Ó vós que credes confiais! Quando partirdes a combate no caminho de Deus, investigai (até entender seu verdadeiro propósito) quem declara sua rendição a vós[¹]. Não digais a ele, cobiçando o benefício temporário da vida mundana: “Tu não és crente”[²]. Junto de Deus, há muitos troféus. Antes, éreis assim como eles[³], Deus vos favoreceu (e então, vos tornastes crentes). Então, investigai seu propósito. Deus conhece o interior de tudo o que fazeis.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] An Nahl 16/28, 16/87
[²] A expressão no versículo geralmente significa “aquele que vos saúda” ou “aquele que vos oferece a paz”. No entanto, o assunto aqui é a pessoa que se refugiou no exército muçulmano depondo as armas em caso de guerra. É o suficiente para essa pessoa se render para garantir sua vida e propriedade, independentemente de ser crente ou não. Mas existe a obrigação de fazer todos os tipos de investigações sobre ele e determinar se ele é confiável.
[³] Al Imran 3/164
Ó vós que credes! Quando percorrerdes o caminho de Allah[¹] certificai-vos da situação, e não digais àquele que vos dirige a saudação do Islão: “Não é crente”, buscando com isso, os efêmeros bens da vida terrena[²] pois, junto de Allah, há muitos ganhos[³]. Assim, éreis, antes[⁴], e Allah fez- vos mercê do Islão. Então, certificai-vos. Por certo, Allah, do que fazeis, é Conhecedor.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Ou seja, “se fordes combater pela causa de Deus”.
[²] Nos primórdios do Islão, o sinal de reconhecimento de um moslim para outro era o cumprimento “as-salãmu alaikum”, “que a paz seja sobre vós”. Houve ocasiões, porém, em que alguns combatentes moslimes tiveram dúvidas acerca de quem assim os saudava, e terminavam por matá-lo, para ficar-lhe com os espólios. Este versículo foi revelado, então, para impedir a matança indiscriminada, oriunda da falta de clareza desta identificação moslim.
[³] A palavra ganhos traduz maghãnim, que significa espólios. O versículo adverte o crente de que jamais deve matar só para aproximar-se dos espólios da vítima, os quais nada são diante das recompensas oferecidas por Deus.
[⁴] Este versículo lembra os moslimes de que, no início do Islão, quando eram perseguidos pelos inimigos, o único sinal de reconhecimento entre eles, quando em combate na senda de Deus, era a saudação islâmica. Agora, agraciados com o Islão, fortes e poderosos, devem acatar esta saudação vinda de quem quer que seja, como sinal de sua crença.
Ó fiéis, quando viajardes pela causa de Deus, sede ponderados; não digais, a quem vos propõe a paz: Tu não é fiel — com o intento de auferirdes (matando-o e despojando-o) a transitória fortuna da vida terrena. Sabei que Deus vos tem reservado numerosas fortunas. Vós éreis como eles, em outros tempos; porém Deus vos agraciou (com o Islam). Meditai, pois, porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Ó vós que credes, quando fordes à guerra combater por Deus, ponderai antes de agredir quem vos saúda e de dizer-lhe: “Não és um crente.” Ambicionais os bens deste mundo? Deus tem espólios abundantes. Vós também éreis descrentes antes que Deus vos agraciasse. Precavei-vos. Deus observa o que fazeis.
(Mansour Challita, 1970)
Oh vós que credes, quando partirdes na causa de Allah, investigai de maneira apropriada e não dizei a ninguém que vos saúde com a saudação de paz, ‘Tu não és um crente*. Vós procurais os bens desta vida, mas com Allah estão coisas boas em fartura. Tais éreis vós antes disto, mas Allah conferiu-vos o Seu favor; de modo que investigai de maneira apropriada. Por certo. Allah dã-se bem conta do que vós fazeis.
Quem mata um crente[¹], intencionalmente, seu castigo será o inferno, no qual habitarão para sempre. Deus irou contra ele, o amaldiçoou/excluiu e preparou um grande castigo para ele[²].
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Visto que este versículo é a continuação do versículo An Nissa 4/92, a pessoa que comete homicídio aqui não pode ser outra que não um crente.
E quem mata um crente, intencionalmente, sua recompensa será a Geena; nela será eterno, e Allah irar-Se-á contra ele, e amaldiçoá-lo-á e preparar-lhe-á formidável castigo.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quem matar, intencionalmente, um fiel, seu castigo será o inferno, onde permanecerá eternamente. Deus o abominará, amaldiçoá-lo-á e lhe preparará um severo castigo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quem matar um crente com premeditação, seu castigo será a Geena onde permanecerá para todo o sempre, e a cólera de Deus, e a Sua maldição, e um terrível suplício.
(Mansour Challita, 1970)
E quem quer que mate um crente intencionalmente, a sua recompensa será o inferno, no qual morará. Allah será irado contra ele e amaldiçoá-lo-á e preparará para ele um grande castigo.
Não é admissível que um crente mate outro crente; exceto se por engano. Quem mata um crente por engano, deve libertar um crente subjugo e entregar indenização[¹] a sua família a menos que eles doem. Se o crente que ele matou é de um povo inimigo de vós[²], (apenas) deve libertar um crente subjugo. Se é de um povo, entre o qual e vós exista um pacto, deve entregar indenização a sua família e libertar um crente subjugo. Quem não consegue encontrar alguém subjugo, deverá jejuar dois meses consecutivos. Isso é para que seu arrependimento/retorno seja aceito por Deus. Deus sabe e sempre toma as decisões certas.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] A indenização de matar uma pessoa por engano é 100 camelos, vinte de cada uma das cinco raças. As cinco raças de camelôs são as seguintes: Bint mahaz: camelo fêmea de dois anos. Bint labun: camelo fêmea de três anos. Hikka: camelo fêmea de quatro anos. Jaza’a: camelo fêmea de cinco anos. Ibn mahaz: camelo macho de 2 anos. (Ömer Nasuhi Bilmen, Hukuki İslamiye ve Istılahatı Fıkhiyye Kamusu, vol: 3, página: 48). Hoje, o custo de 100 camelos deve ser calculado e pago para a família da vítima. Aqueles que não conseguem encontrar um cativo para libertar devem jejuar por dois meses consecutivos. Na época do Profeta (saw), seu valor era de 1.000 dinares, ou seja, 4.350 gr. era ouro. Por esse motivo, os livros de fiqh dizem que pagar 1.000 dinares como indenização será suficiente. O Profeta explicou a indenização a ser recebida como seguinte: “Quem matar um crente intencionalmente ela será entregue aos pais do morto. Ou o matam se quiserem, ou recebem sua indenização se quiserem. A indenização consiste em trinta hikka, camelos fêmeas de quatro anos, trinta jaza’a (camelos fêmeas de cinco anos), e quarenta califas, isto é, camelos grávidas. Esta é a indenização do assassinato deliberado. As partes também podem concordar mutuamente sobre algo. Isso é indenização mughallaza.” (Ahmad ibn Hanbal, Musnad, v. II, p. 217). A indenização mughallaza significa indenização agravada.
[²] Será garantida a segurança da vida de todos os membros de uma sociedade com a qual fizemos um tratado e daqueles que nela se refugiaram (An Nissa 4/90).
E não é admissível que um crente mate a outro crente, exceto se por engano. E quem mata um crente por engano, então, que ele se alforrie um escravo crente e entregue indenização[¹] a sua família a menos que esta a dispense, por caridade. E, se a vítima é de um povo inimigo de vós, e é crente, que se alforrie um escravo crente. E, se é de um povo, entre o qual e vós exista aliança, que se entregue à sua família indenização e se alforrie um escravo crente. E quem não encontra recursos, que jejue, por dois meses seguidos, como volta arrependida para Allah. E Allah é Onisciente, Sábio.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Essa indenização é válida, conforme a tradição árabe, em cem camelos, ou o preço correspondente a eles. Não os havendo, valerão outras espécies animais, em quantidades determinadas.
Não é dado, a um fiel, matar outro fiel[¹], salvo involuntariamente; e quem, por engano, matar um fiel, deverá libertar um escravo fiel e pagar compensação à família do morto, a não ser que esta se disponha a perdoá-lo. Se (a vítima) for fiel, de um povo adversário do vosso, impõe-se a libertação de um escravo fiel[²]; porém, se pertence a um povo aliado, impõe-se o pagamento de uma indenização à família e a manumissão de um escravo fiel. Contudo, quem não estiver em condições de fazê-lo, deverá jejuar dois meses consecutivos, como penitência imposta por Deus, porque Ele é Sapiente, Prudentíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A vida é absolutamente sagrada na Irmandade Muçulmana. Todavia, enganos, às vezes, acontecem, como aconteceu em Uhud, em que vários muçulmanos foram mortos (confundidos que foram com os inimigos) por muçulmanos. Não houve intenção criminosa, portanto não houve crime. Mas, em todo o caso, a família do morto ficava afeita a ressarcimento, a menos que se remitisse disso espontaneamente; em compensação, exigia-se que o desafortunado que cometera o engano manumitisse um escravo crédulo. Assim, um engano deplorável constituía-se numa oportunidade para que um escravo crédulo ganhasse a liberdade, uma vez que o Islam desaprovava a escravidão. O ressarcimento deveria ser feito somente se o morto pertencesse à sociedade muçulmana ou a algum povo que estivesse em paz com essa sociedade. Obviamente, nada seria pago se o morto, embora crédulo, pertencesse a um povo que estivesse em guerra com a sociedade muçulmana; mesmo que se pudesse ter acesso ao seu povo, não seria justo aumentar os recursos do inimigo. Se o morto fosse um inimigo em litígio, automaticamente as leis de guerra justificariam a sua morte como contingências guerreiras, a menos que se tivesse rendido antes. Se o homem que ceifou uma vida involuntariamente não possuísse meios de manumitir um escravo crédulo ou proceder ao ressarcimento deveria, então, por meio de um ato de rigorosa abnegação (jejuando por dois meses consecutivos), demonstrar a conscientização da gravidade do ato que praticara, além do sincero arrependimento. Achamos que isto se aplique a todos os três casos mencionados.
[²] Relata-se que Al-Háress Ibn Zaid, da tribo dos Bani Amer, de Makka, quando idólatras, torturou Ai-ach Ibn Rabib, um muçulmano. Depois da Hégira, Al Háress tornou-se muçulmano e viajou para Madina, encontrando-se, então, com Ai-ach; este, sem ter consciência da adesão daquele, matou-o. arrependido, foi à presença do Profeta e contou-lhe o ocorrido, ao que o Profeta disse: “Vá, ó Ai-ach, e liberta um escravo muçulmano.”
Não pode um crente matar outro crente, a não ser por engano. Quem matar um crente por engano, deverá libertar um escravo crente e pagar o resgate de um muçulmano à família do morto, a menos que a família, por caridade, o dispense. Se a vítima for um crente pertencente a um povo inimigo, impõe-se libertar um escravo crente. E se pertencer a um povo aliado vosso, impõe-se pagar à família o resgate de um crente e libertar um escravo crente. Quem não puder fazê-lo, deverá jejuar dois meses seguidos como penitência a Deus. Deus é conhecedor e sábio.
(Mansour Challita, 1970)
Não é próprio a um crente matar outro crente a não ser que seja por engano. E o que mate um crente por engano libertará um escravo crente, e uma compensação em dinheiro será paga aos seus herdeiros, a não ser que eles o remitirem como caridade. Mas se a pessoa morta for de um povo a vós hostil, e for um crente, então o culpado libertará um escravo crente; e se ele for dum povo entre o qual e vós exista um pacto, então o culpado pagará uma compensação em dinheiro para ser entregue aos seus herdeiros, e libertará um escravo crente, Mas quem quer que não ache um, então esse jejuará durante dois meses consecutivos —uma mercê da parte de Allah. E Allah é Todo-Conhecedor, Sábio.
