (Ar Rûm 30/30; Fussilat 41/53), ao exemplo do Mensageiro de Allah (Al Ahzâb 33/21) e trabalho em equipe (Fussilat 41/3) para aqueles que desejam chegar a esses detalhes. A expressão “bima arâkallah / como Deus te mostrou” no versículo indica que este método deve ser seguido a fim de alcançar as soluções/sabedoria no Alcorão e aplicá-las à vida.
[³] Iltifat, que significa literalmente “tornar para um lado”, é uma arte na literatura árabe. Uma das características estilísticas óbvias desta arte é o uso de mudanças gramaticais de um pronome pessoal para outro de forma inesperadamente (por exemplo, terceira pessoa para segunda ou primeira pessoa para segunda e para terceira pessoa) para enfatizar a expressão. Às vezes, os tempos das frases consecutivas podem ser alterados do tempo contínuo para o futuro, ou do tempo futuro para passado, etc. Estas são aprovadas como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas de alguma literatura europeia. Às vezes, o sujeito da sentença pode mudar de singular para plural para expressar a majestade (por exemplo, usando Nós em vez de Eu). Estes são aprovados como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas em alguma literatura europeia. Todas as línguas têm seus próprios estilos de expressão. Esta prática do árabe confunde o falante do português. Portanto, em muitos dos seus incidentes, as expressões foram traduzidas para português, desconsiderando esta arte literal.
Por certo, fizemos descer, para ti, Muhammad, o Livro com a Verdade, a fim de que julgues, entre os homens, conforme o que Allah te fez ver. E não sejas defensor dos traidores[¹].
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Conta-se que, em tempos de Muhammad, certo árabe, de nome Bachir ou Abu Tacmah Ibn Ubairiq, havendo roubado uma armadura, ocultou-a na casa de um judeu. Quando o dono, dando por faha dela, a descobriu, imediatamente Bachir, jurando inocência, acusou o judeu de havê-la roubado. Então, a tribo Banü Zafar, a que Bachir pertencia, dirigiu-se até o Profeta, pedindo-lhe que intercedesse por ele. Por desconhecer a verdade dos fatos, o Profeta o aceitou e, quando estava prestes a defendê-lo, foi revelado este versiculo, revelando-lhe a verdade.
Realmente, revelamos-te o Livro, a fim de que julgues entre os humanos, segundo o que Deus te ensinou. Não sejas defensor dos pérfidos[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Os exegetas explicam esta passagem com referência ao caso de Taima Ibn Ubairac, nominalmente muçulmano, mas na realidade um hipócrita, afeito de toda sorte de iniqüidades. Este era suspeito de haver roubado um conjunto de armadura e, quando as provas contra ele se tornaram deveras evidentes, escondeu a propriedade roubada na casa de um judeu, onde ela foi encontrada. O judeu negou o gravame e acusou Taima, mas as simpatias da comunidade muçulmana estavam do lado de Taima, por causa da sua nominal profissão do Islam. O caso foi levado ao conhecimento do Mensageiro, que inocentou o judeu, de acordo com o rigoroso princípio da justiça, como “dirigido por Deus.”
Revelamos-te o Livro com a verdade para que julgues entre os homens conforme o que Deus te mostrou. Mas não sejas para os pérfidos um defensor.
(Mansour Challita, 1970)
Nós por certo vos enviámos o Livro contendo a verdade, para que tu possas julgar entre os homens pelo que Allah te ensinou. E não advogues o causa daqueles que traíram a confiança.
Não abrandeis na perseguição ao inimigo[¹]. Se vós sofreis, eles também sofrem, mesmo como vós sofreis. Além disso, vós esperais de Deus o que eles não esperam. É Deus quem sabe e toma decisões corretas.
E não vos desanimeis, na busca do povo inimigo; se estais sofrendo, eles, também, sofrem como vós sofreis, enquanto vós esperais de Allah o que eles não esperam. E Allah é Onisciente, Sábio.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
E não desfaleçais na perseguição ao inimigo; porque, se sofrerdes, eles sofrerão tanto quanto vós; porém, vós podeis esperar de Deus o que eles não esperam; sabei que Deus é Sapiente, Prudentíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E não fraquejeis na perseguição dos inimigos; pois, se sofrerdes, sofrerão tanto quanto vós; e vós esperais de Deus o que eles não esperam. Deus é conhecedor e sábio.
