Ó íntegros![¹] Há vida para vós no talião, para que vós se protejam.
Fundação Suleymaniye
[¹] A integração da mente e do coração é chamada de “lubb” (al-Ayn); e as pessoas que têm essa qualidade são chamadas de “ul’ul albab”, que traduzimos como “íntegros”. (vide Az Zumar 39/18)
E, no talião, há vida para vós[¹] ó dotados de discernimento, para serdes piedosos.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Do impulso para o crime, nasce o receio da punição, aplicada pela retaliação. Do receio, surge salvação da vítima e do criminoso. Daí, da intenção da morte, surge a vida. E toda a sociedade se beneficia com este sábio preceito, sucinta e maravilhosamente construída neste versículo.
Tendes, no talião, a segurança da vida, ó sensatos, para que vos refreeis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Na lei de talião está a proteção de vossas vidas, ô homens sensatos. E possais temer a Deus.
(Mansour Challita, 1970)
E há vida para vós em a lei de retaliação, Oh homens de entendimento, para que vós possais gozar de segurança.
Ó fiéis! É-vos preceituado o talião[¹] para o homicídio. Livre por livre, cativo por cativo, mulher por mulher[²]. Quem quer que seja perdoado pelo irmão do morto (o herdeiro) em troca de uma remissão, deve cumpri-lo (o ma’ruf) e ressarci-lo com benevolência. Isso é alívio e bondade de vosso Senhor. Quem mantém agressão, depois disso, terá doloroso castigo.
Fundação Suleymaniye
[¹] A palavra traduzida como “talião ” é “qisas = قصــاص”. Qisas expressa a equivalência do crime e sua punição.
[²] A maioria das pessoas não consideram ninguém igual à sua própria família. O versículo expressa que isso é errado. Não sempre livre mata livre, cativo mata cativo ou mulher mata mulher. O talião é aplicado a quem mata o outro. Vide Al Isra 17/33
Ó vós que credes! É-vos prescrito o talião para o homicídio: o livre pelo livre e o escravo pelo escravo e a mulher pela mulher; e aquele, a quem se isenta de algo[¹] do sangue de seu irmão, deverá seguir, convenientemente, o acordo e ressarci-lo, com benevolência. Isso é alívio e misericórdia de vosso Senhor. E quem comete agressão, depois disso, terá doloroso castigo.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Ou seja, substituir o talião pelo ressarcimento.
Ó fiéis, está-vos preceituado o talião[¹] para o homicídio[²]: livre por livre, escravo por escravo, mulher por mulher. Mas, se o irmão do morto perdoar o assassino[³], devereis indenizá-lo espontânea e voluntariamente. Isso é uma mitigação e misericórdia de vosso Senhor. Mas quem vingar-se, depois disso, sofrerá um doloroso castigo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Note-se primeiramente que este versículo e o seguinte tornam claro que o Islam mitigou, em muitos, os horrores dos costumes pré-islâmicos referentes ao Talião. A fim de satisfazer os estritos clamores da justiça, a igualdade é prescrita, com uma veemente recomendação de clemência e perdão. Apesar de o fazermos, julgamos incorreto, todavia, traduzir quisas como talião. Em todo o caso, é melhor que se evite termos técnicos para se designarem situações diferentes. “Talião” em português tem um significado mais dilatado, equivalente, quase, a “pagar o mal com o mal”, e mais adequadamente aplicar-se-ia às contendas sanguinolentas da época de idolatria. O Islam assevera: se deveis tirar uma vida para pagar uma vida, que pelo menos haja um laivo de eqüidade nisso; a morte de um cativo de outra tribo não deve envolver contenda sanguinolenta alguma, pelo qual muitos homens livres seriam arrastados à morte. Porém, um decreto de misericórdia, desde que seja obtido por consenso, com razoáveis compensações, seria preferível.
[²] Os jurisprudentes têm cuidadosamente estabelecido que a lei do quisas se refere tão-somente ao homicídio. Ela não se aplica ao crime acidental ou por engano. Nesse caso, não há a pena capital.
[³] O irmão: o termo é perfeitamente generalizado, uma vez que o Islam constitui uma irmandade. Nesta, e em todas as questões de herança, as mulheres têm direitos semelhantes aos dos homens e, por isso, o gênero masculino abrange todos os sexos. Aqui, estamos considerando os direitos dos herdeiros sob o prisma de uma vasta fraternidade. Nos versículos 178-179 desta, deparamo-nos com os direitos dos herdeiros quanto à vida; nos versículos 180-182 veremos os herdeiros quanto à propriedade.
Ó vós que credes, a pena de talião é prescrita contra quem infligir a morte: homem livre por homem livre, escravo por escravo, mulher por mulher. E aquele que for perdoado pelo irmão da vítima deve comportar-se honradamente e indenizá-lo no melhor espírito. Ê um alívio e uma misericórdia a vós proporcionados pelo vosso Senhor. Quem depois agredir será rigorosamente castigado.
(Mansour Challita, 1970)
Oh vós que credes, retaliação equitativa no que respeita ao assassínio e o que para vós está prescrito: o homem livre para o homem livre, e o escravo para o escravo, e a fêmea para a fêmea. Mas se a um for concedida qualquer remissão por seu irmão, então ao prosseguir-se no assunto para a cobrança do dinheiro ganho no assassínio deverá proceder-se com de costume e o assassino pagar-lhe-á o dinheiro ganho no assassínio numa maneira generosa. Isto é uma mitigação da parte do vosso Senhor e uma mercê. E quem quer que depois disso transgrida, para esse haverá um castigo atroz.
A bondade não é que volteis vossos rostos para o Levante e para o Poente. A bondade é o que quem crê e confia em Deus, no Derradeiro Dia, nos anjos, no Livro, e nos profetas, faz[¹]. Uma pessoa assim, concede seus bens, embora amá-los, aos que têm proximidade dela, aos órfãos, aos necessitados, aos viageiros desamparados, aos que pedem e aos subjugados[²]. Cumpre a oração propriamente e corretamente e concede o zakat. Esses, cumprem suas responsabilidades quando fazem um acordo. Eles ficam resistentes a pressões, dificuldades e ao que acontecerá no momento da incursão. Esses são os que são verídicos e esses são os que se protegem.
Fundação Suleymaniye
[¹] Aqui, “Cinco Pilares da Fé Islâmica” estão listados. “Crença em “qadar” (predestinação)”, que hoje é considerado o sexto pilar da fé, não está listada, porque a obrigação de crer na predestinação não existe no Alcorão.
[²] A palavra “riqab = رقــاب“ no verso é a forma plural de “raqaba”. Raqaba significa literalmente “pescoço” (Mufradat, art. رقــب). O pescoço de um homem é usado para se referir a todo o corpo dele por meio do uso de uma sinédoque. Portanto, a palavra “raqaba” significa “aquele que está sob o controle de outra pessoa”. Nós o traduzimos como “subjugado”.
A bondade não está em voltardes as faces para o Levante e para o Poente; mas a bondade é a de quem crê em Allah, e no Derradeiro Dia, e nos anjos, e no Livro, e nos profetas; e a de quem concede a riqueza, embora a ela apegado, aos parentes, e aos órfãos, e aos necessitados, e ao filho do caminho[¹] e aos mendigos, e aos escravos[²]; e a de quem cumpre a oração e concede az-zakah ; e a dos que são fiéis a seu pacto, quando o pactuam; e a dos que são perseverantes na adversidade e no infortúnio e em tempo de guerra. Esses são os que são verídicos e esses são os piedosos.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Filho do Caminho: é tradução direta da expressão metafórica ibn as-sabil, ou seja, aquele que, em viagem, despojado de recursos e sem condições de recorrer a seus outros bens, fica à mercê desta contingência, a meio caminho de seu destino. Integram esta categoria os estudantes bolsistas, os intrépidos pioneiros, os missionários, os pregadores, etc.
[²] Trata-se de uma categoria de escravos, mukatab: os que fazem acordo com seu senhor, para obtenção de alforria, mediante soma determinada. Além disso, o Alcorão conclama os crentes a não apenas ajudarem o escravo na obtenção da alforria, mas a se empenharem no resgate dos prisioneiros de guerra. [³] Cf II 43 n 5.
A virtude não consiste só em que orientais vossos rostos até ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribuiu seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos (escravos). Aqueles que observam a oração, pagam o zakat, cumprem os compromissos contraídos, são pacientes na miséria e na adversidade, ou durante os combates, esses são os verazes, e esses são os tementes (a Deus).
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
A piedade não consiste em voltar a face para o Levante ou para o Poente. Piedoso é aquele que crê em Deus e no último dia e nos anjos e no Livro e nos Profetas, que dá dos seus bens, embora apegado a eles, aos parentes, aos órfãos, aos necessitados, aos viajantes, aos mendigos, que resgata os cativos, recita as preces e paga o tributo dos pobres, que cumpre com suas obrigações e é resistente na adversidade, no infortúnio e no perigo. Esses é que são os crentes e os piedosos.
(Mansour Challita, 1970)
Para serdes justos não vos basta que volteis o rosto para o Oriente ou para o Ocidente, pois verdadeiramente justo e aquele que creem Allah e no Último Dia e nos anjos e no Livro e nos profetas, e dispende o seu dinheiro por amor de Ele, nos parentes e nos órfãos e nos necessitados e nos viajantes e nos que pedem que lhes seja feita caridade, e para remir os cativos; e quem observa a Oração e paga o Zãkãt; e aqueles que cumprem a sua promessa quando uma tenham feito, e o paciente na pobreza e aflições e o resoluto em tempo de guerra: estes é que provaram ser verdadeiros e estes é que são os temente a Deus.
É assim que vai ser! Deus fez descer o Livro que contém a verdade. Os que discrepam do Livro estão em profunda discórdia.
Fundação Suleymaniye
Isso, porque Allah fez descer o Livro[¹] com a Verdade. E, por certo, os que discrepam do Livro estão em profunda discórdia.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] O Livro, aqui mencionado, tem o sentido genérico, isto é, refere-se a todos os Livros divinos.
Isso, porque Deus revelou o Livro com a verdade e aqueles que disputaram sobre ele incorreram em profundo cisma.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
É que Deus fez descer a verdade no Livro, e os que divergem sobre o Livro estão no cisma.
(Mansour Challita, 1970)
Isso é porque Allah enviou o Livro em que se contém a verdade; e sem dúvida, aqueles que discordam no que ao Livro respeita longe hão ido em inimizade.
Os que ocultam algo do Livro que Deus fez descer e em troca ganham um proveito temporário[¹] enchem apenas de fogo aos seus ventres. Deus não fala com eles no Dia da Ressurreição e não os purifica. O que eles merecem é um doloroso tormento.
Fundação Suleymaniye
[¹] “Qaleel = قليل” expressa que algo é pouco ou temporário (Maqayis).