Vereis outros hipócritas que desejam estar seguros da vossa parte, e que desejam estar seguros da parte do seu próprio povo. Cada vez que forem orientados[¹] à sedição[²], mergulham nela de cabeça. Se não se apartam de vós, nem vos oferecerem paz, nem contêm suas mãos de vós, pegai-os e matai-os, onde quer que os encontreis. Esses são aqueles contra os quais demos a vós eviente autoridade.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] à combeter convosco
[²] A palavra “fitnah =” é da raiz “fa-ta-na = فتــن”, que significa “colocar algo no fogo” (Lisan). Sua forma verbal é “fatana”. Quando o objeto do verbo “fatana” é humano, os seguintes significados se tornam possíveis para a palavra “fitnah”, dependendo do contexto: A palavra “fitna” significa “provação” no caso em que é semelhante à detecção da pureza de um substância (Al A’raf 7/155), “tentação” no caso em que é como cobrir a mina com ouro (Al A’raf 7/27) “guerra” no caso em que é como colocar a sociedade em risco perigo (Al Baqarah 2/191) e “tormento do inferno” se for mencionado o castigo com fogo (Az Záriyat 51/10-14).
Encontrareis outros que desejam estar em segurança, em relação a vós, e em segurança, em relação a seu povo[¹]. Cada vez que forem levados à sedição[²] pela idolatria, nela, fá-los-ão decair. Então, se não se apartam de vós, nem vos lançam a paz, nem detêm as próprias mãos, apanhai-os e matai-os, onde quer que os acheis. E, contra esses, damo-vos evidente autoridade.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] De um lado, ganhando a confiança dos moslimes, pela adesão do Islão, e de outro, a confiança de seu povo, pela permanência na descrença.
[²] Ou seja, cada vez que forem levados ou à desordem da guerra contra os moslimes, ou à apostasia
Encontrareis outros que intentarão ganhar a vossa confiança, bem como a de seu povo. Toda a vez que forem chamados à intriga, nela sucumbirão. Se não ficarem neutros, em relação a vós, nem vos propuserem a paz, nem tampouco contiverem as suas mãos, capturai-os e matai-os, onde quer que os acheis, porque sobre isto vos concedemos autoridade absoluta.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Outros desejam prevenir-se e prevenir seu povo contra vós, pois cada vez que vos hostilizam, sucumbem. Se, portanto, não se conservarem afastados de vós e não vos oferecerem a paz e não retiverem as mãos, capturai-os e matai-os onde quer que os encontreis, porque sobre eles vos concedemos poder absoluto.
(Mansour Challita, 1970)
Vós achareis outros que desejam estar seguros da vossa parte e estar seguros da parte do seu próprio povo; quando quer que sejam feitos reverter a hostilidades fazem-no temerariamente. Por isso, se eles não se mantiverem afastados de vós, nem vos oferecerem paz, nem refrearem as suas mãos, então agarrai-os e matai-os onde quer que os encontreis. Contra estes vos temos dado clara autoridade.
A situação mudará se houver aqueles que se refugiam em um povo, entre o qual e vós exista uma aliança, ou os que chegarem a vós não ousando combater-vos ou por combater seu povo. Se Deus tivesse escolhido diferente, os teria colocado contra vós, e eles vos haveriam combatido. Se eles se mantiverem afastados de vós, não vos combaterem, e vos oferecerem a paz, Deus não mais vos faculta combatê-los.
(Fundação Suleymaniye)
Exceto os que se vincularem com um povo entre o qual e vós exista aliança, ou os que chegarem a vós com os peitos constritos por combater-vos ou por combater seu povo. E, se Allah quisesse, haver-Ihes-ia dado poder sobre vós, e eles vos haveriam combatido. Então, se se apartarem de vós e não mais vos combaterem e vos lançarem a paz, Allah não vos fará caminho algum contra eles.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Exceto àqueles que se refugiarem em um povo, entre o qual e vós exista uma aliança, ou os que, apresentando-se a vós, estejam em dúvida quanto ao combater-vos ou combater a sua própria gente. Se Deus tivesse querido, tê-los-ia feito prevalecer sobre vós e, seguramente, ter-vos-iam combatido; porém, se eles se retirarem, não vos combaterem e vos propuserem a paz, sabei que Deus não vos faculta combatê-los.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Exceto aqueles que se refugiam junto a um povo a quem vos liga uma aliança ou aqueles que vêm a vós, o coração apertado por terem que vos combater ou combater seu próprio povo. Se Deus tivesse querido, tê-los-ia feito prevalecer sobre vós e eles vos teriam combatido. Se, ao contrário, eles depuserem as armas, e não vos combaterem, e vos oferecerem a paz, Deus não vos permitirá mais hostilizá-los.
(Mansour Challita, 1970)
Exceto os que estão ligados a um povo entre o qual e vós existe um pacto, ou os que a vós vem, enquanto o seu coração se retrai de combater contra vós ou de combater contra o seu próprio povo. E se a Allah tivesse aprazido, Ele podia ter-lhes dado poder contra vós, que então eles certamente vos teriam combatido. De modo que se eles se mantiverem afastados dc vós e não vos combaterem, e vos fizerem uma oferta de paz, então lembrai-vos de que Allah não vos ha permitido maneira alguma de agressão contra eles.
Eles almejam que se torneis descrente, como eles se tornaram descrentes, e assim, sejais iguais a eles. Não tomeis a nenhum deles por mais próximo, até que emigrem no caminho de Deus. Se evitarem (hijrah), pegai-os e matai-os, onde quer que os encontreis. Não tomeis a nenhum deles por mais próximo, nem por socorredor.
(Fundação Suleymaniye)
Eles almejam que renegueis a Fé como eles a renegam, e, assim, sereis iguais. Então, não tomeis, dentre eles, aliados, até que emigrem, no caminho de Allah. E, se voltarem as costas, apanhai-os e matai-os, onde quer que os encontreis. E não tomeis, dentre eles, aliado nem socorredor.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Anseiam (os hipócritas) que renegueis, como renegaram eles, para que sejais todos iguais. Não tomeis a nenhum deles por confidente, até que tenham migrado[¹] pela causa de Deus. Porém, se se rebelarem, capturai-os então, matai-os, onde quer que os acheis, e não tomeis a nenhum deles por confidente nem por socorredor.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Migrado: é a forma verbal de que hijrat é derivada. Al Bukhari interpreta isto adequadamente, como “fugir de tudo o que é proibido”. Isto incluiria a migração (hijrat) no sentido técnico de abandonar um lugar em que a prática da religião não seja permitida. Contudo, tal expediente é mais generalizado. Em tempos de guerra, se um homem concorda em se submeter à disciplina e em se abster de infringir as ordens expedidas, terá provada a sua fidelidade e será tratado como um membro da comunidade em guerra. Caso contrário, se por falsas pretensões conseguir ingressar nos conselhos internos, meramente para traí-los, será devidamente tratado como traidor ou desertor, e será punido por sua traição e deserção; ou, se escapar, será tratado como inimigo, destituído de quaisquer concessões de misericórdia. Será considerado pior que um inimigo, porquanto reivindicava ser um de vós para vos espionar e ajudar o inimigo.
Desejariam que fôsseis descrentes como eles: então todos vós seríeis iguais. Não tomeis amigos dentre eles até que emigrem para Deus. Se virarem as costas e se afastarem, capturai-os e matai-os onde quer que os acheis. E não tomeis nenhum deles por confidente ou aliado,
(Mansour Challita, 1970)
Eles gostariam que tu descresses como eles tem descrido, de modo que todos vós pudésseis tornar semelhantes. Não tomai, por isso, amigos dentre eles, até que emigrem pelo caminho de Allah. E se eles se desviarem, então agarrai-os e matai-os onde quer que os encontreis; e não tomai amigo nem auxiliar dentre eles;
O que é que se passa convosco que vos dividistes em dois grupos a respeito dos hipócritas (em Meca)[¹]? Deus os virou de cabeça para baixo pelo que cometeram. Desejais considerar guiado quem Deus considera extraviado? Jamais encontrarás um caminho de mostrar bom para quem Deus considera extraviado.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Esses são os hipócritas de Meca que lutaram contra os muçulmanos em Badr e Uhud. Em Badr, “sua religião os enganou!” eles estavam falando (Al Anfal 8/49). Os seguintes versos sobre eles também foram revelados em Uhud (Al Imran 3/176-177). É fácil reconhecê-los porque se parecem com muçulmanos e tomam partido dos politeístas.
E por que razão vos dividis em dois grupos, no tocante aos hipócritas[¹], enquanto Allah os fez decair pelo que cometeram? Desejais guiar a quem Allah descaminhou? E para quem Allah descaminha, jamais, encontrarás caminho.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Este versículo se refere aos hipócritas que, já havendo abraçado o Islão, ainda apoiavam os inimigos dos moslimes, deixando confusos a estes últimos, que não sabiam se deveriam ou não combatê-los.
Por que vos dividistes em dois grupos a respeito dos hipócritas[¹], uma vez que Deus os reprovou pelo que perpetraram? Pretendeis orientar quem Deus Desvia? Jamais encontrarás senda alguma para aquele a quem Deus desvia.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Quando a deserção, por parte dos hipócritas, em Uhud, quase resultou numa catástrofe para a causa dos muçulmanos, houve um grande ressentimento por parte destes em Madina, quanto àqueles. Uma parte desejava decapitá-los; a outra, deixá-los em paz. A política vigente, entretanto, procurava evitar ambos os extremos, especificados por este versículo. Era patente que eles constituíam um perigo para a comunidade muçulmana, caso fossem admitidos em seus conselhos, sendo que, de qualquer modo era considerados uma perene fonte de desmoralização. Todavia, conquanto toda precaução possível fosse tomada, medida extrema alguma foi aplicada contra eles. Pelo contrario, foi-lhes propiciada a oportunidade de se reabilitarem. Se fizessem um sacrifício pela causa (“abstendo-vos do que é proibido” — ver o versículo seguinte), sua conduta purgá-los-ia da covardia anterior, e a sua sinceridade faria com que fossem aceitos de volta. Porém, se tornassem a desertar da comunidade muçulmana, seriam tratados como inimigos e ficariam afeitos à penalidade adicional, relativa à deserção, que é hoje aplicada por todas as nações em guerra. Mesmo assim, uma exceção humanitária foi feita nos dois casos, especificados no versículo 90 desta Surata.
O que vos leva a vos dividirdes em dois grupos a respeito dos hipócritas? Deus os repeliu porque o mereceram. Pretendeis guiar os que Deus desencaminha? Para os que Deus desencaminha, jamais acharás uma orientação.
(Mansour Challita, 1970)
O que vos aconteceu que estais divididos em dois partidos observando os hipócritas? E Allah prostrou – os por causa que eles mereceram. Desejais vós guiar o que Allah fez parecer? E para o que Allah faz perecer tu não acharás um caminho.
Deus é Aquele que não há mais divindade senão Ele! Ele vos congregará no Dia da Ressurreição; não há dúvidas sobre isso. A palavra de quem pode ser mais verdadeira do que a palavra de Deus?
(Fundação Suleymaniye)
Allah, não existe deus senão Ele! Em verdade, Ele vos juntará no indubitável Dia da Ressurreição. E quem mais verídico que Allah em dizê-lo?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Deus! Não há mais divindade além d’Ele! Ele vos congregará para o indubitável Dia da Ressurreição. Quem é mais leal do que Deus, quanto ao que diz?