(Mansour Challita, 1970)
E não afrouxai na busca desta gente. Se vós sofreis, ela também sofre mesmo como vós sofreis. Mas vós esperais da parte de Allah o que eles não esperam. E Allah é Todo-Conhecedor, Sábio.
Quando fazeis a oração[¹], citai Deus[²], de pé, sentados e sobre vossos lados. E, quando estiverdes em segurança, fazei completa a oração[³]. Porque, a oração é imposta aos crentes como limitado com tempo[⁴].
(Fundação Suleymaniye)
[¹]. (قضي = qadâ) significa fazer algo completo e firmemente e colocá-lo em prática (Maqâyis). É usado no sentido de tomar uma decisão sobre um assunto (Al Isra 17/23) e completar uma tarefa (Fussilat 41/12), bem como no sentido de fazer o trabalho completa e firmemente (Al Baqarah 2/200, Taha 20 / 72). Neste versículo, qada significa cumprir oração.
[²] Sentar em uma rak’ah só pode ser depois da prostração. Visto que, de acordo com o versículo anterior, uma rak’ah termina em prostração, é necessário realizar outra prostração após sentar. Isso mostra que é obrigado fazer duas prostrações em cada rak’ah, sentar-se entre as prostrações e ao zikr naquele momento. Os lados da pessoa são os braços e as pernas. O corpo pode se apoiar nos braços e nas pernas de duas maneiras. Na primeira, os joelhos e cotovelos são mantidos retos e as mãos são colocadas sobre os joelhos de forma que o tronco fique nas laterais. Na segunda, joelhos e mãos são colocados antes de abaixar a cabeça para a prostração, o abdômen é mantido afastado dos joelhos e, assim, o corpo é colocado nas laterais. Neste caso, o versículo nos diz a forma de ficar em pé, se curvar e prostrar em uma rak’ah. Neste caso, o versículo nos diz a forma de ficar em pé, se curvar e prostrar em uma rak’ah. Há outra ordem: “Glória após as prostrações.” (Qaf 50/40). A palavra prostrações está no plural. Em árabe, o plural denota pelo menos três. Uma vez que há duas prostrações em cada rak’ah, a menor prostração depois de duas é quatro, e depois de duas rak’ahs é obrigado sentar-se e fazer tasbih. Isso mostra que tahiyyat e dua’s semelhantes são um requisito deste versículo. A razão para sentar após a terceira e a quarta rak’ahs é a mesma. A razão pela qual aqueles que realizam uma oração de medo de uma rak’ah com o profeta não se sentam após a segunda prostração é devido ao número de prostrações.
[³] A ordem de “fazei completa a oração” significa “Não reduzais a um rakat após o medo passar.”
[⁴] Por este motivo, nenhuma oração pode ser realizada fora dos limites de tempo que é determinada para ela.
E, quando houverdes encerrado a oração, lembrai-vos de Allah, estando de pé ou assentados ou deitados. E, quando estiverdes em segurança, cumpri a oração. Por certo, a oração, para os crentes, é prescrição com tempos marcados.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
E quando tiverdes concluído a oração¹, mencionai Deus, quer estejais de pé, sentados, ou deitados. Porém, quando estiverdes fora de perigo, observai a devida oração, porque ela é uma obrigação, prescrita aos fiéis para ser cumprida em seu devido tempo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] São possíveis duas interpretações: (1) “quando tiverdes concluído a oração conjunta”; (2) “quando (devido ao perigo extremo) tiverdes de omitir completamente as orações conjuntas, mesmo as curtas, indicadas para o tempo de perigo.” Preferimos a última, porquanto está mais de acordo com a sentença seguinte, que nos exorta a nos lembrarmos de Deus individualmente, em qualquer postura possível, durante o perigo. Porém, passado o perigo, as orações completas deverão ser praticadas nos tempos prescritos.
Tendo praticado o culto, lembrai-vos de Deus, sentados, recostados ou em pé. Depois, quando estiverdes novamente em segurança, recitai todas as orações. A oração é prescrita aos crentes em tempos marcados.