Por certo, os que ocultam algo do Livro[¹] que Allah fez descer, e o vendem por ínfimo preço, esses não devorarão para dentro de seus ventres[²] senão o Fogo, e Allah não lhes falará, no Dia da Ressurreição, nem os dignificará; e terão doloroso castigo.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Do livro: da Tora.
[²] Metonímia de notável valor expressivo, para ilustrar o terrível castigo destinado àqueles que perpetraram este enorme pecado.
Aqueles que ocultam o que Deus revelou no Livro, e o negociam a vil preço, não saciarão suas entranhas senão com fogo infernal. Deus não lhes falará no Dia da Ressurreição nem dos purificará, e sofrerão um doloroso castigo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Os que escondem as revelações do Livro e as vendem a vil preço enchem o estômago de fogo. No dia da Ressurreição, Deus não lhes dirigirá a palavra e não os purificará. Doloroso castigo lhes é destinado.
(Mansour Challita, 1970)
Aqueles que escondem o que Allah enviou do Livro e por tal tomam em troca um preço vil, esses enchem a barriga com nada mais que fogo. A eles Allah não falará no Dia da Ressurreição, nem Ele os purificará. E para eles está reservado um castigo atroz.
Ele vos proibiu, apenas o animal morto (sem abater), o sangue derramado[¹], a carne de porco, e o que é abatido com a invocação de outro nome que não seja de Deus[²]. Se uma pessoa, sem intenção nem abuso, for impelido a isso e alimentar-se um desses, não se afasta da sua estrutura natural[³]. Deus é Perdoador e Beneficentíssimo.
Fundação Suleymaniye
[¹] Somente o sangue derramado é proibido, o sangue que fica nas veias não é proibido. (vide Al An’am 6/145)
[²] A carne de animais abatidos por não-muçulmanos ou abatidos sem Basmala não é proibida de comer, a menos que se saiba que eles são abatidos em nome de alguém que não seja Deus. Não há versos ou hadices que comprovem a proibição de tal carne (vide Al An’am 6/145, Al Maidah 5/3).
[³] O ism = إِثْمَ no verso significa o comportamento que que afasta a pessoa da bondade e da estrutura natural. (Mufradat).
Ele vos proibiu, apenas, a carne do animal morto[¹] e o sangue, e a carne de porco, e o que é imolado com a invocação de outro nome que Allah. E quem é impelido a alimentar-se disso, não sendo transgressor nem agressor[²] não haverá pecado sobre ele. Por certo, Allah é Perdoador, Misericordiador.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Esta proibição, promulgada há quatorze séculos, já antecipava recentes descobertas da Medicina, que, agora, proíbe a ingestão de carne de animais mortos naturalmente, e não adrede mortos para servir de alimento. E, pelo fato de a morte poder ser causada por doença ou envenenamento, deve-se evitar ingerir esta carne, para não haver perigo de contaminação ou morte. Quanto à ingestão de carne de porco, fica terminantemente proibida, ao que parece, pelas idênticas razões apontadas hoje, na Medicina, entre as quais, a transmissão da Tênia Solium e da Triquina, grandemente nocivas à saúde humana.
[²] Por transgressor, entenda-se o que transgride suas necessidades naturais de alimentação, comendo a mais; por agressor o que arrebata a porção encontrada por outro, em situações específicas (quando no deserto, por exemplo).
Ele só vos vedou a carniça[¹], o sangue, a carne de suíno e tudo o que for sacrificado sob invocação de outro nome que não seja de Deus(65). Porém, quem, sem intenção nem abuso, for impelido a isso, não será recriminado, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Mai-itat: carniça; animal que morre por si. A palavra no original árabe tem um significado um pouco mais amplo, apresentado em Fiquih (jurisprudência), como qualquer coisa que morre por si mesma, não expressamente morta com o intuito de servir de alimento, e sem o Takbir (Em nome de Deus, Deus é o Maior) ser devidamente pronunciado antes de ser sacrificada. Contudo, há exceções: o pescado é lícito (halal), embora não haja sido especialmente envolvido com o halal, nem com o Takbir. Porém, mesmo o pescado, se deteriorado, deve obviamente ser evitado.
Ele vos proíbe somente o animal morto, o sangue e a carne de pojco, e tudo que tenha sido sacrificado sob a invocação de um nome que não o Seu. Aquele, contudo, que for forçado pela necessidade sem desejar transgredir ou se rebelar, não pecará. Deus é clemente e misericordioso.
(Mansour Challita, 1970)
Ele só tornou ilegal para vós aquilo que morre por si próprio, e sangue e carne de suíno, mas tudo aquilo sobre que o nome de qualquer outro que não Allah tenha sido invocado. Mas o que for impelido pela necessidade, não sendo nem desobediente nem excedendo o limite, isso para ele não será pecado. Por certo, Allah é Generoso, Misericordioso.
A situação daqueles que se fecham aos versículos[¹] é semelhante ao exemplo de um corvo que grasna[²] contra um som que não entende[³] nada além de um chamado e um grito. Se tornam surdos, mudos e cegos. Não raciocinam.
Fundação Suleymaniye
[¹] Os incrédulos
[²] A palavra “na’q = نعق” no verso significa “a grita de um corvo” (Lisan).
[³] A palavra “sem’u = سمع” significa “ouvir”, “o ato de ouvir”, “entender” ou “obedecer” (Mufradat art. ســمع). O significado “entender” é pertinente aqui.
E o exemplo do admoestador para os que renegam a Fé é como o daquele que grita para o animal, que não ouve senão convocar e chamar. São surdos, mudos, cegos, então não razoam.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
O exemplo de quem exorta os incrédulos é semelhante ao daquele que chama as bestas, as quais não ouvem senão gritos e vozerios. São surdos, mudos, cegos, porque são insensatos.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Semelhantes ao que grita na presença de quem só ouve berros e brados, são os descrentes. Surdos, mudos, cegos, nada entendem.
(Mansour Challita, 1970)
E o caso daqueles que descreem é como o caso de alguém que grite aquele que nada mais ouve que uma chamada e um clamor. Eles são surdos, mudos e cegos. —de modo que não entendem.
Se, se lhes diz: “Segui o que Deus fez descer”, dizem: “Não, seguimos aquele caminho em que encontramos nossos pais” Bem, se seus pais nada razoassem e não entrassem no caminho reto?
Fundação Suleymaniye
E, quando se lhes[¹] diz: “Segui o que Allah fez descer”, dizem: “Não, mas seguimos aquilo[²] em que encontramos nossos pais.” E ainda que seus pais nada razoassem nem se guiassem?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Lhes: aos idólatras.
[²] Aquilo: o culto religioso dos antepassados.
Quando lhes é dito: Segui o que Deus revelou! Dizem: Qual! Só seguimos as pegadas dos nossos pais! Segui-las-iam ainda que seus pais fossem destituídos de compreensão e orientação?
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E quando se lhes recomenda: “Sigai o que Deus revelou”, dizem: “Seguiremos antes as tradições de nossos antepassados.” Como? Mesmo que seus antepassados nada entendessem e não fossem guiados?
(Mansour Challita, 1970)
E, quando se lhes diz, ‘Segui o que Allah tem enviado’, eles dizem; ‘De modo algum, nós seguiremos aquilo em que encontramos os nossos pais’, O que! mesmo se seus pais não tinham senso algum nem nenhuma espécie de guia?
Ó humanos! Comei de todo que é lícito e limpo na terra! Não sigais os passos de Satã. Ele é vosso inimigo manifesto.
Fundação Suleymaniye
Ó humanos! Comei, do que há na terra, sendo lícito e benigno; e não sigais os passos de Satã. Por certo, ele vos é inimigo declarado.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Ó humanos, desfrutai de todo o lícito[¹] e do que a terra contém de salutar e não sigais os passos de Satanás, porque é vosso inimigo declarado.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Atingimos agora o ponto da regulamentação dos alimentos. Primeiramente (versículos 168-171) deparamo-nos com um apelo a todos os povos, muçulmanos, idólatras, bem como aos Adeptos do Livro; depois (versículos 172-173), aos muçulmanos em especial; então (versículos 174-176) vem aquela espécie de homens que (como alguns fazem) ou acreditam em formalismo em excesso, ou não acreditam em nenhuma restrição. O Islam segue o áureo meio-termo. Todas as sociedades bem regulamentadas estabelecem razoáveis limitações. Estas coisas tornam-se obrigatórias para todos os leais membros de uma determinada sociedade, e mostra o que é "lícito" nessa sociedade. Porém, se as limitações forem razoáveis, o "lícito" também coincidirá repetidas vezes com o que é "bom".
Mortais! Do que está neste mundo, desfrutai o lícito, o bom.E não sigais as pegadas do demônio. Ele é vosso inimigo declarado.
(Mansour Challita, 1970)
Oh vós homens, comei do que é legal e sadio na terra: e não seguí as pisadas de Satã; por certo, ele é para vós um inimigo declarado.
Os seguidores deles dizem: “Se tivéssemos oportunidade (de voltar à terra juntos) e ficássemos distante deles como eles ficaram distante de nós (na terra)!” Deus lhes mostrará suas obras com angústia para eles. Jamais sairão do Fogo.
Fundação Suleymaniye
E os seguidores dirão: “Se tivéssemos retorno à vida, romperíamos com eles, como eles romperam conosco.” Assim, Allah os fará ver que suas obras são aflições para eles. E jamais sairão do Fogo.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
E os prosélitos dirão: Ah, se pudéssemos voltar (à terra), repudiá-los-íamos como eles nos repudiaram! Assim Deus lhes demostrará que suas ações são a causa de seus lamentos, e jamais se salvarão do fogo infernal.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E os seguidores dirão: “Ah! se pudéssemos voltar à terra! Então nós os repudiaríamos como nos repudiam!” Assim Deus lhes mostrará suas ações. Suspirarão de remorso, mas jamais sairão do Fogo.
(Mansour Challita, 1970)
E os que seguiram dirão: ‘Se ao menos nós pudéssemos voltar, nós os repudiaríamos como eles nos repudiaram’. Assim Allah lhes mostrará suas obras como angústia para eles, e eles não conseguirão sair para fóra do fogo.
Nesse dia, os que são seguidos rompem com os que os seguem. Já viram o castigo e os laços entre eles foram cortados.
Fundação Suleymaniye
Quando os que foram seguidos, ao verem o castigo, romperem com os que os seguiram e os laços entre eles se cortarem!
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Então, os chefes negarão os seus prosélitos, virão o tormento e romper-se-ão os vínculos que os uniam.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quando virem o suplício, os líderes repudiarão seus seguidores, e os laços que agora os unem se romperão,
(Mansour Challita, 1970)
Sim. eles por certo se dariam conta, se pudessem ver o tempo em que os que foram seguidos repudiarão os seus seguidores, e verão o castigo, seus meios de aproximação serão impedidos (Eles serão submetidos completamente sem ajuda).