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Deus! Não há deus senão Ele. Reunir-vos-á para o dia indubitável da Ressurreição. E quem é mais verídico do que Deus?
(Mansour Challita, 1970)
Allah é Aquele ao lado de Quem não há ninguém digno de ser adorado. Ele por certo continuará a reunir-vos até ao Dia da Ressurreição, acerca do qual não há dúvida alguma. E quem é mais verdadeiro na Sua palavra do que Allah?
Quando receberdes um desejo de saúde e bem-estar de alguma forma, respondei com melhor ou igual[¹]. Deus leva tudo em consideração.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Palavras como “Salamun alaikum”, (Al Qasas 28/55) “salaam” (Hud 11/69), “olá” (Sad 38/59), ou “bom dia”, “boa tarde”, todas essas são palavras são desejos de “saúde e bem-estar “. No versículo, é solicitado que quem faz tais desejos seja atendido por outro melhor, independente de religião ou raça.
E, se fordes saudados com uma saudação, saudai com outra melhor, ou retribuí-a[¹]. Por certo, Allah, de todas as cousas, é Ajustador de contas.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] A saudação usual entre os moslimes, é “as-salãmu alaikum”, “que a paz seja sobre vós”. O versículo convida os moslimes a corresponderem à esta saudação com outra mais afável ainda: “alaíkum as-salãmu wa rahmatu allãhí wa barakãtuh”, “que sobre vós seja a paz, e a misericórdia de Deus e Sua bênção”.
Quando fordes saudados cortesmente, respondei com cortesia maior ou, pelo menos, igual, porque Deus leva em conta todas as circunstâncias.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quando fordes saudados, retribuí com uma saudação melhor, ou pelo menos igual. Deus pede contas de tudo.
(Mansour Challita, 1970)
Se receberes uma expressão de boa vontade retribui com uma saudação melhor, ou pelo menos igual. Allah toma conta de todas as coisas.
Quem apóia uma boa obra[¹] recebe uma parte dela; e quem apóia uma má obra assume a responsabilidade por ela. Deus vê e zela por tudo.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Aqui, o significado de “apoiar” é dado à palavra شَفَاعَةً. Porque شَفَاعَةً é pedir a alguém para acompanhar, acompanhar ou apoiar (Al-Ayn, Mufradat).
Quem intercede, com boa intercessão, terá porção dela. E quem intercede, com má intercessão, terá partilha dela. E Allah, sobre todas as cousas, é Preponderante.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quem interceder em favor de uma causa nobre participará dela; por outra, quem interceder em favor de um ignóbil princípio, igualmente participará dele; e Deus tem poder sobre tudo[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Nestes passageiros ensejos terrenos, a providência e a justiça de Deus nem sempre se apresentam evidentes aos nossos olhos. Porém, é-nos asseverado que acreditemos em que, se ajudarmos numa boa causa e a apoiarmos, compartilharemos de todo o seu crédito e de toda a sua vitória final. E, inversamente, não poderemos sustentar sua causa má, sem compartilhar de todas as consequências maléficas. Se as aparências se assemelharem contrárias a esta assertiva, não nos deixemos levar por elas, porque Deus é Onipotente.
Quem intercede pelo bem, participa do bem; e quem intercede pelo mal, participa do mal. Deus tem poder sobre tudo.
(Mansour Challita, 1970)
Quem quer que faça uma justa intercessão dela terá um quinhão, e quem quer que faça uma má intercessão, dela terá uma porção semelhante; e Allah é poderoso sobre tudo.
Combate no caminho de Deus, tu és apenas responsável por ti mesmo[¹]. Incita os crentes também. Talvez, Deus contenha a invasão dos descrentes. A invasão de Deus é mais forte e Seu impedimento é mais duro.
Então, combate no caminho de Allah; tu não és responsável senão por ti mesmo. E incita os crentes ao combate. Quiçá, Allah detenha a fúria dos que renegam a Fé. E Allah é mais Veemente na fúria e mais Veemente no tormento.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Luta, pois, pela causa de Deus, porque tu és somente responsável por ti mesmo; e esforça-te em estimular os fiéis; quisesse Deus, conteria a fúria dos incrédulos, porque Deus é mais poderoso, ainda, e mais punidor[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A coragem de Mohammad era tão notável quanto o eram seu critério, sua gentileza e sua confiança em Deus. Ao encarar circunstâncias temerosas, freqüentemente era deixado a sós, e assumia a inteira responsabilidade. Todavia, o seu exemplo e a sua palpável confiança em Deus inspiravam e incentivavam os muçulmanos, além de conter a fúria dos seus inimigos, ao considerarmos que ele era o inspirado Mensageiro de Deus, encarregado de desenvolver o Plano d’Ele, constatamos que nada pode resistir a tal Plano. Se acontece de o inimigo ter solidez, poder ou recursos, saibamos que a solidez, o poder e os recursos de Deus são infinitamente maiores.
Combate, pois, pela causa de Deus. És responsável apenas por ti mesmo. E exorta os crentes. Queira Deus conter a força dos descrentes! Deus é o mais forte e o mais rigoroso no castigo.
(Mansour Challita, 1970)
Combate, pois, na causa de Allah —tu não és tornado responsável senão por ti próprio— e insiste com os crentes. É possível que Allah restrinja o poder dos que descreem; e Allah é mais forte em poder e mais forte em infligir o castigo.
Quando alguma notícia que inspira confiança ou medo lhes chega, espalham-nas. Porém, se as tivessem levado ao Mensageiro e aos competentes, os que podem tirar veredito correto resolvia o assunto¹. Não fosse o favor de Deus para convosco e Sua misericórdia, exceto poucos, haveríeis seguido a Satã.
E, quando algum assunto de segurança ou medo lhes chega, divulgam-no. E, se eles o levassem ao Mensageiro e às autoridades entre eles, os que o desvendam, por meio desses¹ sabê-lo-iam. E, não fora o favor de Allah para convosco e Sua misericórdia, haveríeis, exceto poucos, seguido a Satã.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] É em época de combate que toda a espécie de boatos surge, suscitando ora o ânimo ora o desânimo, entre os combatentes. Aproveitando-se disso, os hipócritas, sem medir consequências, divulgavam-nos, mesmo sabendo-os falsos. Este versículo adverte aos propagadores de boatos que os submetam ao Profeta e às autoridades, para que lhes seja esclarecida a veracidade e, com isso, não sejam os combatentes importunados.
Ao tomarem (os hipócritas) conhecimento de qualquer rumor, quer seja de tranquilidade ou de temor, divulgam-no espalhafatosamente. Porém, se o transmitissem ao Mensageiro ou às suas autoridades, os discernidores, entre eles, saberiam analisá-lo. Não fosse pela graça de Deus e pela Sua misericórdia para convosco, salvo poucos, teríeis todos seguido Satanás.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quando ouvem algo — inspire tranqüilidade ou temor — divulgam- no. Se antes o transmitissem ao Mensageiro ou às autoridades, os experimentados saberiam avaliá-lo. Não fosse a graça de Deus e Sua clemência, teríeis seguido o demônio, salvo uns poucos.
(Mansour Challita, 1970)
E quando lhes vem quaisquer novas quer sejam de paz quer de temor, eles espalham-nas por toda a parte; ao passo que se as tivessem comunicado ao Mensageiro e aos que entre eles exercem autoridade, por certo os que dentre eles possam chegar a conclusão certa. E não tivesse sido pela demência de Allah para convosco e pela Sua misericórdia, vós terieis seguido Satã, salvo uns poucos.
Te dizem: “Sim senhor!” Porém, quando se retiram de tua presença, um grupo deles planeja, à noite, outras coisas que o que disseste. Deus escreve o que planejam. Não ligue para eles! Confia em Deus. Basta Deus como digno de confiança.
(Fundação Suleymaniye)
E dizem: “Obediência!”, e, quando se retiram de tua presença, uma facção deles maquina, à noite, outra cousa que o que disseste. Mas Allah escreve o que maquinam. Então, dá-lhes de ombros e confia em Allah. E basta Allah por Patrono.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Eles juram-te obediência! Porém, quando se retiram da tua presença, uma parte deles planeja, durante a noite, fazer o contrário do que disseste. Mas (a verdade é que) Deus registra tudo quanto, durante a noite, confabulam. Opõe-te, pois, a ele e encomenda-te a Deus, porque Ele é para ti suficiente Guardião.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Prometem-te obediência. Quando se retiram de tua presença, porém, parte deles confabulam de noite o contrário do que te disseram. Deus registra-lhes as confabulações noturnas. Afasta-te deles e encomenda-te a Deus. Basta Ele por protetor.
(Mansour Challita, 1970)
E eles dizem: ‘Obediência é o princípio que nos guia; mas quando sc vão da tua presença, uma seção dentre eles passa a noite a fazer planos contra o que tu disseste. Allah regista tudo o que eles planejam durante a noite. De modo que afasta-te deles e põe a tua confiança em Allah. E suficiente é Allah como um Árbitro de negócios.
Quem obedece voluntariamente ao mensageiro obedece a Deus. Quem vira as costas, deixa virem; não te enviamos sobre eles como guardião.
(Fundação Suleymaniye)
Quem obedece ao Mensageiro, com efeito, obedece a Allah. E quem volta as costas, não te enviamos, sobre eles, por custódio.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quem obedecer ao Mensageiro obedecerá a Deus; mas quem se rebelar, saiba que não te enviamos para lhes seres guardião[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] O Mensageiro foi enviado para pregar, guiar, instruir e mostrar o Caminho, não para tornar boas as pessoas, ou para conter tudo o que é mau. Isso não é dos desígnios de Deus, os quais testam a vontade humana. O dever do Mensageiro, por conseguinte, é dar a conhecer a mensagem de Deus, com todos os meios de persuasão que lhe forem disponíveis. Se os homens desobedecerem, perversamente, a essa mensagem, não estarão desobedecendo a ele, mas estarão desobedecendo a Deus. Do mesmo modo, aqueles que obedecerem à Mensagem estarão obedecendo a Deus. Não estarão obsequiando o Mensageiro; tão-somente estarão cumprindo com as suas obrigações.
Obedecer ao Mensageiro é obedecer a Deus. Deixa que virem as costas e se afastem. Não és um guardião sobre eles.
(Mansour Challita, 1970)
Quem quer que obedeça ao Mensageiro a Allah na verdade obedece; e quem quer que se afaste, nesse caso Nós não te enviámos para os guardares.
O que quer de bom que te alcance é de Deus, o que quer de mau que te alcance é de ti mesmo[¹]. Te enviamos como mensageiro para a humanidade, basta Deus por testemunha.
O que quer de bom que te alcance é de Allah, e o que quer de mau que te alcance é de ti mesmo. E te enviamos, Muhammad, como Mensageiro para a humanidade. E basta Allah por Testemunha.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Toda a ventura que te ocorra (ó homem) emana de Deus; mas toda a desventura que te açoita provém de ti. Enviamos-te (ó Mohammad) como Mensageiro da humanidade, e Deus é suficiente testemunha disto.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Homem, todo o bem que vem a ti é de Deus, e todo o mal que vem a ti é de ti mesmo. Enviamos-te aos homens como Mensageiro. Basta Deus por testemunha.
(Mansour Challita, 1970)
Todo e qualquer bem que a ti venha é da parte de Allah; e todo e qualquer mal que te aconteça é da parte de ti próprio. E Nós enviámos-te como um Mensageiro à humanidade; e bastante é Allah como testemunha.