(Mansour Challita, 1970)
E quando tiverdes terminado a Oração, lembrai-vos de Allah, de pé, e sentados, e deitados sobre o lado. E quando estiverdes livre de perigo, então observai a Oração na forma prescrita. Na verdade a Oração é imposta aos crentes para ser rezada a horas prescrita.
(Ó Muhammad!) Se tu estiveres entre eles e realizas por completo a oração[¹] para que eles possam a realizem contigo, que um grupo deles ore contigo, mas que se armem. Ao terminar as prostrações, que se dispersem ao seu redor (que assumem a vigilância). Que o outro grupo que não orou, venha imediatamente e ore contigo, porém, que tome suas precauções e que se armem. Os que fazem incredulidade queriam que ficásseis longe de vossas armas e de vossos pertences, e então ataquem repentinamente. Não será pecado para vós em deixardes de lado vossas armas por causa de um problema causado pela chuva ou estiverdes enfermos, porém, tomai vossas precauções. Deus preparou um tormento humilhante para os descrentes.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Todas as orações durante a jornada são 2 rak’ahs, exceto a oração de maghrib. Esta não é uma abreviatura, mas é o estado completo da oração na viagem; porque “as-salat”, que é forma passiva do verbo (iqama = أقام = realizar completo) neste versículo, é a oração realizada durante a viagem. Os três versículos aqui (An Nissa 4/101 – 103) mostram que abreviar essa oração, ou seja, reduzi-la de 2 rak’ahs para 1 rak’ah, é exclusivo da situação de “medo de ser atacado”. Então, se não houver medo de ser atacado, outras orações além da oração da maghrib são realizadas como duas rak’ahs durante a jornada.
E, quando estiveres, Muhammad, com eles, e lhes celebrares a oração, que uma facção deles ore contigo e tome suas armas; então, ao terminar a prosternação, que a outra facção esteja atrás de vós. E que esta outra facção, que não orou, venha e ore, contigo, e que tome suas precauções e suas armas. Os que renegam a Fé almejariam que desatentásseis de vossas armas e de vossos pertences; então, atacar-vos-iam, de uma só vez. E não haverá culpa sobre vós, em deixardes de lado vossas armas, se sois molestados pela chuva ou estais enfermos. E tomai vossas precauções. Por certo, Allah preparou para os renegadores da Fé aviltante castigo.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quando estiveres entre eles e os convocares a observarem a oração (ó Mensageiro), que uma parte deles tome de suas armas e a pratique contigo; e, quando se prostrarem, que a outra se poste na retaguarda; ao concluírem, que se retire e se ponha de guarda e suceda-lhe a parte que não tiver orado, ainda, e que reze contigo. Que não precavenham e levem suas armas, porque os incrédulos ansiarão para que negligencieis as vossas armas e provisões, a fim de vos atacarem de surpresa¹. Tampouco sereis recriminados se depuserdes as armas quando a chuva a isso vos obriga, ou estiverdes enfermos; mas tomai vossas precauções. Sem dúvida, Deus destina aos incrédulos um castigo ignominioso.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A oração em congregação, em perigo face ao inimigo, vale-se do princípio de que o conciliábulo deve ser dividido em dois grupos; um grupo ora, enquanto o outro vigia o inimigo; então, o outro grupo pratica a oração, enquanto o primeiro recua para enfrentar o inimigo; cada grupo procede de uma ou duas rac’at, ou cerca da metade da oração conjunta; todas as precauções são tomadas no sentido de se evitar uma arremetida do inimigo; mesmo enquanto em oração, armaduras e armas não são necessariamente postas de lado, exceto se for provável uma precipitação de chuva, que causará inconveniência ao portador da armadura e dano às armas, ou quando qualquer indisposição ou fadiga abalar as energias do portador.
E quando estiveres entre eles para organizar o culto em tempo de guerra, que um grupo de crentes esteja contigo com suas armas. Após prostrarem-se, que permaneçam atrás de vós. E que venha outro grupo que ainda não orou para orar contigo, e que esteja atento e armado. Os descrentes gostariam de ver-vos negligenciar vossas armas e bagagens. Cairiam então sobre vós de uma vez. Não sereis censurados se depositardes as armas quando vos molestarem a chuva ou a doença. Mas tomai vossas precauções. Deus preparou para os descrentes um castigo humilhante.