Entre os humanos há aqueles tomam divindades¹ daqueles que colocam entre si e Deus atribuindo semelhanças² com Ele, e os amam como amar a Deus.³ O amor dos que creem e confiam em Deus é mais forte.⁴ Se os injustos que cometem isso percebessem, que toda a força pertence a Deus e a proporção do castigo de Deus (com o crime que cometem),⁵ da maneira que eles perceberão quando verão o castigo.
Fundação Suleymaniye
[¹] O verbo “ittahadha = اتَّخَذَ” leva dois objetos. Para esclarecer o significado, o segundo objeto “divindades” foi escrito explicitamente.
[²] Andâd = أنداد (singular nidd) no verso é essencialmente algo que é comparado a Deus. Como que a mente não pode aceitar isso como um motivo, dizem que o objetivo deles é alcançar Deus e que andâd os medeiam.
[³] Os mushriks amam a Deus, mas dão prioridade aos mediadores que colocam entre si e Deus, porque pensam que os mediadores os ajudarão a se aproximar de Deus.
[⁴] No idioma árabe, o significado de ashadd = الشد, é vínculo forte (= العقد القوي) (Müfredât) O crente tem uma forte conexão com Deus, pois não pode montar um veículo. Como não pode ser comparado com a crença do politeísta, aqui = أَشَدُّ recebe o significado de sifat mushabbaha, o adjetivo que significa adjetivo que indica característica invariável.
[⁵] A palavra “xadíd = شديد” significa “algo que vincula / se correlaciona estritamente” ou “estritamente vinculado / correlacionado” (Mufradat, art. شدد) Deus Todo-Poderoso estabeleceu uma relação estrita entre a punição / recompensa e as ações de a pessoa e disse: “Quem chega com a boa ação terá dez vezes seu equivalente, e quem chega com a má ação não será recompensado senão com seu equivalente. E eles não sofrerão injustiça.” (Al An’am 6/160).
E, dentre os homens, há quem, em vez de Allah, tome semelhantes,¹ em adoração, amando-os como se ama a Allah. E os que crêem são mais veementes no amor de Allah. E, se os injustos soubessem, quando virem o castigo, que toda a força é de Allah, e que Allah é Veemente no castigo, não haveriam adorado os ídolos,
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Semelhantes: ídolos ou próceres (entre os homens).
Entre os humanos há aqueles que adotam, em vez de Deus, rivais (a Ele) aos quais professam igual amor que a Ele; mas os fiéis só amam fervorosamente a Deus. Ah, se os iníquos pudessem ver (a situação em que estarão) quando virem o castigo (que os espera!), concluirão que o poder pertence a Deus e Ele é Severíssimo no castigo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E, contudo, há os que erigem rivais a Deus, amando-os como Deus é amado. Mas os que crêem apegam-se ainda mais fervorosamente a Ele. Se os prevaricadores pudessem ver o suplício que os aguarda, compreenderíam que o poder pertence somente a Deus e que Ele é duro no castigo.
(Mansour Challita, 1970)
E há entre os homens alguns que tomam para si próprios outros objectos de adoração que não Allah, amando-os como eles deviam amar a Allah. Mas os crentes são mais fortes no seu amor por Allah, e se aqueles que transgridem pudessem ver agora o tempo em que eles verão o castigo, eles se dariam conta de que todo o poder pertence a Allah e de que Allah é severo ao castigar,
Na criação dos céus e da terra, e na alternância da noite e do dia, nos navios que navegam no mar com o que beneficia a humanidade, na água que Deus faz descer do céu, na Sua vivicação da terra morta com essa água, na Sua dispersão da toda a espécie de ser que contorce, na mudança dos ventos, nas nuvens submetidas entre o céus e a terra, há sinais para um povo que razoa.
Fundação Suleymaniye
Por certo, na criação dos céus e da terra, e na alternância da noite e do dia, e no barco que corre, no mar, com o que beneficia a humanidade; e na água que Allah faz descer do céu, com a qual, vivifica a terra, depois de morta, e nela espalha todo tipo de ser animal, e na mudança dos ventos e das nuvens, submetidos entre o céu e a terra, em verdade, nisso tudo, há sinais para um povo que razoa.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Na criação dos céus e da terra; na alteração do dia e da noite; nos navios que singram o mar para o benefício do homem; na água que Deus envia do céu, com a qual vivifica a terra, depois de haver sido árida e onde disseminou toda a espécie animal; na mudança dos ventos; nas nuvens submetidas entre o céus e a terra, (nisso tudo) há sinais para os sensatos[¹].
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Esta magnífica passagem da Natureza expõe-se como um outeiro sombreando uma planície, realçando a beleza da nossa visão, preparando-nos para as leis e injunções cotidianas que se seguem. Note-se a sua arquitetura literária. Deus é Uno; e entre os Seus assombrosos Portentos está o da uniformidade de desígnios quanto à amplíssima diversificação da Natureza. Os Portentos apresentam-se em forma da beleza, poder, e da utilidade ao próprio homem, e faz com que este apele para a sua própria inteligência e sapiência. Principiamos com a glória dos céus e da terra, em amplos espaços contidos na imaginação humana, remotos, mas tão próximos à sua própria vida. O mais estarrecedor dos fenômenos cotidianos, resultante da relação mútua dos céus e da terra, consiste na alternação do dia e da noite, regular, mas cambiante, de acordo com as estações do ano e as latitudes do globo. A noite para o descanso, e o dia para o trabalho; é preciso que encaremos o trabalho em termos de beleza da natureza; o relato dos navios "que singram" os mares, como meios de comunicação e troca de mercadorias entre os povos. Deste modo, o mar não nos é menos útil do que a terra firme; e o tomar e o dar (drenagem e evaporação) entre o mar, o céu e a terra são eloqüentemente exemplificados pela chuva.
Para os que refletem, quantas provas existem na criação dos céus e da terra, na alternância do dia e da noite, na embarcação que sulca os mares em benefício dos homens, na água que Deus envia do céu e que vivifica a terra depois de morta, nos animais de toda a espécie que se multiplicam nela, na mutação dos ventos, nas nuvens suspensas entre o céu e a terra.
(Mansour Challita, 1970)
Verdadeiramente na criação dos céus e da terra e na alternação da noite com o dia, e nos navios que navegam no mar com aquilo que aos homens aproveita, e na água que Allah faz cair do céu e com isso faz reviver a terra depois da sua morte e nela espalha todas as espécies de animais, e na mudança dos ventos, e as nuven stransformadas em utilidade entre o céu e a terra, —são na verdade Sinais para o povo que compreende.
Vosso Deus é Deus Único. Não há outro deus senão Ele. É o Graciosíssimo, o Beneficentíssimo.
Fundação Suleymaniye
E vosso Deus é Deus Único. Não existe deus senão Ele, O Misericordioso, O Misericordiador[¹].
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Esse versículo foi revelado por ocasião do desafio, feito pelos descrentes a Muhammad, para que este lhes revelasse quem era seu Senhor.
Vosso Deus e Um só. Não há mais divindade além d’Ele, o Clemente, o Misericordiosíssimo.¹
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Onde as terríveis conseqüências do Mal como por exemplo, a rejeição de Deus, são mencionadas, há sempre uma ênfase quanto aos atributos da clemência e da misericórdia de Deus. Neste caso, a Unicidade é também enfatizada, porquanto já estamos cientes da quibla como símbolo da unidade, e prontos a abordar o tema da unidade diversificadamente, quanto à Natureza e quanto às leis sociais da sociedade humana.
Vosso Deus é o Deus único. Não há deus senão Ele, o Clemente, o Misericordioso.
(Mansour Challita, 1970)
E o vosso Deus é um Deus; não há outro Deus senão Ele, o Clemente, o Misericordioso.
Eles permanecerão como excluídos para sempre. Não se lhes aliviará o castigo nem se lhes concederá trégua.
Fundação Suleymaniye
Nela, serão eternos. Não se lhes aliviará o castigo nem se lhes concederá dilação.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Que pesará sobre eles eternamente[¹]. O castigo não lhes será atenuado, nem lhes será dado prazo algum.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Eternamente = por muito tempo. A maldição não é jogo de palavra; é um terrível estado espiritual, de todo oposto ao estado de graça. Pode o homem maldizer? Certamente não, no mesmo sentido que nos referimos em relação à maldição de Deus. Uma simples maldição verbal não tem efeito. Porém, se uma pessoa é oprimida ou tratada com injustiça, seus clamores podem ascender até a Deus, oração, e descerá, então, a "ira" ou maldição de Deus sobre os iníquos, privando-os de Sua graça.
E permanecerão amaldiçoados para todo o sempre; seu castigo não será aliviado; e nenhuma trégua lhes será concedida.
(Mansour Challita, 1970)
Eles continuarão sob essa maldição. O castigo não será para eles aliviado, nem a eles descanso será concedido.
Quanto aos que ocultam os versos e morrem enquanto ocultam; Deus, Seus anjos e toda humanidade vão os excluirão[¹].
Fundação Suleymaniye
[¹] “Cada comunidade que entra no inferno, excluirá sua companheira” (Al A’raf 7/38) Os muçulmanos implementam as disposições que não estão relacionadas ao Alcorão e à sabedoria, considerando o Islã. Isto é devido à ocultação dos versículos do Alcorão. Deus excluirá aqueles que causam isso deliberadamente e não os perdoará. Os anjos e todas as pessoas também os excluirão. Porque eles impediram as pessoas de encontrar a verdade escondendo os versículos. “Os que ocultam algo do Livro que Deus fez descer e em troca ganham um proveito temporário enchem apenas de fogo aos seus ventres. Deus não fala com eles no Dia da Ressurreição e não os purifica. O que eles merecem é um doloroso tormento.” (Al Baqarah 2/174)
Por certo, os que renegam a Fé e morrem, enquanto renegadores da Fé, sobre esses será a maldição de Allah e dos anjos e de toda a humanidade.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Sobre os incrédulos, que morrem na incredulidade, cairá a maldição de Deus, dos anjos e de toda humanidade.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Mas aqueles que descrêem e morrem na descrença, sobre eles cairá a maldição de Deus e dos anjos e dos homens,
(Mansour Challita, 1970)
Aqueles que descreem e morrem sem deixar de ser incréus, sobre eles é que caíra a maldição de Allah e dos anjos e dos homens conjuntamente.
Exceto os que se arrependem (se voltam completamente de seus erros), se corrigem e declaram o que ocultaram; Eu aceito o arrependimento deles. Eu sou O Remissório e o Beneficentíssimo.
Fundação Suleymaniye
Exceto os que se voltam arrependidos e se emendam e evidenciam a verdade; então, para esses, voltar-Me-ei, remindo-os. E Eu sou O Remissório, O Misericordiador.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Salvo os que se arrependeram, emendaram-se e declararam (a verdade); a estes absolveremos porque somos o Remissório, o Misericordiosíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Com a exceção dos que se arrependem e se emendam, dando testemunho da verdade. Desses aceito o arrependimento. Pois sou clemente e misericordioso.