Onde quer que estejais, quer que estejais em fortalezas, a morte vos atingirá. Se algo de bom os alcança, dizem: “Isso é da parte de Deus[¹]”; e, se algo de mau os alcança, dizem: “Isso é por tua causa!” Diz: “Tudo o que acontece é da parte de Deus[²][³]. O que têm com este povo não quer entender palavra alguma[⁴]?
Onde quer que estejais, a morte atingir-vos-á, ainda que estejais em elevadas torres. E, se algo de bom os alcança, dizem: “Isso é da parte de Allah”; e, se algo de mau os alcança, dizem: “Isso é de ti.” Dize: “Tudo é de Allah.” Mas por que razão este povo quase não entende conversação alguma?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Onde quer que vos encontrardes, a morte vos alcançará, ainda que vos guardeis em fortalezas inexpugnáveis. (Quanto aos hipócritas), se os alcança uma ventura, dizem: Isto provém de ti. Dize-lhes: Tudo emana de Deus! Que sucede a esta gente, que não compreende o que lhe é dito?
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Onde estiverdes, a morte vos alcançará, ainda que estejais em tones fortificadas. Quando recebem algum bem, dizem: “E de Deus.” Quando recebem algum mal, dizem: “É de ti.” Responde: “Tudo vem de Deus.” Que há com essa gente? Quase não entendem o que se lhes diz.
(Mansour Challita, 1970)
Onde quer que seja que vós possais estar, a morte vos alcançará, mesmo se estiverdes em torres poderosamente construídas. E se algum bem lhes acontece, eles dizem, ‘Isto é da parte de Allah’; e se algum mal lhes acontece, desdizem, ‘Isto é da tua parte’. Dizei.Tudo é da parte de Allah. O que aconteceu a esta gente, que ela não chega perto de compreender coisa alguma?
Não viste aqueles aos quais foi dito: “Contende as vossas mãos (de combate), realizai a oração atentamente e constantemente, dai o zakat”. Quando lhes foi prescrito a tarefa do combate, eis que grupo deles temeu os homens como se temessem Deus, ou ainda mais. Disseram: “Senhor nosso! Por que nos prescreveste a tarefa do combate? Não terias nos dado um pouco mais de tempo?” Diz: “O benefício da vida terrena é pequeno. A derradeira vida é melhor para os que se abstêm de errar; nenhuma injustiça será feita a vós nem mesmo como fio de cabelo[¹].
Não viste, Muhammad, aqueles aos quais foi dito: “Detende vossas mãos[¹] e cumpri a oração concedei az-zakah[²]?” Então, quando lhes foi prescrito o combate, eis um grupo deles que receou os homens com o mesmo receio que de Allah, ou com mais veemente receio, e disseram: “Senhor nosso! Por que nos prescreveste o combate? Que, antes, nos houvesses concedido prazo, até um termo próximo.” Dize: “O gozo da vida terrena é ínfimo. E a Derradeira Vida é melhor, para quem é piedoso, e não sofrereis injustiça, nem a mínima que seja[³]”.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Detende vossas mãos: não combatais. Antes da Hégira, os moslimes empenharam- se em combate contra os idólatras, mas foram impedidos de fazê-lo, pelo Profeta. Só depois de emigrarem para Al Madínah, após a Hégira, é que receberam permissão de combate.
[²] Cf II 43 n5.
[³] Cf IV 49 n6.
Não reparaste naqueles, aos quais foi dito[¹]: Contende as vossas mãos, observai a oração e pagai o zakat? Mas quando lhes foi prescrita a luta, eis que grande parte deles temeu as pessoas, tanto ou mais que a Deus, dizendo: Ó Senhor nosso, por que nos prescreves a luta? Por que não nos concedes um pouco mais de trégua? Dize-lhes: O gozo terreno é transitório; em verdade, o da outra vida é preferível para o temente; sabei que não sereis frustrados, no mínimo que seja.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Antes da ordem de combate ter sido dada, havia alguns impacientes cujos ímpetos mal podiam ser contidos. Queriam lutar por motivos execrandos, tais como pugnacidade, amor à pilhagem, ódio contra seus inimigos, ganho de objetos pessoais. Lutar por tais motivos constitui erro em todos os tempos. Quando chegou o tempo da provação, em que eles teriam de lutar, não para seu benefício mas por uma causa sagrada, em cuja luta haveria muito sofrimento e pouco ganho, os hipócritas negacearam e se amedrontaram.
Não reparaste naqueles a quem foi dito: “Refreai as mãos, e recitai as preces, e pagai o tributo dos pobres”? Quando, porém, foi-lhes prescrita a guerra, eis que parte deles teve medo dos homens tanto quanto de Deus, ou mais ainda, e disseram: “Senhor nosso, por que nos prescreveste a luta? Por que, ao menos, não nos concedes um prazo? ” Responde; “O gozo deste mundo é limitado; bem melhor é o da vida futura para quem teme a Deus. E não sereis prejudicados nem do valor de um caroço de tâmara.”
(Mansour Challita, 1970)
Não sabes tu daqueles a quem foi dito; ‘Refreai as vossas mãos, observai a Oração e pagai o Zãkãt’. E quando lhes tenha sido prescrito que combatam, vede bem!, uma seção de entre eles teme os homens como deviam temer Allah, ou ainda com maior temor; e eles dizem. ‘Nosso Senhor, porque nos prescreveste Tu que combatéssemos? Não nos poderías Tu conceder ainda uma folga por algum tempo?’ Dizei. O benefício deste mundo é pequeno e o Futuro será melhor para o que teme Deus-, e vós não sereis lesados num jota.
Os que creem e confiam combatem no caminho de Deus, e os que descreem[¹] combatem no caminho de taghut[²]. Combatei os amigos de Satã. O estratagema de Satã é débil.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] os que persistem em ignorar os versos
[²] Taghut significa transgressor. Esses dão julgamento para aqueles que não estão satisfeitos com o julgamento dado por Deus.Por esta razão, eles são vistos como um deus diferente do Deus, afirma-se que eles têm alguns dos poderes peculiares a Deus, são considerados que merecem ser adorados, e são considerados próximos de Deus em um aspecto e próximos das pessoas em outro aspecto. Taghuts são satanás humanos e jinns. (Al Baqarah 2/256-257; An Nissa 4/51, 60, 76; Al Maidah 5/60; An Nahl 16/36; Az Zumar 39/17).
Os que crêem combatem no caminho de Allah, e os que renegam a Fé combatem no caminho de At-Taghut[¹]. Então, combatei os aliados de Satã. Por certo, a insídia de Satã é frágil.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Cf. II 256 n2
Os fiéis combatem pela causa de Deus; os incrédulos, ao contrário, combatem pela do sedutor. Combatei, pois, os aliados[¹] de Satanás, porque a angústia de Satanás é débil.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Auliyaa, plural de wali, que quer dizer amigo, sustentador, protetor, patrão, da mesma raiz de mawla (ver versículo 33 desta surata e respectiva nota).
Os crentes combatem na senda de Deus; os descrentes combatem na senda do ídolo Tagut. Combatei, pois, os aliados do demônio. A astúcia do demônio é ineficaz.
(Mansour Challita, 1970)
Os que creem combatem na causa de Allah, e os que descreem combatem na causa do Demônio. Combatei vós, pois, contra os amigos de Satã; por certo, a estratégia de Satã é fraca!
O que é que se passa convosco que não combateis no caminho de Deus, pelos homens, mulheres e crianças oprimidos? Eles imploram: “Senhor nosso! Tira-nos desta cidade, cujos habitantes são injustos, envia-nos um governante da Tua parte, envia-nos um socorredor da Tua parte.”
(Fundação Suleymaniye)
E por que razão não combateis no caminho de Allah e pela salvação dos indefesos, dentre os homens e as mulheres e as crianças, os quais dizem: “Senhor nosso! Fazenos sair desta cidade, cujos habitantes são injustos[¹] e faze-nos, de Tua parte, um protetor e faze-nos, de Tua parte, um socorredor”?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Trata-se da súplica dos indefesos, que abraçaram o Islão e ficaram em Makkah pois não tinham possibilidade alguma de defender-se, menos ainda de emigrar para Al Madínah, com o Profeta e seus seguidores.
E o que vos impede de combater pela causa de Deus e dos indefesos[¹], homens, mulheres e crianças? que dizem: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade (Makka), cujos habitantes são opressores. Designa-nos, de Tua parte, um protetor e um socorredor[²]!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Mustadh’af — aquele reconhecidamente fraco e, por conseguinte, maltratado e oprimido. Comparar com o versículo 98 desta surata, e com o 150 da 7ª Surata.
[²] Mesmo do ponto de vista humano, a causa de Deus é a causa da justiça, a causa dos oprimidos. Por ocasião da grande perseguição, antes de Makka ser reconquistada, quanta desgraça, ameaça, tortura e opressão não foram suportadas por aqueles de fé inquebrantável! As vidas de Mohammad e de seus aderentes foram ameaçadas; eles era ridicularizados, assediados, insultados, surrados; aqueles ao alcance das mãos dos inimigos era postos a ferros e lançados ao cárcere; outros foram boicotados, proscritos do comércio e dos negócios, banidos das relações sociais; não podiam, nem mesmo comprar o alimento de que necessitava, nem cumprir os deveres religiosos. A perseguição foi redobrada quanto aos escravos, às mulheres e às crianças crédulas, depois da Hégira. Seus clamores por um protetor e auxiliador da parte de Deus foram respondidos quando Mohammad propiciou, novamente, a liberdade e a paz a Makka.
O que vos impede de combater pela causa de Deus e pelos fracos e pelas mulheres e pelas crianças, que suplicam: “Senhor nosso, tira-nos desta cidade cujos habitantes são opressores e envia-nos um protetor e um defensor.”
(Mansour Challita, 1970)
E o que é que se passa convosco que não combateis na causa de Allah e dos fracos —homens, mulheres e crianças— que dizem, ‘Nosso Senhor, leva-nos para fora desta cidade, cujo povo e opressor, e proporciona-nos algum amigo da parte de Ti Próprio, e proporciona-nos algum auxiliar da parte de Ti Próprio.
Que combatam no caminho de Deus os que podem sacrificar a vida terrena pela derradeira vida. Quem combate no caminho de Deus e é morto ou vence, Deus logo lhe dará um grande prêmio[¹].
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Iltifat, que significa literalmente “tornar para um lado”, é uma arte na literatura árabe. Uma das características estilísticas óbvias desta arte é o uso de mudanças gramaticais de um pronome pessoal para outro de forma inesperadamente (por exemplo, terceira pessoa para segunda ou primeira pessoa para segunda e para terceira pessoa) para enfatizar a expressão. Às vezes, os tempos das frases consecutivas podem ser alterados do tempo contínuo para o futuro, ou do tempo futuro para passado, etc. Estas são aprovadas como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas de alguma literatura europeia. Às vezes, o sujeito da sentença pode mudar de singular para plural para expressar a majestade (por exemplo, usando Nós em vez de Eu). Estes são aprovados como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas em alguma literatura europeia. Todas as línguas têm seus próprios estilos de expressão. Esta prática do árabe confunde o falante do português. Portanto, em muitos dos seus incidentes, as expressões foram traduzidas para português, desconsiderando esta arte literal.
Então, que combatam no caminho de Allah os que vendem a vida terrena pela Derradeira Vida. E a quem combate no caminho de Allah, e é morto ou vence, conceder-Iheemos magnífico prêmio.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Que combatam pela causa de Deus aqueles dispostos a sacrificar a vida terrena pela futura, porque a quem combater pela causa de Deus, quer sucumba, quer vença, concederemos magnífica recompensa.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Que combatam pela causa de Deus os que trocam esta vida terrena pela vida futura! Pois quem combater pela causa de Deus, quer sucumba quer vença, conceder-lhe-emos grandes recompensas.