(Mansour Challita, 1970)
E quando tu estiveres entre eles, e para eles digas a Oração, que um grupo deles fique contigo e que tomem as suas armas. E quando eles tiverem executado as suas prostrações, que vão para trás de vós e que um outro grupo, que ainda não tenha rezado, venha para a frente e reze comigo; e que des tomem os seus meios de defesa e as suas armas. Os incréus desejam que vós sejais negligentes com as vossas armas e a vossa bagagem, para que imediatamente pudessem lançar-se sobre vós. E não será pecado para vós, se tiverdes dificuldade por causa da chuva ou se estiverdes doente, que ponhais de parte as vossas armas. Mas vós devereis sempre tomar os vossos meios de defesa. Por certo, Allah tem preparado um humilhante castigo para os incréus.
Quando partis na viagem, não há pecado em abreviardes a oração[¹], se temeis que os que descreem vos ataquem[²]. Os descrentes são vossos inimigos manifestos.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] A oração que fazeis durante uma viagem.
[²] Existem 4 situações diferentes para a oração, que Deus tornou obrigatória para nós como uma adoração por tempo limitado. A oração que oramos em condições normais, a oração que oramos durante uma viagem, a oração que oramos com medo (Al Baqarah 2 / 238-239) e a oração que realizamos com medo de ser atacados. No próximo versículo, é explicado como abreviar a oração realizada durante a viagem sob o medo de ser atacado.
E, quando percorrerdes a terra, não haverá culpa sobre vós, em abreviardes as orações, se temeis que os que renegam a Fé vos provem. Por certo, os renegadores da Fé são-vos inimigos declarados.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quanto viajantes pela terra não sereis recriminados por abreviardes as orações[¹], temendo que vos ataquem os incrédulos; em verdade, eles são vossos inimigos declarados.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] O versículo 101 concede permissão para abreviarem a oração conjunta, quando as pessoas se encontrarem em viagens; os versículos 102-104 tratam de casos em que há perigo de guerra, diretamente com o inimigo. A abreviação da oração conjunta, em ambos os casos, é conduzida, regulamentada minuciosamente, pela prática do Mensageiro e de seus companheiros. Quanto às viagens, duas perguntas são suscitadas: no que consiste uma viagem com esse propósito?; seria o temor de um ataque motivo suficiente para que se abreviassem as orações conjuntas? Quanto à primeira, é preferível deixar o assunto a critério da pessoal, apenas tecendo considerações a todas as circunstâncias da viagem, como no caso da que exclui o jejum (versículo 184 da 2ª Surata e respectiva nota). O texto deixa-a a critério da pessoa. Quanto à segunda, a prática do Mensageiro mostra que o perigo não é uma condição necessária; é meramente mencionado com um possível incidente, O Mensageiro freqüentemente abreviava as orações, de quatro para duas rac’at, na Oração do Meio-dia, na Oração da Tarde, e na Oração da Noite; as outras duas, de qualquer modo, são curtas: a Oração, da Alvorada, com duas rac’at, e a Oração do Crepúsculo, com três.
E quando viajardes pela terra, não sereis censurados por abreviar as orações se receardes que os descrentes possam prejudicar-vos. Os descrentes têm sido vossos inimigos declarados.
(Mansour Challita, 1970)
E quando viajardes na terra, não será pecado para vós se encurtardes a Oração, no caso de receardes que os que descreem vos possam causar incômodo. Na verdade, os incréus são vossos inimigos declarados.
Quem emigra no caminho de Deus encontrará abundante lugar de refúgio e amplidão. Quem sai de sua casa para emigrar no caminho de Deus e Seu mensageiro, em seguida a morte o atinge, seu prêmio estará com Deus. Deus é Perdoador, é tem favor abundante.
(Fundação Suleymaniye)
E quem emigra, no caminho de Allah, encontrará, na terra, bastante abrigo – aviltante para o inimigo – e prosperidade. E quem sai de sua casa, emigrando para Allah e seu Mensageiro[¹] em seguida a morte atinge-o, com efeito, impenderá a Allah seu prêmio. E Allah é Perdoador, Misericordiador.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Para a cidade de Deus e de seu mensageiro : Al- Madinah.