(Mansour Challita, 1970)
Mas aqueles que se arrependem e se corrigem e abertamente declaram a verdade, é para esses que Eu Me volto com perdão, e Eu estou muita-vez-voltando com compaixão e Misericordioso.
Os que ocultam os versos explicativos e os versos principais[¹] que fizemos descer depois de o havermos elucidado, para os homens, no Livro, Deus os exclui, e os que estão na posição de excluir também excluem.
Fundação Suleymaniye
[¹] O verso principal que resume uma questão é chamado “muhkam = decisivo”. Um verso que é semelhante ao muhkam em alguns aspectos, além de explicá-lo, é chamado de “mutashabih = similar”. Existe outro par de versículos para explicar o primeiro par. Em muitos casos, o número desses versículos similares aumenta para quatro, seis, oito ou mais pares de versos (mathani).
Por certo, os que ocultam o que fizemos descer das evidências e da orientação, depois de o havermos tornado evidente, para os homens, no Livro a esses Allah os amaldiçoará, e também os amaldiçoarão os amaldiçoadores,
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aqueles que ocultam as evidências e a Orientação que revelamos, depois de as havermos elucidado aos humanos, no Livro, serão malditos por Deus e pelos imprecadores[¹],
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Imprecadores, isto é, anjos e humanos (ver versículo 161 desta); os abominados se excluirão da proteção de Deus e dos anjos, tornando-se pessoas não gratas aos humanos porque, pela sua contumaz rejeição da fé, não apenas pecam contra Deus, mas ainda falseiam suas próprias condições de homens, os quais Deus criou no “mais perfeito dos moldes” (95ª Surata, versículo 4).
Aqueles que escondem as provas e a orientação que fizemos descer, depois que as demonstramos claramente no Livro, Deus os amaldiçoará, e os homens também os amaldiçoarão,
(Mansour Challita, 1970)
Os que escondem o que Nós temos enviado quanto os Sinais e guia depois de Nós o termos tornado claro para o povo no Livro, é a esses que Allah amaldiçoa; e assim os amaldiçoam os que amaldiçoam.
As-safa e Al-marwa[¹] são entre os os símbolos que representam a adoração a Deus. Quem circumambula a Caaba, com a intenção de peregrinação ou cumprir a ‘umra, não há pecado em percorrer entre elas. Quem voluntariamente faz uma boa ação, saiba que Deus é Agradecido, Onisciente.
Fundação Suleymaniye
[¹] Safa e Marwa são duas pequenas colinas perto de Caaba. Os peregrinos percorrem entre elas como uma fase obrigatória da peregrinação. No período da ignorância (antes da revelação do Alcorão), dois ídolos chamados Asaaf e Naila foram colocados em seus topos. Os muçulmanos pensavam que a circulação entre Safa e Marwa era realizada a fim de venerar esses ídolos e, portanto, evitavam a circulação. Este versículo declara que a circulação entre Safa e Marwa não é realizada para venerar os ídolos. Inter-relacionando esse versículo e Al Baqarah 2/196, “Completai a Peregrinação e a Umra para Deus”, podemos entender que a Peregrinação e a Umra foram deixadas incompletas naquele momento. A parte que faltava era a recorrência entre essas duas colinas, e não é um dever opcional, mas obrigatório, para concluir a Peregrinação e a Umra.
Por certo, As-Safa e Al Marwah estão entre os lugares sagrados de Allah. Então, quem quer que faça a peregrinação[²] à Casa, ou faça Al Umrah[³] não haverá culpa sobre ele, ao fazer vai-vém entre ambos. E quem faz, voluntariamente, uma boa ação, por certo, Allah é Agradecido, Onisciente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] As-Safa e Al Marwah: as duas colinas, localizadas nas proximidades do vale de Makkah, perto da Kaᶜbah e do poço Zam-Zam, as quais escalou Hãgar, sucessivamente, sete vezes, em busca de água para seu filho Ismael. Extenuada pela busca, retornou para junto do filho, ao lado do qual encontrou um anjo, escavando a terra, de onde fez brotar um poço, o poço Zam-Zam, existente até os dias de hoje. Este percurso de sete escaladas às colinas integrou-se ao ritual da peregrinação desde os tempos abraâmicos. Ocorre que, anteriormente ao Islão, os árabes locupletaram a Kaᶜbah e seus arredores de ídolos, a tal ponto que, na colina de As-safa e Al Marwah, adoravam, respectivamente, os ídolos; Issãf e Na ila. Com o advento do Islão e aniquilados os ídolos, a peregrinação passou a constituir um dos pilares do Islamismo, juntamente com as-salãh, az-zakãh, o jejum e a profissão de fé. Com receio de serem confundidos com os pagãos, os primeiros moslimes abstiveram-se percorrer as duas colinas e, por essa razão, foi revelado esse versículo para esclarecê-los sobre isso, tranqüilizá-los e convidá-los a continuar observando este ritual.
[²] A peregrinação Al Hajj, consiste na viagem a Makkah, para visita à Kaᶜbah e ao Monte Arafat, onde se deve permanecer algum tempo. Esta prática é recomendada a todos os moslimes, ao menos por uma vez na vida, no 12.° mês do ano lunar, desde que o crente esteja em condições físicas e econômicas favoráveis. Além do culto religioso, é congraçamento universal, pois reúne moslimes de todas as partes do mundo. Os peregrinos devem trajar-se uniformemente, com, apenas, dois panos brancos e sem costuras, adaptados ao corpo; as mulheres devem trajarse com roupas longas, e, conjuntamente, todos dão graças ao Senhor e Lhe entoam louvores, longe das coisas mundanas, das vaidades e paixões, e, mormente, das diferenças existentes entre os homens: o rei se prostra ao lado do plebeu, o pobre , do rico, o negro do branco, em pé de igualdade, irmanados em uma única fé.
[³] Al-umrah: forma derivada do verbo iᶜtamara, visitar; conjunto de ritos islâmicos, que consistem na visita de Ka’bah e no percurso entre as duas colinas de As-Safa e Al Marwah, feita em qualquer época do ano.
As colinas de Assafa e Almarwa[¹] fazem parte dos rituais de Deus e, quem peregrinar à Casa[²], ou cumprir a ‘umra[³], não cometerá pecado algum em percorrer a distância entre elas. Quem fizer espontaneamente além do que for obrigatório, saiba que Deus é Retribuidor, Sapientíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A virtude da paciente perseverança na fé induz à menção de dois monumentos simbólicos dessa virtude. Existem dois pequenos montes, o de Assafa e o de Almarwa, agora absorvidos pela cidade de Makka, situados perto do poço de Zamzam. Aí, de acordo com tradições, Agar, mãe de Ismael, orou suplicando por água no deserto adusto e, levada pela sua afoita busca ao redor desses montes, teve respondidas as suas orações e avistou o manancial de Zamzam. Infelizmente os árabes idólatras haviam colocado ali um ídolo masculino e outro feminino, causando, com seus rituais grosseiros e supersticiosos, ofensa aos primitivos muçulmanos, fazendo com que estes experimentassem alguma hesitação em percorrer aquelas plagas durante a peregrinação.
[²] A Sagrada Mesquita: a Caaba, na sagrada cidade de Makka. Não é correto insinuarmos que a ordem, instituindo a Caaba como quibla, ab-rogue o versículo 115 desta, onde é asseverado que o Leste e o Oeste pertence a Deus e que Ele é Onipresente. Isto é perfeitamente verdadeiro em todas as épocas, antes e depois da instituição da quibla.
[³] O Hajj é a peregrinação principal, cujos rituais acontecem durante os primeiros dez dias do mês de Dul-hijja. A Umra constitui uma peregrinação menos formal e se dá em qualquer época do ano. Em ambos os casos suplicante peregrino começa por colocar sobre si uma vestimenta simples, de tecido, sem costura, dividida em duas peças, quando ainda está a alguma distância de Makka. A colocação dessa vestimenta peregrina (Ihram) caracteriza o simbolismo da renúncia às vaidades do mundo. Depois disto, e em todo o transcorrer da peregrinação, ele não deve usar outras roupas, não deve usar ornamentos, besuntar seus cabelos, usar perfumes, caçar, ou praticar outros atos proibidos. O complemento da peregrinação é simbolizado por rasparem as cabeças os homens, cortarem as madeixas de seus cabelos as mulheres, pelo abandono do Ihram a reposição das vestes comuns.
As-Safa e Al-Marua figuram entre os lugares de Deus. Quem fizer a peregrinação à Casa ou a visitar, não cometerá transgressão se circundar esses dois montes. E a quem praticar a caridade, espontaneamente, Deus mostrará Seu reconhecimento.
(Mansour Challita, 1970)
Por certo, Al-Safã e Al-Marua contam-se entre os Sinais de Allah. Não é, pois, pecado que aquele que vai em peregrinação à Casa, ou pratica ‘Umra, corra entre as duas. E quem quer que pratique o bem além do que é obrigatório, por certo então, Allah é Apreciador, Todo-Sabedor.
O apoio constante[¹] e misericórdia de seu Senhor são sobre eles. Eles são os que estão no caminho certo.
Fundação Suleymaniye
[¹] A palavra “salawat = صَلَوَاتٌ” mencionada no verso é a forma plural de “salat = صـاة.” Seu significado raiz é “não desistir de algo e apoiá-lo constantemente” (Lisan al-Arab). O Deus Todo-Poderoso recompensa as boas ações com recompensas melhores do que as que lhes são devidas. Um versículo é o seguinte: “A quem faz o bem, seja varão ou varoa, enquanto crente, certamente, fá-lo-emos viver vida benigna. E Nós recompensá-los-emos com prêmio melhor que aquilo que faziam.” (An Nahl 16/97). Qualquer um que pacientemente se concentre em passar nas provas que Deus o coloca merece ter Seu constante apoio e ajuda.
Sobre esses são as bênçãos e a misericórdia de seu Senhor. E esses são os guiados.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Estes serão cobertos pelas bênçãos e pela misericórdia de seu Senhor, e estes são os bem encaminhados.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
A eles vão as bênçãos do Senhor e a Sua misericórdia, e eles caminham na senda da retidão.
(Mansour Challita, 1970)
É sobre estes que caem as bênçãos do seu Senhor c misericórdia, e este é que são justamente guiados.
Nós, certamente, vos poremos à prova através de algum temor e fome, de escassez de bens, de vidas e de frutos. Alvissara aos perseverantes!
Fundação Suleymaniye
E, em verdade, pomo-vos à prova, com algo do medo e da fome e da escassez de riquezas e de pessoas e de frutos. E alvissara o Paraíso aos perseverantes,
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Certamente que vos poremos à prova mediante o temor, a fome, a perda dos bens, das vidas e dos frutos. Mas tu (ó Mensageiro), anuncia (a bem-aventurança) aos perseverantes —
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Com certeza, submeter-vos-emos às provas do medo e da fome, e da perda de bens e de vidas e de frutos. Mas anuncia as boas novas aos que perseveram,
(Mansour Challita, 1970)
E Nós vos experimentaremos com alguma coisa de temor e fome, e perda de bens e de vida, e de frutos; mas daremos boas novas aos que forem pacientes.