(Mansour Challita, 1970)
Que esses então combalam na causa de Allah contra quem quisesse vender a vida presente pelo Futuro. E quem quer que combala na causa de Allah, quer ele seja morto ou quer seja vitorioso, Nós em breve lhe daremos uma grande recompensa.
Se tivesse um favor de Deus para vós, dirão, como se não houvesse uma relação entre vós e eles: Tomara que eu tivesse estado com eles, e então, mostrasse um grande êxito.”
(Fundação Suleymaniye)
E, se um favor de Allah vos alcança, diz, como se não houvesse afeição entre vós e ele: “Quem dera houvesse estado com eles, então, haveria eu triunfado, com magnífico triunfo!”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Porém, se vos chegasse uma graça de Deus, diriam, como se não existisse vínculo algum entre vós e eles: Oxalá tivéssemos estado com eles, assim teríamos logrado um magnífico benefício[¹]!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] É bem o pensamento de um egoísta. Tais homens estão longe de constituírem a fonte de fortificação da sua comunidade. Não são úteis ao combate; o versículo seguinte implicitamente os delata.
Mas quando é uma graça de Deus que lograis, dirão como se nenhuma amizade vos ligasse a eles: “Que pena! Se estivéssemos estado com eles, teríamos tido uma vitória esplêndida.”
(Mansour Challita, 1970)
Mas se alguma boa sorte vos vier da parte de Allah, ele diz, como se não houvesse nenhum amor entre vós c ele, ‘Se eu tivesse estado com eles, então eu teria na verdade conseguido um grande êxito!’
Certamente, entre vós, haverá retardatários. Se uma desgraça vos alcança, dirão: “Deus me agraciou por não haver estado presente com eles.”
(Fundação Suleymaniye)
E, por certo, há, dentre vós, quem procrastine o combate. Então, se uma desgraça vos alcança, diz: “Com efeito, Allah agraciou-me por não haver estado com eles presente.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Entre vós, há alguns retardatários que, ao tomarem conhecimento de que sofrestes um revés, dizem: Deus nos agraciou, por não estarmos presentes, com eles.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Entre vós, haverá retardatários que, se uma desgraça vos atingir, dirão: “Deus nos agraciou por não termos sido sacrificados com eles.”
(Mansour Challita, 1970)
E entre vós há o que ficará para trás, e se uma desgraça vos acontece ele diz, ‘Por certo Allah foi clemente para comigo, visto que eu não estava presente com eles’.
Ó vós que credes! Tomai vossas precauções e saí a campo, em pequenos grupos ou saí todos juntos.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Ó fiéis, ficai prevenidos contra o adversário, e avançai por destacamentos, ou avançai em massa[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Combate algum deverá ser empreendido sem as devidas preparações e precauções. Estas satisfeitas, deveremos marchar para frente, sem temor. Embora haja zêugma do verbo, “avançai” está repetido para dar ênfase. Contudo, devemos avançar com espírito coletivo, não com espírito egoístico, tanto em pequenos grupos como em massa, como o nosso Líder determinar.
Ó vós que credes, tomai vossas precauções. Depois, avançai por destacamentos ou em massa.
(Mansour Challita, 1970)
Oh vós que credes, tomai as vossas precauções, e então parti em grupos separados ou parti todos juntos.
Quem obedece voluntariamente a Deus e ao Mensageiro[¹], estarão com os que Deus agracia[²]: os profetas, os verazes, os sábios[³] e os virtuosos. Que bons companheiros eles são!
(Fundação Suleymaniye)
[¹] ou “os versículos transmitidos por Seu Mensageiro” [²] Al Fatihah 1/7 [³] A palavra الشُّهَدَاءِ no versículo é o plural da palavra شهيد, significa testemunhas. Isso significa os sábios que finalizam seus conhecimentos como se os vissem com seus próprios olhos.
E quem obedece a Allah e ao Mensageiro, esses estarão com os que Allah agracia: os Profetas e os veracíssimos e os mártires e os íntegros. E que belos companheiros esses!
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aqueles que obedecem a Deus e ao Mensageiro, contar-se-ão entre os agraciados por Deus: profetas, verazes, mártires e virtuosos[¹]. Que excelentes companheiros serão!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Uma passagem do mais profundo significado espiritual. Mesmo o homem mais humilde, que aceita a fé e pratica o bem, torna-se logo um membro aceito pela majestosa e magnífica confraternidade espiritual. Esta constitui um companheirismo que vive eternamente ao sol da Graça de Deus. Constitui uma gloriosa hierarquia, da qual quatro gruas são especificados:
(1) o mais alto é o dos Profetas ou Mensageiros, que recebem inspiração plenária de Deus e que ensinam a humanidade, através de exemplos e preceitos. Esse posto, no Islam, é ocupado por Mohammad;
(2) aqueles cujos estandartes são a sinceridade e a verdade; eles amam e exemplificam a verdade com suas pessoas, seus meios, suas influências e com tudo de seu. Esse posto foi ocupado pelos companheiros especiais de Mohammad, cujo modelo encontrava-se em Abu Bakr Assiddik;
(3) o nobre exército de Testemunhas, que testificam a verdade. O testemunho pode aparecer em forma de martírio ou pela língua do verdadeiro pregador, ou pela caneta do estudioso, ou pela vida do devotado ao serviço; (4) há uma vasta acumulação de pessoas virtuosas, gente comum, que trata dos seus negócios cotidianos, porém sempre de maneira virtuosa.
Os que obedecem a Deus e ao Mensageiro juntar-se-ão aos agraciados de Deus: os Profetas, os justos, os mártires, os homens de bem. E que companheiros!
(Mansour Challita, 1970)
E quem assim obedece a Allah e a este Mensageiro da Sua parte será entre aqueles a quem Allah concedeu as Suas bênçãos, isto é, os Profetas, os Verdadeiros, os Mártires, e os Justos— e excelentes companheiros estes são.
[¹] Aqui, o que mencionado é a orientação daqueles que matam suas almas para o caminho reto. Já que não se trata de guiar os mortos para o caminho reto no sentido real, a expressão “matar as almas” no versículo An Nissa 4/66 significa desistir dos erros e voltar-se para a estrutura natureza (fitrah).
E havêlos-íamos guiado a uma senda reta.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
E tê-los-íamos encaminhado pela senda reta.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E tê-los-íamos encaminhado na senda da retidão.
(Mansour Challita, 1970)
Nós por certo os teriamos guiado no caminho direito.
Se Nós lhes tivéssemos ordenado: “Matai vossas almas ou saí de vossos lares!” não o teriam feito, exceto poucos deles. Porém, se tivessem seguido o que lhes foi exortado, teria sido melhor para eles e teriam ficado mais fortes.
(Fundação Suleymaniye)
E, se Nós lhes houvéssemos prescrito: “Matai-vos” ou “Saí de vossos lares”, não o haveriam feito, exceto poucos deles[¹].E, se houvessem feito aquilo a que foram exortados, haver-lhes-ia sido melhor e tornar-se-lhes-ia mais firme a crença.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Se os hipócritas não aceitarem o sacrifício de seus pequenos interesses, seguindo o que Deus revelou, não haverá esperança de que aceitem sacrifício maior. E apenas poucos deles crerão em Deus.
Porém, se lhes tivéssemos prescrito: Sacrificai-vos e abandonai os vossos lares!, não o teriam feito, senão poucos deles[¹]. Porém, se tivessem feito o que lhes foi prescrito, quão melhor teria sido para eles e para o fortalecimento (da sua fé).
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Aqueles altamente apegados à fé, de bom grado sacrificam as suas vidas, os seus lares e tudo quanto consideram caro pela causa de Deus. Quanto àqueles cuja fé não é tão consistente, espera-se, pelo menos, que façam o que um leal membro de qualquer sociedade faz: que submetam as suas dúvidas e disputas ao cabeça da sociedade, a animadamente aceitam as suas decisões e a elas se submetam.
Se lhes tivéssemos prescrito: “Dai as vossas vidas” ou “Abandonai as vossas casas”, não o teriam feito, salvo um pequeno número. Contudo, se houvessem seguido as exortações recebidas, teria sido melhor para eles e teriam sido fortalecidos.
(Mansour Challita, 1970)
E se Nós lhes tivéssemos ordenado, ‘Sacrificai suas vidas ou deixai as vossas casas’, eles não o teriam feito, com exceção de uns poucos de entre si; i se tivessem feito o que são exortados a fazer, por certo teria sido melhor para eles e conducente a maior força.
Não não! Por teu Senhor, não são considerados que tinham cridos e confiados até que te tomem por árbitro de suas dissensões e não sentem o menor desconforto em si mesmos no que à decisão que tomaste, até que se submetam completamente[¹].
Então, por teu Senhor! Não crerão; até que te tomem por árbitro das dissensões entre eles, em seguida, não encontrem, em si mesmos, constrangimento no que julgaste, e até que se submetam, completamente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Qual! Por teu Senhor, não crerão até que te tomem por juiz de suas dissensões e não objetem ao que tu tenhas sentenciado. Então, submeter-se-ão a ti espontaneamente[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] O teste da verdadeira fé não consiste na nossa profissão verbal, mas sim em apresentarmos todas as nossas dúvidas e disputas perante aquele em quem professamos a fé. Indo mais além, quando uma decisão é apresentada, não somente devemos aceitá-la, mas ainda rebuscar os recônditos das nossas almas e retirar dali todos os empecilhos e resistências, propiciando uma jubilosa aceitação, resultante da convicção da nossa própria fé.
Não, por teu Senhor, não serão considerados crentes até que te escolham por árbitro nas suas dissensões e aceitem tuas sentenças e se submetam por completo.
(Mansour Challita, 1970)
Mas não, pelo teu Senhor, eles não são crentes até que te façam juiz em tudo o que está em disputa entre eles e então não acham no seu coração dúvida alguma no que respeita àquilo que tu decidiste e submetem-se com inteira submissão.
Qualquer que seja o mensageiro que enviamos, Nós o enviamos para ser obedecido voluntariamente a ele com Nossa[¹] aprovação. Se os hipócritas, quando se colocam em uma situação ruim, chegassem a ti e pedissem perdão de Deus (em tua presença), e se tu[²], como Nosso Mensageiro, orasses pelo perdão deles[³], eles certamente veem que Deus aceita os que voltam e dá abundante graça[⁴].
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Iltifat, que significa literalmente “tornar para um lado”, é uma arte na literatura árabe. Uma das características estilísticas óbvias desta arte é o uso de mudanças gramaticais de um pronome pessoal para outro de forma inesperadamente (por exemplo, terceira pessoa para segunda ou primeira pessoa para segunda e para terceira pessoa) para enfatizar a expressão. Às vezes, os tempos das frases consecutivas podem ser alterados do tempo contínuo para o futuro, ou do tempo futuro para passado, etc. Estas são aprovadas como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas de alguma literatura europeia. Às vezes, o sujeito da sentença pode mudar de singular para plural para expressar a majestade (por exemplo, usando Nós em vez de Eu). Estes são aprovados como práticas retóricas em árabe, semelhantes às práticas em alguma literatura europeia. Todas as línguas têm seus próprios estilos de expressão. Esta prática do árabe confunde o falante do português. Portanto, em muitos dos seus incidentes, as expressões foram traduzidas para português, desconsiderando esta arte literal.
[²] Iltifat
[³] Visto que Allah ordenou ao profeta que orasse pelo perdão de seu próprio pecado e dos crentes (Muhammad 47/19), se expressou “orasses pelo perdão deles”. Uma pessoa pode ser solicitada a orar (Yusuf 12/97). Também é permitido prometer orar por outra pessoa, desde que ela não seja politeísta (At Taubah 9/113 – 114, Maryam 19/47).