Mas quem migrar pela causa de Deus, achará, na terra, amplos e espaçosos refúgios. E quem abandonar seu lar, migrando pela causa de Deus e de Seu Mensageiro, e for surpreendido pela morte, sua recompensa caberá à Deus, porque é Indulgente, Misericordiosíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quem emigrar pela causa de Deus, encontrará na terra muitos refúgios e abundância. E quem sair de sua casa em direção a Deus e a Seu Mensageiro e for atingido pela morte, seu resgate incumbirá a Deus. Deus é indulgente e misericordioso.
(Mansour Challita, 1970)
E quem quer que emigre na causa de Allah achará na terra um abundante lugar de refúgio e fartura. E quem quer que parta de sua casa, emigrando na causa de Allah e Seu Mensageiro, e a morte lhe sobrevenha, a sua recompensa está em Allah, e Allah é o Mais Generoso e Misericordioso.
Exceto homens, mulheres e crianças oprimidos, que não são capazes de qualquer solução, ou não podem encontrar uma saída.
(Fundação Suleymaniye)
Exceto os indefesos, dentre os homens e as mulheres e as crianças, que não têm meios de emigrar e não se guiam a caminho algum,
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Excetuam-se os inválidos, quer sejam homens, mulheres ou crianças. Que carecem de recursos ou não podem encaminhar-se por senda alguma[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Se devido a incapacidade física, mental ou moral estivermos impossibilitados de encetar um bom combate, deveremos contentar-nos em nos opormos ao mal ou nos livrarmos dele. A graciosa Misericórdia de Deus reconhecerá e perdoará a nossa fraqueza, desde que seja real e não meramente uma desculpa.
Salvo os fracos entre os homens e as mulheres e as crianças, que nada podiam fazer e não foram encaminhados.
(Mansour Challita, 1970)
Exceto tais fracos entre os homens, mulheres e crianças, que sejam incapazes de adotar qualquer plano ou de achar qualquer caminho.
Enquanto os anjos levarão as almas daqueles que foram injustos com si mesmo[¹], perguntarão: “Em que situação estáveis?”, e eles dirão: “Fomos oprimidos em nossa própria terra”[²]. Em seguida, os anjos dirão: A terra de Deus não era suficientemente ampla para que migrásseis? A morada deles será inferno. Que ruim cair nessa situação[³]!
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Acredita-se que existe apenas um anjo da morte chamado Azrael. De acordo com o Alcorão, os anjos (maleku’l-mawt) encarregados de tirar as almas das pessoas são mais de um (Al An’am 6/61, An Nahl 16/28-32, As Sajdah 32/11). Nos hadices, são chamados de “malaku’l-mavt” (Buhârî, Janâʾiz, 69, Anbiya 31; Muslim, Fażâżil, 157, 158; Tirmizi, Tafsîr, 7; İbn Mâjah, Jihâd, 10; Musnad, II, 269, 351; IV, 287; V, 395). A palavra Azrael não é encontrada no Alcorão e nos hadices autênticos.
[³] Um exemplo disso são os hipócritas de Meca descritos nos versos An Nissa 4/88-9.
Por certo, àqueles que foram injustos com si mesmo, os anjos lhes levarão as almas, dizendo: “Em que situação estáveis?” dirão: “Estávamos indefesos na terra.” Os anjos dirão: “A terra de Allah não era bastante ampla, para, nela, emigrardes?” Então, a morada desses será a Geena. E que vil destino!