Não digais daqueles que são mortos no caminho de Deus que “estão mortos.” Ao contrário, estão vivos, mas vós não podeis perceber[¹].
Fundação Suleymaniye
[¹] Aqueles que são mortos lutando pela causa de Deus são chamados de "vivos" por Deus, mas esse não é um tipo de vitalidade que os seres humanos possam compreender.
E não digais dos que são mortos no caminho de Allah: “Eles estão mortos.” Ao contrário, estão vivos, mas vós não percebeis.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
E não digais que estão mortos aqueles que sucumbiram[¹] pela causa de Deus. Ao contrário, estão vivos, porém vós não percebeis isso.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A sentença "na perseverança e na oração" mencionada no versículo anterior, não constitui mera passividade. Significa ativamente porfiar pela vereda da Verdade, que é a vereda de Deus. Tal porfia consiste em despendermos nossa vereda, quer com respeito às nossas propriedades, quer com o desapego às nossas vidas e às vidas dos que nos são caros, quer com a perda de frutos da faina de toda a nossa vida, não apenas de bens materiais, mas de alguma aquisição moral e intelectual, de alguma posição que por si só pareça enormemente desejável aos nossos olhos, mas eu devemos espontaneamente sacrificar, se necessário, pela causa de Deus.
E não chameis de mortos àqueles que tombam no caminho de Deus. São vivos, ao contrário, embora não os vejais.
(Mansour Challita, 1970)
E não dizei daqueles que são mortos pela causa de Allah que eles estão mortos; pelo contrário, eles estão vivos; apenas vós não percebeis.
Recordai-vos[¹] de Mim[²], que Eu Me recordarei de vós[³]. Cumpri vossos deveres por Mim, não Me sejais ingratos!
Fundação Suleymaniye
[¹] “Zikr = ذكــر” é “manter algumas informações que foram aprendidas em sua integridade com todos os outros elementos relevantes, prontas para uso na mente”. “Trazer esse conhecimento para a mente e recitá-la” também é chamado de zikr (Mufradat, art. ذكـر e عـرف). A natureza consiste nos sinais que Deus cria; e o Alcorão consiste nos sinais que Ele enviou. As informações corretas obtidas de qualquer um deles são zikr. Somente esse tipo de informação satisfaz a humanidade. (vide Ar Ra’d 13/28).
[²] os deveres que dei
[³] as coisas certas que fizestes
Então, lembrai-vos de Mim, Eu Me lembrarei de vós. E agradecei-Me e não Me renegueis
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Recordai-vos[¹] de Mim, que Eu Me recordarei de vós. Agradecei-Me e não Me sejais ingratos!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] A palavra "recordar" apresenta-se muito inconsciente para traduzir dhikr, que adquiriu agora um vasto número de associações em nossa literatura religiosa. Em sua significação verbal ela abrange: lembrar, aprazer (a Deus), mencionando-O freqüentemente; exercitar; celebrar ou comemorar; levar a sério, cultuar a memória como um domínio precioso.
Lembrai-vos de Mim, lembrar-Me-ei de vós. E agradecei-Me, e não Me renegueis.
(Mansour Challita, 1970)
Por isso lembrai-vos de Mim, e Eu me lembrarei de vós; e a Mim sede gratos e a Mim não sede ingratos.
Assim, (para completar as minhas graças) enviamo-vos um Mensageiro, dentre vós. Ele recita Nossos versículos para vós, vos melhora, vos ensina o Livro e a Sabedoria, vos ensina o que não sabíeis[¹].
Fundação Suleymaniye
[¹] Este versículo prova que a oração de Abraão a seu Senhor em Meca foi aceita (vide Al Baqarah 2/129).
Assim, enviamo-vos um Mensageiro vindo de vós, que recita, para vós, Nossos versículos e vos dignifica e vos ensina o Livro e a Sabedoria, e vos ensina o que não sabíeis.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Assim também escolhemos[¹], dentre vós, um Mensageiro de vossa raça para vos recitar Nossos versículos, purificar-vos, ensinar-vos o Livro e a sabedoria, bem como tudo quanto ignorais.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Este versículo deve ser lido juntamente com o 150 desta, com o qual a sentença é aqui completada. O raciocínio é de que com a designação de Caaba, como quibla, Deus estava aperfeiçoando a religião e preenchendo os requisitos da oração futura, concebidos por Abraão. A oração haveria de ser de caráter triplo: para que Makka se tornasse um santuário sacrossanto (2ª Surata, versículo 126); para que ali uma nação (muçulmana) verdadeiramente crente se estabelecesse com locais de devoção (2ª Surata, versículo 128); para que um Mensageiro fosse enviado entre os árabes com umas certas qualidades (2ª Surata, versículo 129), lá estabelecidas e novamente repetidas aqui, para se completar o raciocínio.
E enviamo-vos um Mensageiro dentre vós para que vos transmita Nossas revelações, vos purifique de vossos pecados e vos ensine o Livro e a sabedoria e tudo o que ignorais.
(Mansour Challita, 1970)
Assim mesmo como Nós vos enviamos um Mensageiro de entre vós próprios que vos recita os Nossos Sinais, e vos purifica, e vos ensina o Livro e o bom saber, e vos ensina aquilo que vós não sabeis.
Onde quer que te levante (para oração), volta teu rosto na direção da Mesquita Sagrada. Onde quer que estejais, voltai vosso rosto na direção dela, para que o povo não tenha nenhum argumento contra vós[¹]. Quem fala mal de vós[²], pode falar, não os temei, Temei a Mim. Isso, para que Eu complete Minha graça para convosco, e para vós alcançardes ao vosso objetivo.
Fundação Suleymaniye
[¹] Se a direção da oração não tivesse sido mudada, judeus e cristãos a teriam usado como prova contra os muçulmanos, porque sabiam que a mudança de direção certamente aconteceria de acordo com a Torá e o Evangelho.
[²] Aqui, o significado de “istisna’ munqati” à preposição é dada.
E, para onde quer que saias, volta a face rumo à Mesquita Sagrada; e onde quer que estejais, voltai as faces para seu rumo, a fim de que não haja, da parte das pessoas, argumentação contra vós, exceto dos injustos entre elas. Então, não os receeis, e receai-Me. -E isso, para que Eu complete Minha graça para convosco, e para vos guiardes,
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aonde quer que te dirijas, orienta teu rosto para a Sagrada Mesquita. Onde quer que estejais (ó muçulmanos), voltai vossos rostos na direção dela, para que ninguém, salvo os iníquos, tenha argumento com que refutar-vos. Não temais! Temei a Mim, a fim de que Eu vos agracie com Minhas mercês, para que vos ilumineis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Aonde quer que te dirijas, volta a face para a Mesquita Sagrada, e onde quer que estejais todos vós, voltai a face na mesma direção para que ninguém possa criticar-vos, com a exceção dos prevaricadores: esses, não os temais. Temei somente a Mim para que Eu complete em vós a obra de Minha graça. E possais seguir a senda da retidão.
(Mansour Challita, 1970)
E donde quer que tu venhas, volta o teu posto na direção da Mesquita Sagrada; e onde quer que estejais, voltai o vosso rosto na direção dela para que o povo nada possa alegar contra vós, com exceção daqueles que sejam injustos —de modo que não os temei, mas tende temor de Mim— e para que Eu possa aperfeiçoar o favor que vos concedo; e para que vós possais ser justamente guiados.
Onde quer que te levante[¹] (para oração), volta teu rosto na direção da Mesquita Sagrada[²], isso é o que seu Senhor considera verdadeiro. Deus não está desatento ao que fazeis.
Fundação Suleymaniye
[¹] Em conformidade com o significado em Qaf 50:11, a palavra “khurooj”, que é o substantivo verbal relevante (masdar) da palavra “kharajta = خرخت” no verso, recebe o significado de “levantar-se” (Mufradat, art. خرج). Quem começa a realizar a oração deve se levantar.
[²] Para poder realizar a oração, não é necessário voltar exatamente na direção da Mesquita Sagrada, mas na direção principal em que sua região reside.
E, para onde quer que saias, volta a face rumo à Mesquita Sagrada; e por certo, esta é a Verdade de teu Senhor. E Allah não está desatento ao que fazeis.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aonde quer que te dirijas (ó Mohammad), orienta teu rosto para a Sagrada Mesquita, porque isto é a verdade do teu Senhor e Deus não está desatento a quanto fazeis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Aonde quer que te dirijas, volta a face para a Mesquita Sagrada. Essa é a verdade que vem de teu Senhor. Deus está atento ao que fazeis.
(Mansour Challita, 1970)
E donde quer que tu venhas, volta o teu rosto na direção da Mesquita Sagrada; pois essa é de fato a verdade do teu Senhor. E Allah não se desinteressa do que vós fazeis.
Todo mundo tem um objetivo ao qual direcionam-se. Competi em boas ações (em vez de discussão). Onde quer que estejais, Deus vos fará a todos reunir. Deus é quem estabelece medida para todas as coisas[¹].
Fundação Suleymaniye
[¹] A palavra “cadír = قدير” é um derivado da palavra “cadr = قدر”, que significa “medida”, como em “uma indicação do grau, extensão ou qualidade de algo”. O próprio cadír significa “quem estabelece a medida”. Estabelecer uma medida é determinar os critérios, quantidade, grau ou extensão das condições que devem ser cumpridas para que qualquer coisa ou evento que venha a existir ou entra em vigor. No entanto, na tradição islâmica, a palavra cadír é atribuída ao significado “poderoso” ou “capaz”. De fato, é o mais poderoso que estabelece a medida, mas quando o versículo recebe o significado “Deus tem poder sobre tudo”, perde-se a relação entre as palavras “cadír” e “medida”. Perder essa relação é a causa principal da falsa crença de predestinação na tradição islâmica e, portanto, é absolutamente crítico. Deus faz as leis e cria os princípios que governam todos os seres. Neste versículo, uma lei de Deus é explicada. O Deus Todo-Poderoso ordena: “Se Deus castigasse os humanos, por sua iniquidade, não deixaria criatura alguma sobre a terra; porém, tolera-os até ao término prefixado”. Então, quando chegar a hora deles, Deus fará o que eles merecem. Veja os versículos semelhantes Al Fatir 35:45, Ach Chura 42:14, Al An’am 6: 2.