[⁴] Iltifat
E não enviamos Mensageiro algum senão para ser obedecido, com a permissão de Allah. E, se eles, quando foram injustos com si mesmos, chegassem a ti e implorassem perdão a Allah, e se o Mensageiro implorasse perdão para eles, haveriam encontrado a Allah Remissório, Misericordiador.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Jamais enviaríamos um mensageiro que não devesse ser obedecido, com a anuência de Deus. Se, quando se condenaram, tivessem recorrido a ti e houvessem implorado o perdão de Deus, e o Mensageiro tivesse pedido perdão por eles, encontrariam Deus, Remissório, Misericordiosíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Não enviamos um Mensageiro senão para ser obedecido com a permissão de Deus. Se, após terem sido iníquos para consigo mesmos, tivessem vindo a ti e pedido perdão a Deus — e se o Mensageiro tivesse intercedido por eles — com certeza teriam encontrado Deus perdoador e clemente.
(Mansour Challita, 1970)
Nós não enviámos Mensageiro algum, mas que ele devia ser obedecido por Ordem de Allah. E se eles a ti tivessem vindo, quando tinham lesado a sua alma, e pedido o perdão de Allah, e se o Mensageiro também tivesse pedido perdão para eles, eles por certo teriam achado Allah Voltando Muita Vez com compaixão e Misericordioso.
Eles, Deus sabe o que há em seus corações. Não te importa, porém os exorta. Diz a eles palavras eficazes que penetram as suas almas.
(Fundação Suleymaniye)
Esses, Allah sabe o que há em seus corações; então, dá-lhes de ombros, mas exorta-os e dize-Ihes às almas dito convencente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
São aqueles, cujos segredos dos corações Deus bem conhece. Evita-os, porém exorta-os e fala-lhes com palavras que invadam os seus ânimos.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Deus sabe o que eles têm no coração. Evita-os e adverte-os e dize- lhes palavras penetrantes sobre eles mesmos.
(Mansour Challita, 1970)
Estes é que são os segredos de cujo coração Allah sabe bem. De modo que desviai -vos deles, e admoestai-os e dizei-lhes uma palavra eficaz no que a eles próprios respeita.
Como estarão quando uma desgraça os alcançar, por causa do que eles fizeram com suas próprias mãos? Então, eles vêm até você, jurando por Deus: “Nós quisemos apenas fazer o bem e reconciliar”
(Fundação Suleymaniye)
Então, como estarão, quando uma desgraça os alcançar, pelo que suas mãos anteciparam? Em seguida, chegarão a ti, jurando por Allah: “Não desejamos senão benevolência e concórdia.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Que será deles, quando os açoitar um infortúnio, por causa do que cometeram as suas mãos? Então, recorrerão a ti, julgando por Deus e clamando: Só temos ansiado o bem e a concórdia.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Que acontecerá quando uma desgraça cair sobre eles por causa do que suas mãos tiverem perpetrado? Correrão para ti a jurar por Deus: “Só queríamos o bem e a concórdia.”
(Mansour Challita, 1970)
Como é então que quando uma aflição lhes sobrevem por causa do que as suas mãos expediram antes deles, eles vem para ti jurando por Allah, dizendo, ‘Nós nada mais tivemos em vista que fazer um ato de bondade e reconciliação’.
Não viste aqueles que afirmam que creem tanto no que foi descido para ti quanto no que foi descido antes de ti? Querem recorrer ao taghut[¹] para que ele julgasse, embora foram ordenados a não o reconhecer[²]. E Satã quer extraviá-los para um extravio profundo.
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Taghut significa transgressor. Esses dão julgamento para aqueles que não estão satisfeitos com o julgamento dado por Deus.Por esta razão, eles são vistos como um deus diferente do Deus, afirma-se que eles têm alguns dos poderes peculiares a Deus, são considerados que merecem ser adorados, e são considerados próximos de Deus em um aspecto e próximos das pessoas em outro aspecto. Taghuts são satanás humanos e jinns. (Al Baqarah 2/256, 257; An Nisa 4/51, 60, 76; Al Maidah 5/60; An Nahl 16/36; Az Zumar 39/17).
Não viste, Muhammad, aqueles[¹] que pretendem crer no que foi descido para ti, e no que fora descido antes de ti? Desejam percorrer ao jugamento de Al-Taghut[²], enquanto, com efeito, foram ordenados a renegá-lo. E Satã deseja descaminhá-los, com profundo descaminho.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Aqueles; referência aos hipócritas, mas de modo aparente e não efetivo.
[²] Cf. II 256 n2
Não reparaste naqueles que declaram[¹] que crêem no que te foi revelado e no que foi revelado antes de ti, recorrendo, em seus julgamentos, ao sedutor, sendo que lhes foi ordenado rejeitá-lo? Porém, Satanás quer desviá-los profundamente.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A referência imediata é feita aos hipócritas (Munafiquin) de Madina, mas as palavras são generalizadas, sendo que o mal da hipocrisia tem-nos desafiado em todas as épocas. Tais homens declaram estar sempre do lado do Direito, mas sorrateiramente andam de braços dados com o mal e com a injustiça, fazendo desta última o seu juiz, desde que os seus interesses pessoais estejam em jogo.
Não reparaste naqueles que alegam crer no que te foi relevado e no que foi revelado antes de ti, e que no entanto recorrem, nas suas disputas, ao ídolo Tagut, embora tenham recebido ordem para renegá-lo? O demônio quer levá-los longe no erro.
(Mansour Challita, 1970)
Não sabes tu dos que pretendem que creem no que a ti tem sido revelado e no que foi revelado antes de ti? Eles desejam obter o juízo dos rebeldes, embora lhes tivesse sido ordenado que a eles não obedecessem. E Satã deseja desencaminhá-los, para longe do caminho direito.
Ó vós que credes e confiais! Obedecei voluntariamente a Deus, e obedecei voluntariamente[¹] ao Seu Mensageiro[²][³] e às autoridades dentre vós. Se disputardes por algo[⁴], levai-o a Deus e ao Seu Mensageiro. Se credes em Deus no último dia, fazeis assim. Isso é melhor e dá o melhor resultado.
[²] Rasul (رسول) significa “a palavra enviada a alguém”, bem como “o mensageiro enviado para transmitir essa palavra”. (Mufradat). O dever dos mensageiros de Deus é transmitir suas palavras às pessoas. Por esta razão, a ênfase principal nas expressões do Mensageiro de Deus no Alcorão são os versos. Desde que o último Mensageiro de Deus morreu, nosso interlocutor é apenas o Alcorão (Al Imran 3/144). Em vez da palavra “rasul”, a expressão pode ser traduzido como “Mensageiro ou versos trazidos pelo Mensageiro” por esta razão (Al Maida 5/67, An Nahl 16/35).
[³] ou “os versículos transmitidos por Seu Mensageiro”
[⁴] “Se disputardes por algo, levai-o a Deus e ao Seu Mensageiro” significa, “Procurai a solução no Alcorão.” (Al Maidah 5/48-50, An Nur 24/54, Ach Chura 42 / 9-10). Porque a única fonte de religião é o Alcorão. Uma vez que o dever do Mensageiro é transmitir o Alcorão (Al Imran 3/20, Al Maidah 5 / 67,92,99, Ar Ra’d 13/30, An Nahl 16/82, An Nur 24/54, Al Ankabut 29 / 18), Ach Chura 42/48, At Taghabun 64/12), obediência ao Mensageiro é obediência ao Alcorão que ele transmitiu (An Nissa 4/80). Caso contrário, haverá uma separação entre Deus e Seus mensageiros e uma nova religião será inventada (An Nissa 4/150-152). Hoje, os muçulmanos chamam o povo de raiyya / rebanho, ao contrário do verso Al Baqarah 2/104 . Eles atribuem as seguintes palavras ao Profeta e colocam os governantes no lugar de Deus e o povo no lugar do rebanho: “Quem me obedece obedece a Deus. Quem se rebela contra mim rebela-se contra Deus. Quem obedece a autoridade (amir) me obedece. Quem se rebela contra a autoridade, rebela-se contra mim. O imam (presidente) é o escudo; é combatido por trás dele e a proteção é fornecida com ele. Se ele mandar temer a Deus e for justo, ele será recompensado. Se ele dá uma ordem diferente, seu pecado recai sobre ele mesmo ”(Bukhari, Jihad, 109). Com essa narração, que é obviamente fabricada, os muçulmanos foram feitos servos do governante. No entanto, a servidão é feita apenas a Deus, e a obediência a Deus e ao governante que está claramente agindo de acordo com as ordens de Deus.
Ó vós que credes! Obedecei a Allah e obedecei ao Mensageiro e às autoridades¹ dentre vós. E, se disputais por algo, levai-o a Allah e ao Mensageiro, se sois crentes em Allah e no Derradeiro Dia. Isso é melhor e mais belo, em interpretação.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Este versículo é fundamento primeiro da constituição do estado islâmico e determina a base da religião e da disciplina política.
Ó fiéis, obedecei a Deus, ao Mensageiro e às autoridades[¹], dentre vós! Se disputardes sobre qualquer questão, recorrei a Deus e ao Mensageiro, se crerdes em Deus e no Dia do Juízo Final, porque isso vos será preferível e de melhor alvitre.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Úlul-amr = aqueles imbuídos de autoridade, ou de responsabilidade, ou da capacidade de decisão, ou de resolução de disputas. Toda a autoridade emana de Deus. Portanto, os profetas de Deus têm as suas autoridade derivadas da d’Ele. Como o Islam não faz divisões abruptas entre o sagrado e o profano, comumente espera que o governo seja imbuído de espírito justiceiro. O Islam espera que os muçulmanos respeitem e obedeçam à autoridade de tal governo. Caso contrário, não haverá ordem ou disciplina alguma. Onde, na atual conjuntura, existe uma abrupta divisão entre a lei e a mora, entre os assuntos seculares e religiosos, como é o caso da maior parte dos países hoje em dia, o Islam espera que a autoridade civil seja exercida com retidão e, em tal condição, ele prescreve obediência a essa autoridade.
Ó vós que credes, obedecei a Deus e ao Mensageiro e aos dentre vós que dispõem de autoridade. Em caso de litígio, recorrei a Deus e ao Mensageiro se acreditais em Deus e no último dia. Assim ficareis melhor e chegareis a uma solução mais certa.
(Mansour Challita, 1970)
Oh vós que credes, obedecei a Allah, e obedecei ao Seu Mensageiro e aos que sobre vós exercem autoridade. E se entre vós próprios disputardes em alguma coisa, referi-a a Allah e ao Seu Mensageiro, se fordes crentes em Allah e no Último Dia. Isso é, ao fim e ao cabo, o melhor e mais recomendável.
Deus vos ordena que deis os depósitos aos competentes e quando julgardes entre os homens, que julgueis com justiça. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Oniouvinte, Onividente.
(Fundação Suleymaniye)
Por certo, Allah vos ordena que restituais os depósitos a seus donos. E, quando julgardes entre os homens, que julgueis com justiça. Por certo, quão excelente é isso, a que Allah vos exorta! Por certo, Allah é Oniouvinte, Onividente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Deus manda restituir a seu dono o que vos está confiado; quando julgardes vossos semelhantes, fazei-o eqüidade. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Oniouvinte, Onividente.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Deus vos manda restituir aos depositantes os seus depósitos e, quando julgardes entre os homens, julgar com justiça. Deus exorta-vos para o melhor. Ele ouve tudo e vê tudo.