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aqueles a quem os anjos arrancarem a vida, em estado de iniqüidade[¹], dizendo: Em que condições estáveis? Dirão: Estávamos subjulgados, na terra (de Makka). Dir-lhes-ão os anjos: Acaso, a terra de Deus não era bastante ampla para que migrásseis? Tais pessoas terão o inferno por morada. Que péssimo destino!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A ocorrência imediata que ocasionou esta passagem foi a da questão da emigração (hijrat) dos locais em que o Islam estava sendo perseguido e subjugado. Obviamente, o dever dos muçulmanos era deixar tais lugares, mesmo que isso significasse abrir mão de seus lares e juntar-se à comunidade muçulmana, fortalecendo-a, para que nela pudessem viver em paz e lutar contra o mal que os rodeava. Porém, o significado é mais amplo. O Islam não diz: “Não ofereçais resistência ao mal!” Pelo contrário, ele impõe uma porfia constante e incessante contra o mal. Para tanto, é necessário que nos esqueçamos dos nossos lares, que nos juntemos à nossa irmandade, tomando de sobressalto e expugnando a fortaleza do mal. Porque o dever do muçulmano não consiste, somente, em praticar o bem, mas em coibir o mal. Para efetuarmos o nosso assalto, deveremos conquistar uma posição da qual tal assalto seja possível; e saibamos que a terra de Deus é suficientemente espaçosa para tal propósito. “Posição” não significa apenas situação geográfica, mas também posição moral e material. Por exemplo, devemos evitar companhias maléficas se não pudermos desbaratar o mal, e diligenciar no sentido de galgar uma posição em que sejamos capazes de empreender tal proeza.
Àqueles que morrem na iniquidade, os anjos ao receber-lhes a alma, perguntarão: “O que fizestes de vossa vida? ” Responderão: “Nada podíamos fazer lá onde estávamos.” Perguntar-lhes-ão:- “Não era a terra de Deus bastante vasta? Por que não emigrastes?” Esses terão a Geena por morada. A péssima morada!
(Mansour Challita, 1970)
Na verdade, aqueles a quem os anjos fizeram morrer enquanto estavam prejudicando as suas almas, eles (os anjos) lhes dirão: ‘O que pretendeis vós?’ Eles responderão: ‘Nós somos tratados como fracos na terra’. Eles dirão. ‘Não era a terra de Allah suficientemente vasta para vós nela emigrardes?’ São estes cuja morada será o inferno, e um mau destino esse é;
Não são iguais, aqueles dentre os crentes que se sentam e permanecem sem uma desculpa¹, e os que combatem com suas riquezas e suas vidas no caminho de Deus. Deus elevou a posição daqueles que fazem jihad com suas riquezas e vidas² acima daqueles que se sentam e permanecem. Deus prometeu a todos o mais belo (que fizeram)³. Porém, com uma grande recompensa que concederá, Deus tornou os que fazem jihad superiores dos que se sentaram e permaneceram.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] At Taubah 9/91, Al Fath 48/17
[²] Jihad (جهاد) é qualquer tipo de luta para obedecer à ordem de Deus contra a pressão do inimigo, o diabo ou os desejos (Mufradat).
[³]Por certo, aqueles, aos quais foi antecipada, por Nós, a mais bela recompensa, esses serão dela afastados. (Al Anbiya 21/101). Essas são pessoas que se mantêm longe dos pecados graves. (An Nissa 4/31, An Najm 53 / 31-32)
Não se igualam os ausentes do combate, dentre os crentes não inválidos, e os lutadores no caminho de Allah, com suas riquezas e com si mesmos. Allah prefere os lutadores, com suas riquezas e com si mesmos, aos ausentes, dando-lhes um escalão acima destes. E a ambos Allah promete a mais bela recompensa. E Allah prefere os lutadores aos ausentes, dando-lhes magnífico prêmio:
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Os fiéis, que, sem razão fundada, permanecem em suas casas, jamais se equiparam àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas pela causa de Deus; Ele concede maior dignidade àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas do que aos que permanecem (em suas casas). Embora Deus prometa a todos (os fiéis) o bem, sempre confere aos combatentes uma recompensa superior à dos que permanecem (em suas casas).
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Não há igualdade entre os crentes que permanecem em casa, sem serem inválidos, e os que combatem e arriscam bens e vida a serviço de Deus. Deus eleva os que lutam por Ele com seus bens e sua vida um grau acima dos outros. A todos, Deus promete excelente recompensa, mas conferirá aos combatentes paga superior à dos que permanecem em casa:
(Mansour Challita, 1970)
Aqueles dentre os crentes que se deixam ficar quietos, com exceção dos incapacitados, e os que se esforçam na causa de Allah com a sua riqueza e as suas pessoas, não são iguais. Allah exaltou em posição os que se esforçam com a sua riqueza e as suas pessoas acima dos que se deixam ficar quietos. E a cada um Allah prometeu o bem. E Allah exaltou os que se esforçam acima dos que se deixam ficar quietos por meio duma grande recompensa.