E, para cada um há um rumo, para onde Ele o faz voltar-se. Então, emulai-vos, pelas boas ações. De onde quer que estejais, Allah vos fará vir, a todos. Por certo, Allah, sobre todas as cousas, é Onipotente.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Cada qual tem um objetivo traçado por Ele. Empenhai-vos na prática das boas Ações, porquanto, onde quer que vos acheis, Deus vos fará comparecer, a todos, perante Ele, porque Deus é Onipotente.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Cada qual tem uma meta que o guia. Sejam quais forem vossas metas, emulai-vos nas boas ações. Onde quer que estejais, Deus vos reunirá. Deus tem poder sobre tudo.
(Mansour Challita, 1970)
E cada um tem um objetivo ao qual ele volta-se: competi, pois, uns com os outros em hoas obras. Onde quer que estejais. Allah vos fará a todos reunir. Por certo Allah tem o poder de fazer tudo o que Ele quer.
Aqueles a quem concedemos o Livro, conhecem-no[¹] como conhecem a seus próprios filhos, mas um grupo deles oculta a verdade, sabendo-a.
Fundação Suleymaniye
[¹] Que a direção da oração, a caaba, será voltada para a Mesquita Sagrada novamente.
Aqueles, aos quais concedemos o Livro[¹], conhecem-no como conhecem a seus filhos, e, por certo, um grupo deles oculta a verdade, enquanto sabe.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] O Livro: a Torá.tde
[²] O pronome refere-se ao Profeta Muhammad. O versículo alude ao que certo judeu, convertido ao Islão, de nome Ibn Salãm, haveria dito: “Reconheci-o. ao vê-lo, como reconheço meu filho, até mais ainda”.
Aqueles a quem concedemos o Livro, conhecem-no como conhecem a seus próprios filhos, se bem que alguns deles ocultam a verdade, sabendo-a.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Aqueles a quem revelamos o Livro, reconhecem Nosso Mensageiro como reconhecem os próprios filhos. Mas há entre eles quem esconde a verdade propositadamente.
(Mansour Challita, 1970)
Aqueles a quem Nós demos o Livro reconhecem-no da mesma maneira que eles reconhecem seus filhos, mas por certo alguns deles escondem a verdade conscientemente.
Se trouxeres todos sinais (evidências) aqueles a quem o Livro foi dado, não seguirão tua quibla. Nem tu seguirás a quiblah deles. Nem alguns dentre eles seguem a quiblah de outros[¹]. Se tu segues aos seus desejos depois do conhecimento que te chegou, tornas-te um dos injustos.
Fundação Suleymaniye
[¹] Durante suas orações, os judeus se voltam para o Templo de Salomão, que é Bayt al-Maqdis em Jerusalém, e os cristãos se voltam para o Levante.
E, em verdade, se fizeres vir todos sinais àqueles aos quais fora concedido o Livro eles não seguirão tua direção nem tu seguirás sua direção; e, entre eles, uns não seguirão a direção dos outros . E, em verdade, se seguisses suas paixões, após o que te chegou da ciência, por certo, serias, nesse caso, dos injustos.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Ainda que apresentes qualquer espécie de sinal ante aqueles que receberam o Livro, jamais adotarão tua quibla nem tu adotarás a deles; nem tampouco eles seguirão a quibla de cada um mutuamente. Se te rendesses aos seus desejos, apesar do conhecimento que tens recebido, contar-te-ias entre os iníquos.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Não importa que provas apresentes àqueles que possuem as Escrituras, não seguirão tua quibla. E não és homem a seguir a sua quibla. E entre si mesmos, não seguem a quibla uns dos outros. E se te deixares levar por seus caprichos, após o conhecimento que te foi revelado, estarás entre os prevaricadores.
(Mansour Challita, 1970)
E mesmo que tu trouxesses todos os Sinais aqueles a quem o Livro foi dado, eles nunca seguiríam o teu Qibla; nem tu seguirías o seu Qibla; nem alguns de entre eles seguiríam o Qibla de outros. E se tu seguires os seus desejos depois do conhecimento que a ti veio, então tu por certo pertencerás ao número dos transgressores.
(Ó Mensageiro) Vemos-te voltar teu rosto frequentemente para o céu. Voltar-te-emos, certamente, para a quibla que te agrada. Volta teu rosto na direção da Mesquita Sagrada. (Ó fiéis, assim como O Profeta) onde quer que estejais, voltai vossos rostos (na oração) na direção dela. Aqueles a quem o Livro foi dado bem sabem que isto é o decreto de seu Senhor. Deus não está desatento ao que fazem.
Fundação Suleymaniye
Com efeito, vemos o revirar de tua face para o céu. Então, Nós voltar-te-emos, em verdade, para uma direção, que te agrade. Volta, pois, a face rumo à Mesquita Sagrada. E onde quer que estejais, voltai as faces para o seu rumo. E, por certo, aqueles, aos quais fora concedido o Livro[¹] sabem que isso é a verdade de seu Senhor. E Allah não está desatento ao que fazem.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] O Livro: a Tora.
Vimos-te (ó Mensageiro) orientar o rosto para o céu[¹]; portanto, orientar-te-emos até a quibla que te satisfaça. Orienta teu rosto (ao cumprir a oração) para a Sagrada Mesquita (de Makka)! E vós (crentes), onde quer que vos encontreis, orientai vossos rosto até ela. Aqueles que receberam o Livro, bem sabem que isto é a verdade de seu Senhor; e Deus não está desatento a quanto fazem.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Isto demonstra o sincero desejo de Mohammad de procurar a luz do alto no que dizia respeito a quibla. Até à organização de seu próprio povo numa comunidade sólida, com suas leis e regulamentos distintos, ele seguira uma prática baseada no fato de que os judeus e os cristãos consideravam Jerusalém uma cidade sagrada. Contudo, não havia quibla universal alguma entre eles. Alguns judeus, ao orarem, volviam os rostos para Jerusalém, especialmente durante o tempo em que estavam cativos, como veremos mais tarde. Ao tempo do Profeta Mohammad, Jerusalém estava nas mãos do Império Bizantino, o qual era cristão. Os cristãos, porém, orientavam suas igrejas para o leste, que é um ponto da bússola, e não qualquer lugar sagrado. O fato de os altares estarem situados no leste não quer dizer que todos os oradores tenham seus rostos voltados para o leste; porque, pelo menos de acordo com a prática moderna, os assentos de uma igreja estão dispostos de tal maneira que os adoradores olham para diferentes direções. O pregador da Unicidade naturalmente queria, com respeito a este e outros assuntos, um símbolo de completa unidade, e seu coração ficou naturalmente deleitado quando a quibla em direção à Caaba foi estabelecida. A conexão da Caaba com Abraão deu a ela um ar de grande antigüidade; sua característica quanto a ser um centro árabe tornou-se apropriada quando aconteceu de a Mensagem ser revelada em árabe, e ser transmitida através da união daquele povo; na ocasião em que ela foi adotada, a pequena comunidade muçulmana foi expulsa dali, procurando exílio em Madina, não obstante isso, tornou-se um símbolo de esperança e triunfo final, para cuja concretização Mohammad vivia; tornou-se ainda o centro e local de encontro de todos os povos, na peregrinação universal, que foi instituída com a quibla.
Víamos teu rosto virado para o céu. Doravante, orientá-lo-emos numa direção que te agradará. Vira, pois, o rosto na direção da Mesquita Sagrada. E vós todos, crentes, onde for que estiverdes, essa deverá ser vossa orientação. Os que receberam o Livro sabem que tal é a verdade, revelada pelo Senhor. Deus está atento ao que fazem.
(Mansour Challita, 1970)
Em verdade nos vemos-te voltar o rosto muitas vezes para o ceu: seguramente, então, far-te-emos Nós voltar para o Qibla de que tu gostaste. Assim, volta a tua face na direção da Mesquita Sagrada; e onde quer que estejais, voltai a vossa face na direção dela. E aqueles a quem o Livro foi dado sabem que esta é a verdade do seu Senhor; e Allah não se desinteressa do que vós fazeis.
É assim! Nós vos fizemos uma nação no centro[¹] para que sejais exemplo para os homens, e nosso Livro[²] esteja convosco[³]. Fizemos a quibla que tens direcionado (Bayt al-Maqdis)[⁴], apenas para sabermos aqueles que seguem o nosso Livro e os que dão as costas a ele. Essa mudança é penosa, exceto para aqueles a quem Deus aprova que estão no caminho reto[⁵]. Não convém a Deus deixar que a vossa fé (sobre a caaba vai ser quibla de novo) vá em vão. Ele é Compassivo, Beneficentíssimo.
Fundação Suleymaniye
[¹] Os muçulmanos precisam ser exemplo para todas as pessoas, porque o Islã é a religião na qual todos devem acreditar e seguir (Al Imran 3:110).
[²] Rasul (رسول) significa “a palavra enviada a alguém” ou também significa mensageiro enviado para transmitir essa palavra. (Mufradat). O dever dos mensageiros de Deus é transmitir Suas palavras às pessoas. Como a palavra é mais importante que o mensageiro, Deus, o Todo Poderoso diz:
“Muhammad é somente um Mensageiro. Antes dele passaram mensageiros, também. Se ele morrer ou for morto voltareis para trás sobre os vossos calcanhares? Quem volta para trás sobre os seus calcanhares em nada poderá prejudicar a Deus. Deus recompensará os que cumprem seu dever.” (Al Imran 3:144) Como as informações que nosso mensageiro Muhammad trouxe de Deus são coletadas no Alcorão, Rasul é agora o Alcorão para nós. Portanto, atribuímos o significado à palavra de Rasul como o Livro de Deus, de acordo com sua posição.
[³] O significado de particípio passivo (ism al maf’ul) foi dado à palavra “shaheed = شــهيد” neste verso.
[⁴] A primeira direção da oração foi Ka’ba. Foi designado para ser Bayt al-Maqdis durante a época do Profeta Davi (2 Samuel, 24: 16-25).
[⁵] No verso anterior, a mesma expressão é declarada como “o Qibla para o qual eles estão se voltando”. Considerando os dois versículos juntos, verifica-se que a mudança de qibla perturba os judeus que não se concordam com Muhammad (saws).
E, assim, fizemos de vós[¹] uma comunidade mediana[²] para que sejais testemunhas dos homens e para que o Mensageiro seja testemunha de vós. E não fizemos a direção, para a qual tu, Muhammad, estavas virado, senão para saber distinguir quem segue o Mensageiro de quem toma atrás, virando os calcanhares. E, por certo, essa mudança é penosa, exceto para aqueles a quem Allah guia. E não é admissível que Allah vos faça perder as recompensas da Fé[³]. Por certo, Allah, para com os homens, é Compassivo, Misericordiador.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Vós: os moslimes.
[²] Mediana é tradução do vocábulo árabe wasat (o meio), e indica que a nação árabe deve estar isenta de extremismo, em todos os aspectos, uma vez que, segundo a máxima árabe, o que é melhor está no meio, aliás, essa idéia coincide com a máxima latina “in médio stat virtus”.
[³] Assim o versículo redargúi aos moslimes, que indagaram se, também, perderiam suas recompensas aqueles que, antes, nas preces, se dirigiam para Jerusalém.