(Mansour Challita, 1970)
Na verdade, Allah manda-vos que cedais os mandatos aos que a eles tem direito, e que, quando vós julgardes entre homens, julgueis com justiça. E por certo, excelente e aquilo com que Allah vos adverte. Allah e o Que Tudo Ouve, Tudo Vê.
E os que creram e confiaram e fizeram as boas obras, os introduziremos em jardins, nos quais correm os rios, lá habitarão imortalmente para sempre[¹]. Lá, terão cônjuges[²] puros e os introduziremos nas sobras estendidas[³].
(Fundação Suleymaniye)
[¹] No Alcorão, duas palavras são usadas para aqueles que são celestiais e infernais. Um é ‘abadan – اَبَدًا’ e o outro é ‘khalid – خَالِد۪’. Abadan significa ‘para sempre’ e khalid significa ‘imortal’.
[²] A palavra zawj = زوج traduzida como “cônjuge” é usada tanto para homens quanto para mulheres no Alcorão. Os cônjuges que vão para o Paraíso serão purificados de suas faltas, por isso nenhum deles encontrará deficiências no outro (Al Waquiah 56/61). Os ghilmans, vildans e houris no céu não são cônjuges, mas servos (Ad Dukhan 44/54, At Tur 52/20-24, Al Waquiah 56/17-24, Al Insan 76/19).
E aos que crêem e fazem as boas obras, fá-los-emos entrar em Jardins, abaixo dos quais correm os rios; nesses, serão eternos, para todo o sempre. Nesses, terão mulheres puras. E fá-los-emos entrar em sombra sombrosa.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Quanto aos fiéis, que praticam o bem, introduzi-lo-emos em jardins, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente, onde terão esposas imaculadas, e os faremos desfrutar de uma densa sombra[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] O jardim contrasta com o Fogo; a sombra contrasta com o calor do fogo. O Mal cresce consoante aquilo de que é alimentado. Também a benevolência e a felicidade crescem consoante a sua prática.
Os que creem e praticam o bem, conduzi-los-emos para jardins onde correm os rios, e lá permanecerão para todo o sempre, e lá terão esposas imaculadas, e lá desfrutrarão de uma sombra densa.
(Mansour Challita, 1970)
E aos que crêem e praticam boas obras, Nós os faremos entrar em jardins através dos quais correm rios, para lá morarão para sempre; lá eles terão esposas puras; e Nós os admitiremos em um lugar de agradável e abundante sombra.
Jogaremos no fogo aqueles que persistem em ignorar Nossos versículos; cada vez que suas peles queimam, Nós as substituiremos por outras peles para que experimentem o tormento. Deus é sempre supremo e as Suas decisões são corretas.
(Fundação Suleymaniye)
Por certo, aos que renegam Nossos sinais, fálos-emos entrar em Fogo. Cada vez que suas peles se consumirem, trocá-las-emos por outras peles, para que experimentem o castigo. Por certo, Allah é Todo-Poderoso, Sábio. (Dr. Helmi Nasr, 2015)
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quanto àqueles que negam os Nossos versículos, introduzi-los-emos no fogo infernal. Cada vez que a sua pele se tiver queimado, trocá-la-emos por outra, para que experimentem mais e mais o suplício. Sabei que Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Os que rejeitam Nossos sinais, breve jogá-los-emos no Fogo. Cada vez que suas peles forem queimadas, substituí-las-emos por outras para que continuem a experimentar o suplício. Deus é poderoso e sábio.
(Mansour Challita, 1970)
Aos que descreem dos Nossos Sinais, Nós depressa os faremos entrar no fogo. Tantas vezes quantas a sua pele for consumida pelo fogo, Nós lhes daremos em troca outra pele para que eles possam saborear o castigo. Por certo, Allah é Poderoso, Sábio.
Alguns deles creram e confiaram no livro, e alguns deles viraram as costas a ele. O fogo ardente do inferno é suficiente para eles.
(Fundação Suleymaniye)
Então, dentre eles, há quem nele[¹] creia e, dentre eles, há que dele se afaste. E basta a Geena por fogo ardente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Nele: o pronome pode referir-se só ao Livro, citado no versículo anterior, ou ao Profeta Muhammad. Neste caso, o versículo faz alusão aos judeus, entre os quais uns crêem no Profeta e outros o renegam.
Entre eles, há os que nele acreditaram, bem como os que repudiaram. E o inferno é suficiente como Tártaro[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A inveja é como fogo interno que, por si só, é um inferno.
Uns acreditaram em Muhamad; outros afastaram-se dele. Basta a estes o fogo da Geena.
(Mansour Challita, 1970)
E houve alguns deles que acreditaram nele; e houve outros dentre eles que se afastaram dele. E bastante é o inferno como fogo ardente.
Ou invejam os homens pelo que Deus lhes concedeu de Seu favor? No entanto, tínhamos concedido o livro e a sabedoria à família de Abraão; tínhamos concedido a magnífica soberania.
(Fundação Suleymaniye)
Ou invejam eles os homens pelo que Allah lhes concedeu de Seu favor? E, com efeito, concedêra-mos o Livro e a Sabedoria à família de Abraão; e concedêramo-Ihes magnífica soberania.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Ou invejam seus semelhantes por causa do que Deus lhes concedeu de Sua graça? Já tínhamos concedido à família de Abraão o Livro, a sabedoria, além de lhe proporcionarmos um poderoso reino[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Tal como os reinados de Davi e Salomão, que tinham fama internacional.
Antes ficam invejando os demais pelo que Deus lhes outorgou de Sua generosidade. Sim! outorgamos à descendência de Abraão o Livro, a sabedoria e um reino grandioso.
(Mansour Challita, 1970)
Ou invejam eles os homens pelo que Allah lhes distribuiu de Sua beneficência? Se assim é, por certo, Nós demos o Livro e sabedoria aos filhos de Abraão também, e Nós também lhes demos um grande reino.
Têm eles porção de soberania? Então, nesse caso, dela não concederiam aos outros homens um mínimo que fosse¹.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Nem um mínimo que fosse: traduz a palavra árabe naqir, que é um minúsculo sinal na superfície do caroço da tâmara.
Possuem, acaso, uma parte do domínio? Se a possuíssem, dela não dariam a seus semelhantes, nem a mais ínfima partícula[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A palavra que traduzimos pela expressão “a mais ínfima partícula” é naquir, o sulco do caroço da tâmara, coisa sem valor nenhum. A avareza e a inveja estão entre as piores espécies de egoísmo, e aparecem especialmente incôngruas nas pessoas de poderio, de autoridade, de influência, de quem era de se esperar generosidade em dar, e generosidade em desejar prosperidade ou a felicidade a outras pessoas.
Mesmo que possuíssem parte do reino, não saberiam dar sequer o caroço de uma tâmara.
(Mansour Challita, 1970)
Tem eles uma cota no reino? Então eles não dariam aos homens mesmo tanto como a pequena cavidade nas costas dum caroço de tâmara.
Eles são os que Deus amaldiçoou/excluiu. A quem Deus amaldiçoa, jamais encontrarás quem o ajude.
(Fundação Suleymaniye)
Esses são os que Allah amaldiçoou. E para quem Allah amaldiçoa, não lhe encontrarás socorredor algum.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
São aqueles a quem Deus amaldiçoou e, a quem Deus amaldiçoar, jamais encontrará socorredor¹.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Os judeus procuraram a ajuda dos idólatras de Makka contra Mohammad; porém, longe de conseguirem essa ajuda, ambos, judeus e idólatras, foram, outrossim, desbaratados. Esta foi a ocasião imediata, mas as palavras têm um significado perfeitamente genérico.
Deus amaldiçoou-os. E os que Deus amaldiçoa, ninguém os socorre. Deus tem poder sobre tudo.
(Mansour Challita, 1970)
Esses são os que Allah amaldiçoou; e aquele a quem Allah amaldiçoa, tu não acharás quem o ajude.
Não visualizas aqueles que têm um conhecimento do Livro? Confiam nos sedutores e nos taghuts[¹], e dizem dos descrentes: “O caminho desses é melhor do que o dos que creem”
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Taghut significa transgressor. Esses dão julgamento para aqueles que não estão satisfeitos com o julgamento dado por Deus.Por esta razão, eles são vistos como um deus diferente do Deus, afirma-se que eles têm alguns dos poderes peculiares a Deus, são considerados que merecem ser adorados, e são considerados próximos de Deus em um aspecto e próximos das pessoas em outro aspecto. Taghuts são satanás humanos e jinns. (Al Baqarah 2/256-257; An Nisa 4/51, 60, 76; Al Maidah 5/60; An Nahl 16/36; Az Zumar 39/17).
Não viste aqueles a quem fora concedida porção do Livro[¹]. Crêem em Al Jibt e Al-Taghut[²] e dizem dos que renegam a Fé: “Esses são os mais bem guiados, no caminho, que os que crêem?”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Do Livro: da Tora. [²] Al jibt: tudo o que foi adorado, em lugar de Deus; ídolos, videntes ou feiticeiros; quanto a AITaghut. (cf. II 256 n2)
Não reparaste naqueles que foram agraciados com uma parte do Livro? Crêem em feitiçaria e no sedutor, e dizem dos incrédulos: Estes estão mais bem encaminhados do que os fiéis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Não viste aqueles que receberam parte das Escrituras crer nos ídolos Jibti e Tagut e dizer que os descrentes são mais certos que os crentes?
(Mansour Challita, 1970)
Não sabes tu daqueles a quem foi dada uma porção do Livro? Eles creem em coisas nocivas e seguem os que transgridem, e dizem dos descrentes ‘Estes são melhor guiados em religião do que os que crêem’.
Não visualizas os que se absolvem (desta forma)[¹]? Não! Deus absolve quem faz o que é necessário. Nenhuma injustiça será feita a eles, nem mesmo como fio de cabelo.
Não viste, Muhammad, os que se pretendem dignos? Mas Allah é Quem dignifica a quem quer; e eles não sofrerão injustiça, nem a mínima que seja[¹].
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Nem a mínima que seja: traduz a palavra árabe fatil, que significa a ínfima película que recobre o caroço da tâmara.
Não reparaste naqueles que se jactam de puros? Qual! Deus purifica quem Lhe apraz e não os frustra, no mínimo que seja[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Literalmente, a mais tênue pele, no sulco do caroço da tâmara — uma coisa sem valor (Fatil).
Não viste aqueles que se louvam a si mesmos pela sua pureza? Deus purifica quem Lhe apraz. E ninguém será prejudicado, nem do valor da mecha de um lampião.
(Mansour Challita, 1970)
Não sabes tu dos que a si próprios se consideram puros? De modo nenhum, é Allah que purifica quem quer que seja que lhe apraz. e eles não serão lesados num jota.
Deus não perdoa que Lhe associem parceiros[¹]. Ele perdoa[²] os pecados fora disso, para quem faz o que é necessário[³]. Quem quer que associe parceiros com Deus, (dizendo “é Deus quem quer isso”[⁴]) terá atribuído um grande pecado a Ele[⁵].
(Fundação Suleymaniye)
[¹] Todo ser humano percebe, por meio de sua própria percepção, que não pode haver outra divindade além de Deus. Portanto, Deus responsabilizará todos por isso (Al A’raf 7/172 – 174, Al Ankabut 29/25, Fatir 35/13-14). Além disso, existem algumas atitudes e comportamentos que são considerados como shirk. Deus revelou isso em seu livro (Al Baqarah 2/22, 165; An Nissa 4/171, Al Maidah 5/116; Al A’raf 7 / 190-198; At Taubah 9/31; An Nahl 16/36; Al Furqan 25/43, Al Jasiyah 45/23. An Najm 53/19-23). Por esta razão, ninguém tem mais desculpas em relação a shirk. Por isso Deus não perdoa o pecado de shirk. No entanto, aqueles que se arrependem dando uma volta completa após atribuir parceiro a Deus, são excluídos desse pecado.