E, deste modo, (ó muçulmanos), contribuímo-vos em uma nação de centro[¹], para que sejais, testemunhas da humanidade, assim como o Mensageiro e será para vós. Nós não estabelecemos a quibla que tu (ó Mohammad) seguis, senão para distinguir aqueles que seguem o Mensageiro, daqueles que desertam, ainda que tal mudança seja penosa, salvo para os que Deus orienta. E Deus jamais anularia vossa obra, porque é Compassivo e Misericordiosíssimo para a humanidade.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Nação do centro. A essência do Islam, é evitar todo tipo de extravagância em qualquer lado. É uma religião simples e prática. A palavra árabe (wasat) tem também o significado de intermediária.
Deste modo, fizemos de vós uma nação do justo meio a fim de que testemunheis contra os outros e que o Mensageiro testemunhe contra vós. E não determinamos a direção que deveis seguir senão para sabermos quem segue o Mensageiro e quem lhe volta as costas. Haverá nisso uma dura prova? Não para aqueles que Deus guia. Pois não será Deus que vos levará a perder a fé. Deus é bondoso e misericordioso para com os homens.
(Mansour Challita, 1970)
E assim Nós vos fizemos uma nação exaltada, para que vós posseis ser guardiões de homens, e para que o Mensageiro de Deus possa ser um guardião de vós. E Nós não designamos o Qibla que tu seguiste, exceto que Nós podíamos distinguir aquele que segue o Mensageiro de Deus daquele que se volta sobre os calcanhares. E isto é na verdade duro, exceto para aqueles a quem Allah tem guiado. E não convém a Allah deixar que a vossa fé vá em vão; seguramente, Allah é Compassivo e Misericordioso para o povo.
Os insensatos[¹] dentre os homens (judeus) dirão: “O que os fez afastar sua direção quiblah, para a qual estavam virados?” Diz: “É de Deus o Levante e o Poente. Ele orienta[²] a quem faz a preferência certa para um caminho reto.”
Fundação Suleymaniye
[¹] As-sufahâ que traduzimos como insensatos é descrito como uma característica dos hipócritas no Al Baqarah 2/13. Como Al Baqarah 2/75 – 2/76 afirmou que alguns judeus assumiram um papel de hipocrisia para distorcer os versículos do Alcorão, depois de os entenderem, a palavra “As-sufahâ” indica que as pessoas que são perturbadas pela mudança de Qibla são hipócritas judaicas.
[²] A palavra “shaae = شاء” significa “trazer uma coisa à existência” (Mufradat, art. شاء). Deus cria as coisas que estão incluídas na provação de Seu servo, de acordo com as escolhas do servo. Portanto, a palavra “shaae” significa “preferido e feito” quando o sujeito é o servo, e “preferido e criado” quando o sujeito é Deus. Aqui o que Deus fez é preferir um dos Seus servos e fez descer o livro para ele. Aqui, a coisa que as pessoas orientadas por Deus fizeram é a escolha certa.
Os insensatos, entre os homens, dirão: “O que os fez voltar as costas a sua direção Quiblah para a qual estavam virados?” Dize, Muhammad: “É de Allah o Levante e o Poente. Ele guia a quem quer a uma senda reta.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Os néscios dentre os humanos perguntarão: Que foi que os desviou de sua tradicional quibla[¹]? Dize-lhes: Só a Deus pertencem o levante e o poente. Ele encaminhará à senda reta a quem Lhe apraz.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Quibla quer dizer a direção, ou seja, o locam para o qual os muçulmanos voltam os rostos ao orarem. O Islam imprime grande importância à oração em congregação, dando destaque à nossa fraternidade universal e cooperação mútua. Para que a oração seja devidamente efetuada, a ordem, a pontualidade, a precisão, a postura simbólica e a direção comum são essenciais, resultando que o Imam e toda a sua congregação possam olhar numa única direção e dirigir as suas súplicas a Deus. Nos primórdios, antes de sua organização como povo, os muçulmanos seguiam como símbolo de sua quibla a cidade sagrada de Jerusalém, sagrada tanto para os judeus como para os cristãos, os Adeptos do Livro. Isto simbolizava o seu devotamento às Revelações de Deus. Ao serem desprezados e perseguidos, retiraram-se de Makka e alcançaram Madina. Mohammad, sob inspiração Divina, principiou a organizar seu povo como nação, povo independente, com leis e rituais próprios. Naquela altura a Caaba foi estabelecida como quibla, que voltou assim ao centro primitivo ao qual o nome de Abraão estava ligado, e tradicionalmente, também, o nome de Adão. Jerusalém permaneceu (e permanece) sagrada aos olhos do Islam, devido ao seu passado; mas como o Islam é uma religião progressista, seu novo simbolismo possibilitou-lhe desvencilhar-se das tradições de um passado remotíssimo, e insinuar-se por uma era de liberdade irreprimida, dileta ao espírito da Arábia. A mudança teve lugar cerca de 16 meses e meio depois da Hégira. A quibla de Jerusalém, por si só, deveria Ter parecido igualmente estranha, mormente depois que se haviam acostumado à outra. Em verdade, uma direção ou outra, a Leste ou a Oeste, não importaria, uma vez que Deus está em todos os locais, e independe de tempo e lugar. O que importava era o senso de disciplina, ao qual o Islam imputa grande destaque.
Os insensatos perguntarão: “Quem lhes mudou a quibla, a direção na qual se orientavam para rezar? ” Respı nde: “A Deus pertencem o Levante e o Poente. Ele guia a quem quiser na senda da retidão?’
(Mansour Challita, 1970)
Os tolos dentre o povo dirão: ‘O que é que os fez afastar do seu Qibla ao qual eles seguiam?’ Dizei: ‘A Allah pertence o Oriente e o Ocidente. Ele guia quem a Ele apraz para o caminho direito.’
Aqueles são uma nação que já passou. A eles, o que lograram, e a vós, o que lograstes! Não sereis questionados pelo que fizeram.
Fundação Suleymaniye
Essa é uma nação que já passou. A ela, o que logrou, e a vós, o que lograstes, e não sereis interrogados acerca do que faziam.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aquela é uma nação que já passou; colherá o que mereceu vós colhereis o que merecerdes, e não sereis responsabilizados pelo que fizeram.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Aquela nação já se foi. A ela o que mereceu. A vós o que merecestes. Ninguém vos pedirá contas do que eles faziam.
(Mansour Challita, 1970)
Esses são um povo que já faleceu; para eles é aquilo que eles mereceram, e para vós será aquilo que vós merecerdes; e vós não sereis perguntados quanto aquilo que eles fizeram.
Dizeis que Abraão, Ismael, Isaque, Jacó e seus descendentes eram judeus¹ ou cristãos? Diz: “Vós sabeis melhor ou Deus?” Quem mais injusto que aquele que oculta a verdade que lhe foi mostrado por Deus? Deus não está desatento ao que fazeis.
Fundação Suleymaniye
[¹] O conceito de “judeu” é um conceito que surgiu após o reino de Davi. Davi era um descendente de “Judá”, um dos filhos de Jacó. Portanto, seu reino foi chamado “O Reino de Judá“. O conceito de “judeu” foi originalmente usado para significar a “Pessoa do Reino de Judá”. Quando o reino de Judá entrou em colapso durante a invasão babilônica, esse conceito continuou a ser usado para expressar as identidades étnico-religiosas dos israelitas. “Judaísmo” significava toda a tradição religiosa verdadeira-falsa (Torá, Talmude, Midrash etc.) dos israelitas quando o Alcorão desceu. A razão para dizer “eles não eram judeus” para “Abraão, Isaac, Jacó e seus descendentes” no versículo 140 na Surata Bácara pode ser porque esse conceito não foi usado naquela época ou porque estavam longe de muitas superstições feitas em nome da tradição “judaica”.
“Ou dizeis que Abraão e Ismael e Isaque e Jacó e as tribos eram judeus ou cristãos?” Dize: “Sois vós mais sabedores, ou Allah? E quem mais injusto que aquele que oculta um testemunho que tem de Allâh[¹]? E Allah não está desatento ao que fazeis.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Alusão aos judeus que ocultaram o testemunho de que haveria de chegar um profeta, com a mesma mensagem de Abraão, ou seja, a do Islão. Vide III 86.
Podeis acaso, afirmar que Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos eram judeus ou cristãos? Dize: Acaso, sois mais sábios do que Deus o é? Haverá alguém mais iníquo do que aquele que oculta um testemunho recebido de Deus? Sabei que Deus não está desatento a quanto fazeis.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Ou direis que Abraão e Ismael e Isaac e Jacó e as tribos eram judeus ou cristãos? “Pergunta-lhes: ‘”Quem sabe mais: vós ou Deus? ” E haverá pior prevaricador do que aquele que esconde um testemunho recebido de Deus? Deus está atento ao que fazeis.”
(Mansour Challita, 1970)
‘Dizeis vós que Abraão, e Ismael, e Isaque, e Jacó, e os filhos dele eram Judeus ou Cristãos?’ Dizei, ‘Sabeis vós melhor ou é Allah quem sabe?’ E quem é mais injusto do que aquele que esconde o testemunho que tem de Allah? E Allah não é desconhecedor do que vós fazeis.
Diz: “Discuti conosco sobre Deus? Ele é vosso Senhor, assim como o nosso Senhor. A nós, nossas ações, e a vós, vossas ações. Nós somos sinceramente dedicados somente a Ele.
Fundação Suleymaniye
Dize: “Argumentais conosco, sobre Allah, enquanto Ele é O nosso Senhor e vosso Senhor, e a nós, nossas obras, e a vós, vossas obras, e para com Ele somos sinceros?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Pergunta-lhes: Discutireis conosco sobre Deus. Apesar de ser o nosso e o vosso Senhor? Somos responsáveis por nossas ações assim como vós por vossas, e somos sinceros para com Ele.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Dize: “Disputareis conosco sobre Deus, que é nosso Senhor e vosso Senhor? A nós, nossas obras; a vós, vossas obras. Nós pertencemos somente a Ele.
(Mansour Challita, 1970)
Dizei: Discutis vós conosco no que respeita a Allah, ainda que Ele é o nosso Senhor e o vosso Senhor? E para nós são os nossos trabalhos, e para vós os vossos trabalhos: e a Ele só nós somos sinceramente dedicados’.
(Dizei a eles:) “Devei se pintar com tinta de Deus. De quem a tinta pode ser melhor que a tinta de Deus? Nós adoramos somente a Ele.”
Fundação Suleymaniye
“Nossa religião é a tintura de Allâh[¹] e quem melhor que Allah, em tingir? E a Ele estamos adorando.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Os árabes cristãos misturavam uma tintura, de tonalidade amarelada, à água batismal, para mostrar que a pessoa batizada tomou nova cor, em vida. O Islamismo não crê seja necessário ser batizado para ser salvo, e assegura que o mais elevado batismo é o batismo de Deus, pelo qual assumimos, simbolicamente, a cor de Deus e nos infundimos em Sua bondade, purificando-nos.