[²] Para o homem criar alguma coisa, ele precisa trabalhar. Aqueles que se afastam da idolatria e evitam os pecados graves (An Nissa 4/31, An Najm 53/31-32) ou que se arrependem / voltam depois de cometer pecados e se corrigem (Al Furqan 25/68-71) e aqueles cujas boas ações são mais que seus pecados vão direto para o céu, nem ouvirão o assobio e inferno (Al Anbiya 21/101-102). Aqueles cujos pecados mais do que suas boas ações irão para o inferno (Al Araf 7/9, Maryam 19 / 71-72, 86-87, Muminun 23/103-104, Al Qariah 101/8-11). Depois de punidos, eles estarão colocados ao lado de seus parentes no Paraíso (At Tur 52/5).
[³] A raiz do verbo “shaae = شاء” é “شيء”, que significa “fazer uma coisa”. O que Deus faz é criar essa coisa, e o que uma pessoa faz é fazer o esforço necessário para essa coisa (Mufradat). Deus cria tudo de acordo com uma medida (Al Qamar 54/49, Ar Ra’d 13/8). Ele dividiu as coisas em dois, bons e ruins, na provação. (Al Anbiyâ 21/35). Deus quer que todos estejam no caminho reto (An Nissa 4/26), mas apenas aqueles que fazem as coisas certas são consideradas no caminho reto (An Nur 24/46). Também inspira a pessoa se ela está fazendo certo ou errado. Portanto, quem faz o que é certo sente-se confortável e quem faz o que é errado sente-se angustiada (Ach Chams 91 / 7-10). De acordo com isso, se o sujeito do verbo shae = شاء é Allah, significa “Ele fez ou criou o que era necessário”, se ele era um humano, “ele fez o que era necessário”. Se Allah não desse às pessoas a liberdade de agir de acordo com suas preferências, ninguém poderia fazer nada de errado e não haveria a provação (An Nahl 16/93). Aqueles que desejam colocar o entendimento errado do destino no Islã como base da fé, deram uma grande distorção ao verbo shae = شاء, dando significado de querer e desejar; Eles distorceram o significado de muitos versos, colocando-os em livros de interpretação do Alcorão e até mesmo em dicionários.
[⁴] Al An’am 6/148. Al Baqarah 2/21)
[⁵] Al A’raf 7/172-173.
Por certo, Allah não perdoa que Lhe associem outra divindade, e perdoa tudo o que for, afora isso, a quem quer. E quem a associa a Allah, com efeito, forjará formidável pecado.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Deus jamais perdoará a quem Lhe atribuir parceiros; porém, fora disso, perdoa a quem Lhe apraz. Quem atribuir parceiros a Deus cometerá um pecado ignominioso.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Deus não perdoa a quem Lhe atribui semelhantes, e perdoa as faltas menores a quem quiser. Quem atribui semelhantes a Deus comete enorme delito.
(Mansour Challita, 1970)
Por certo, Allah não perdoará que qualquer participe a Ele seja associado; mas Ele perdoará o quer que seja perto disso a quem quer que seja que Lhe apraz. E quem quer que associe partícipes com Allah tem na verdade criado um muito grande pecado.
Ó vós a quem foi dado o Livro! Crede no que fizemos descer como corroborante do (livro) que está convosco. Fazei-o antes que desfiguremos vossos rostos e destruamos as vossas reputações ou excluamos como excluímos/amaldiçoamos o povo transgressor do sábado[¹]. A ordem de Deus sempre é cumprida.
Ó vós a quem foi concedido o Livro[¹]! Crede no que fizemos descer, confirmando o que está convosco, antes que apague-mos faces e as reduzamos a nucas[²] ou os[³] amaldiçoemos como amaldiçoamos as pessoas transgressoras[⁴] do sábado. E a ordem de Allah deve ser cumprida.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] O Livro: a Tora. [²] Ou seja, apagar as feições, tomando-as planas como nunca. [³] Os: os donos das faces tornadas nucas. [⁴] Cf II 65.
Ó adeptos do Livro, crede no que vos revelamos, coisa que bem corrobora o que tendes, antes que desfiguremos os rosto de alguns[¹], ou que os amaldiçoemos, tal como amaldiçoamos os profanadores do sábado[²], para que a sentença de Deus seja executada!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Literalmente quer dizer: “Antes que obliteremos as feições (ou rostos) de alguns, fazendo com que suas cabeças se virem para trás (ou que suas costas se voltem para a frente)”, constituindo um idiotismo árabe que deve ser livremente traduzido, para que proporcione um significado adequado em português. O rosto é a principal expressão da real essência do próprio homem; ele constitui, também, o índice da sua fama e estima. Os adeptos do Livro foram especialmente favorecidos por Deus, quanto às revelações espirituais. Se se mostrassem indignos, haveriam de perder os seus “rostos”. Sua eminência deveria, face à sua própria conduta, degenerar-se em degradação. Outros tomar-lhes-iam o lugar.
[²] Comparar com o versículo 65 da 2ª Surata, e respectiva nota.
Ó vós que recebestes o Livro, crede no que vos revelamos e que ‘.onfirma o que já possuís, antes que vos desfiguremos os rostos e vos onfundamos e vos amaldiçoemos como amaldiçoamos os transeresso- res do sábado. A ordem de Deus é sempre executada.
(Mansour Challita, 1970)
Ou vós povo do Livro, crede no que Nós temos enviado, realizando aquilo que está convosco, antes de termos inflingido humilhação sobre os seus líderes fazermos a eles fugirem ou os amaldiçoaremos como Nós amaldiçoamos o povo do Sábado. E o decreio de Allah está sujeito a ser executado.
Alguns judeus alterando os sentidos das palavras dizem: “Ouvimos e nos agarramos/nos rebelamos, “Ouve!, Não se pode dizer “Ouve” a ti! e “Cuida-nos!/Pastoreia-nos”. Eles fazem isso torcendo suas línguas para difamar a religião. Claro que teria sido melhor e mais correto se tivessem dito: “Ouvimos e obedecemos de coração”, “Ouve!” e “Vigia-nos!”. Porém, Deus os amaldiçoou/excluiu por causa de sua persistência em ignorar (os versículos). Poucos deles agora creem e confiam[¹].
(Fundação Suleymaniye)
[¹] As palavras aqui tem duplo sentidos. A primeira frase do versículo é: “sami’na e asayna = سَمِعْنَا وَعَصَيْنَا”. Um significado disso é “nós ouvimos e nos agarramos” e o outro é “nós ouvimos e nos rebelamos”. Porque o verbo “asâ = عصى” tem dois significados opostos. Mas a expressão “سَمِعْنَا وَأَطَعْنَا = sami’nâ ve ata’nâ” não pode ser entendida a nenhum significado diferente de “nós ouvimos e obedecemos de coração”.
A segunda frase é “= isma’ ghaira musmain= وَاسْمَعْ غـَيْرَ مُسْمَعٍ “. Esta palavra tem dois significados, um é “por favor, ouve, não é gentil mesmo que te ordenamos ouvir mas…” e o outro é “ouve, gente que ninguém pode te fazer ouvir!” (An Naml 27/80). Se tivesse dito apenas “اسْمَع “, que significa “ouve”, não poderia ser interpretado em nenhum outro significado.
A terceira sentença no versículo, “رَاعـِنَا = râ’inâ”, pode receber o significado de “vigia-nós”.Mas como a palavra está no padrão mufâ’ala / مفاعلة, o que indica que um trabalho é feito em conjunto por mais de um sujeito, também pode ser atribuído o significado de “vigiamo-nos um ao outro”. Isso leva à impressão de que os judeus se consideram iguais ao mensageiro de Deus. Quanto à missão da profecia ninguém lhe pode dizer: “Vigiemo-nos um ao outro” (An Nur 24/63, Al Hujurat 49/3). Uma vez que o padrão mufâ’ala também é usado no sentido de fazer um trabalho sozinho, o significado de “pastoreia-nos” significado também pode ser dado para “رَاعـِنَا”. Então é considerado que dizem “pastorear-nos como um animal!”, eles insultam implicitamente o mensageiro de Deus. Se eles tivessem dito “انظُرْنَا = unzurnâ” em vez de رَاعـِنَا = râ’inâ, eles não teriam nenhum significado diferente de “vigia-nos”.
Dentre os que praticam o judaísmo, há os que alteram o sentido das palavras dO Livro e dizem: “Ouvimos e desobedecemos” e “Ouve, oxalá não ouças.” E dizem: Raᶜina[¹] deturpando a verdade, com suas línguas, e difamando a religião. E, se eles dissessem: “Ouvimos e obedecemos” e ” Ouve” e “Olha-nos”, ser-Ihes-ia melhor e mais reto. Mas Allah os amaldiçoou por sua renegação da Fé. E não crerão, exceto poucos.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Cf. II 104 n1
Entre os judeus, há aqueles que deturpam as palavras, quanto ao seu significado. Dizem: Ouvimos e nos rebelamos. Dizem ainda: “Issmah ghaira mussmaen, wa ráina[¹], distorcendo-lhes, assim, os sentidos, difamando a religião. Porém, se tivessem dito: Ouvimos e obedecemos. Escuta-nos e digna-nos com a Tua atenção (“anzurna” em vez de “Ráina”), teria sido melhor e mais propício para eles. Porém, Deus os amaldiçoa por sua perfídia, porque não crêem, senão pouquíssimos deles.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Ver nota do versículo 93 da 2ª Surata (Al Baqarah 2/93). Um truque dos judeus consistia em distorcer as palavras e expressões, com o fito de ridicularizar os mais solenes ensinamentos da fé. Quando deveriam ter dito: “Ouvimos e obedecemos”, diziam em voz alta: “Ouvimos”, e sussurravam: “e desobedecemos”. Quando deveriam ter dito, respeitosamente: “Ouvimos”, adicionavam com um sussurro: “o que não deve ser ouvido”, a fim de escarnecerem. Quando inquiriam do Profeta, usavam palavras ambíguas, aparentemente inofensivas, mas desrespeitosas em suas intenções.
Entre os judeus, há os que deturpam as palavras, e dizem: “Ouvimos e desobedecemos”; ou: “Ouve como quem não ouve”; ou: “Observa-nos.” Torcem assim o sentido das palavras e difamam a religião. Se, ao contrário, dissessem: “Ouvimos e obedecemos” e “Escuta” e “Olha-nos”, seria melhor para eles e mais reto. Mas Deus amaldiçoou-os por sua descrença. E não acreditarão, salvo um pequeno número dentre eles.
(Mansour Challita, 1970)
Há entre os Judeus alguns que pervertem palavras dos seus corretos lugares. E eles dizem, ‘Nós ouvimos e nós desobedecemos’ e ouves tu sem ser ouvido’, e ‘Raina[¹]’ , encobrindo com a língua o que está no seu pensamento e procurando lesar a Fé. E se eles tivessem dito ‘Nós ouvimos e nós obedecemos’ e ‘ouves tu’, e ‘Unzurna’, teria sido melhor para eles e mais reto. Mas Allah amaldiçoou-os pela sua descrença; de modo que eles apenas pouco crêem.
(Iqbal Najam, 1988)
[¹] Raina que quer dizer veja por nós com bondade, porém torcendo a língua quer dizer nosso pastor. Unzurna significa o mesmo porém não se pode torcer a língua.