Eis aqui a religião[¹] de Deus! Quem melhor que Deus para designar uma religião? Somente a Ele adoramos!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Sibghat, em árabe, com seu significado radical implica matização, coloração, e também significa religião, criação. Assim como a matização e a coloração dão um toque de distinção aos objetos que se prestam a esse expediente, também a nossa vida adquire um novo viço, com a verdadeira Religião de Deus.
Aceitamos a marca de Deus. E que outra marca é melhor? E só Ele adoramos.
(Mansour Challita, 1970)
Dizei,’ Nós adotaremos os atributos de Allah; e quem e melhor em atributos do que Allah em ensinar religião e a Ele só nós adoramos’.
Se eles crerem no mesmo em que vós credes, entrarão no caminho certo. Se voltarem as costas, entrarão em completa desintegração. Deus te bastará contra eles. Ele é O Oniouvinte, O Onisciente.
Fundação Suleymaniye
Então, se eles crerem no mesmo em que vós credes, com efeito, guiar-se-ão; e, se voltarem as costas, por certo, estarão em discórdia. Então ,Allah te bastará contra eles. E Ele é O Oniouvinte, O Onisciente –
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Se crerem no que vós credes, iluminar-se-ão; se se recusarem, estarão em cisma[¹]. Deus ser-vos-á suficiente contra eles, e Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Estamos aqui na trilha daqueles que seguem a única e indivisível mensagem do Deus Único, sempre que outorgada. Se outros a empanam ou a conspurcam, são eles que abandonaram a fé e criaram a dissensão ou cisma. Porém, Deus vê e conhece tudo. E Ele velará pelo que é Seu, e o Seu apoio será infinitamente mais precioso do que qualquer apoio que o homem possa dar.
Se crerem no que credes, estarão na senda da retidão e se se afastarem, estarão no cisma. Deus te sustentará contra eles. Ele ouve tudo e sabe tudo.
(Mansour Challita, 1970)
E se eles crerem como vós tendes crido, então eles são seguramente guiados; mas se voltarem para trás, então eles estão apenas criando um cisma, e Allah seguramente te tornará suficiente contra eles, pois Ele é o Que Tudo-Ouve, o Todo-Sabedor.
Dizei: Cremos e confiamos em Deus, no que foi revelado a nós, no que foi revelado a Abraão, Ismael, Isaque, Jacó e seus descendentes, no que foi concedido a Moisés e a Jesus, no que foi concedido aos profetas por seu Senhor.¹ Não fazemos distinção entre nenhum deles. Nós somos submissos a Ele.
Fundação Suleymaniye
[¹] Como pode ser visto, todos os profetas receberam livros. A concepção da religião tradicional é contrária a isso. As seitas não acreditam que os livros sejam entregues a todos os profetas e que nenhum desses livros deve ser distinguido do outro. Deus não aceita essa crença. (An Nissa 4/150-152) Essa é a razão pela qual eles se dividem.
Dizei[¹]: “Cremos em Allah e no que foi revelado para nós, e no que fora revelado para Abraão e Ismael e Isaque e Jacó e para as tribos; e no que fora concedido a Moisés e a Jesus, e no que fora concedido aos profetas, por seu Senhor. Não fazemos distinção entre nenhum deles. E, para Ele, somos moslimes”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] O versículo dirige-se aos moslimes.
Dizei: Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos[¹] a Ele.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
[¹] Eis aqui o verdadeiro credo do Islam: acreditar no único Deus Universal, na Mensagem que nos chegou através de Mohammad, nos sinais interpretados à base de responsabilidade pessoal, na mensagem revelada a outros profetas do passado. Estes tópicos são mencionados em três grupos: Abraão, Ismael, Isaac e as tribos (destes, Abraão tinha aparentemente um livro — versículo 18 da 87ª Surata —, e outros seguiam sua tradição); Moisés e Jesus, cada um deles deixando uma escritura (tais escrituras existem até hoje, não obstante não se apresentarem na sua prístina forma); outras escrituras, outros profetas e outros mensageiros de Deus (não especificamente mencionados no Alcorão — versículo 78 da 4ª Surata). Não fazemos distinção entre qualquer um desses. Sua mensagem (no essencial) foi uma só, e isso constitui a base do Islam.
Dizei: “Cremos em Deus e no que nos foi revelado e no que foi revelado a Abraão e a Ismael e a Isaac e a Jacó e às tribos, e no que foi outorgado a Moisés e a Jesus e aos Profetas pelo seu Senhor. Não fazemos distinção entre eles, e a Ele nos submetemos.”
(Mansour Challita, 1970)
Dizei vós: ‘Nós cremos em Allah e no que nos tem sido revelado, e no que foi revelado a Abraão e Ismael, e Isaac e Jacob e seus filhos, e no que foi dado a Ismael e Jesus, e no que do seu Senhor foi dado a todos os outras profetas. Nós não fazemos qualquer diferença entre nenhum deles; e a Ele nós submetemos o nosso nós próprios’.
Disseram: “Sede judeus para serem guiados ao caminho certo” ou “Sede cristãos”. Diz: “Não, é necessário seguir a xaria correta de Abraão! Ele não era um dos mushrik (que coloca outros entre si e Deus).”
Fundação Suleymaniye
E eles¹ dizem: “Sede judeus ou cristãos, vós sereis guiados.” Dize, Muhammad: “Não, mas seguimos a crença de Abraão, monoteísta sincero, e que não era dos idólatras.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
¹ Eles; os judeus e os cristãos.
Disseram: Sede judeus ou cristãos, que estareis bem iluminados. Responde-lhes: Qual! Seguimos o credo de Abraão, o monoteísta¹, que jamais se contou entre os idólatras.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
¹ Hanif, em árabe. Esta palavra inclinava-se à oposição certa, ortodoxa (no significado literal), firme na fé, sadia e firmemente equilibrada, que crê em um só Deus (monoteísta). Talvez a última palavra, monoteísta, sumarie todos os outros matrizes. Os judeus, embora orientados quanto à Unicidade, procuraram falsos deuses, e os cristãos inventaram a Trindade ou a copiaram da idolatria. Nós, por nosso turno, voltamo-nos para a pura doutrina de Abraão (hanif), para vivermos e morrermos na fé em um Deus Uno e Verdadeiro.
Dizem: “Sede judeus ou cristãos, e estareis no caminho reto.” Responde: “Não, segui antes a religião de Abraão, um homem de fé pura, que não era um idólatra.”
(Mansour Challita, 1970)
E eles dizem, ‘Sede vós Judeus ou Cristãos para que possais ser justa mente guiados’. Dizei, ‘De modo nenhum, segui vòs a religião de Abraão que sempre foi inclinado para Deus; ele não foi desses que levantam deuses contra Deus’.
Eles são uma nação que já passou. A eles, o que lograram, e a vós, o que lograstes! Não sereis questionados pelo que fizeram.
Fundação Suleymaniye
Essa é uma nação que já passou. A ela, o que logrou, e a vós, o que lograstes, e não sereis interrogados acerca do que faziam.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
Aquela é uma nação que já passou; colherá o que mereceu e vós colhereis o que merecerdes, e não sereis responsabilizados pelo que fizeram.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Aquela nação já se foi. A ela o que mereceu. A vós o que merecestes. Ninguém vos pedirá contas do que eles faziam.
(Mansour Challita, 1970)
Esses são um povo q ue já faleceu; para eles é aquilo que eles mereceram, e para vós será aquilo que vós merecerdes, e vós não sereis perguntados quanto àquilo que eles fazem.
Sabeis o que Jacó fez quando ele estava prestes a morrer? Perguntou aos seus filhos: “O que adorareis depois de mim?” Disseram: “Adoraremos a teu Deus e ao Deus de teus pais – Abraão e Ismael e Isaque – o Deus Único. Nós somos submissos a Ele.”
(Fundação Suleymaniye)
Ou fostes vós testemunhas, quando a morte se apresentou a Jacó¹ quando ele disse a seus filhos: “O que adorareis depois de mim?” Disseram: “Adoraremos a teu deus e ao deus de teus pais Abraão e Ismael e Isaque – como um Deus Único. E, para Ele, seremos moslimes.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
¹ Este versículo foi revelado em resposta à assertiva dos judeus de que Muhammad ignorava que Jacó (Israel) antes de morrer, recomendara a seus filhos que seguissem a religião judaica. O Alcorão observou que eles não podiam assegurar tal fato, já que não se encontravam lá na hora de sua morte.
Estáveis, acaso, presentes, quando a morte se apresentou a Jacó, que perguntou aos seus filhos: Que adorareis após a minha morte? Responderam-lhe: Adoraremos a teu Deus e o de teus pais: Abraão, Ismael e Isaac; o Deus Único, a Quem nos submetemos.¹
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
¹ A totalidade dos israelitas é chamada a testemunhar sobre um dos slogans, de que eles adoravam: “o Deus de seus pais”. A idéia, em suas mentes, restringia-se à de um deus tribal. Entretanto, é-lhes rememorado que os seus antepassados possuíam, do leito de morte é descrita na tradição judaica.
Não estáveis presentes quando, à chegada da morte, Jacó perguntou a seus filhos: “Quem adorareis depois de mim? ” E eles responderam: “Adoraremos teu Deus e o Deus de teus antepassados Abraão e Ismael e Isaac, um Deus único a quem nos submetemos.”
(Mansour Challita, 1970)
Estáveis vós presentes quando a morte veio a Jacob, quando ele disse a seus filhos, ‘O que adorareis vós depois de mim?’ Eles responderam, ‘Nós adoraremos o teu Deus, o Deus de teus pais. Abraão e Ismael e Isaac. o Único Deus; e a Ele nós próprios nos submeteremos’.
Abraão legou que seus filhos seguissem esta religião, – e, assim também, Jacó – Disse: “Ó filhos meus! Deus escolheu para vós esta religião; vivei sendo submissos a Deus até o vosso último suspiro.”
Fundação Suleymaniye
E Abraão recomendou-a a seus filhos – e, assim também, Jacó – dizendo: “Ó filhos meus! Por certo, Allah escolheu para vós a religião; então, não morrais senão enquanto moslimes.”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] A: a religião islâmica.
Abraão legou esta crença aos seus filhos, e Jacó aos seus, dizendo-lhes: Ó filhos meus, Deus vos legou esta religião; apegai-nos a ela, e não morrais sem serdes submissos (a Deus).
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E Abraão transmitiu sua crença a seus filhos, e Jacó, aos seus, •dizendo: “Sim, meus filhos, Deus escolheu esta religião para vós. Não deixeis esta vida senão submissos.”
(Mansour Challita, 1970)
O mesmo ordenou Abraão a seus filhos, —e assim fez Jacob,— dizendo: ‘Oh meus filhos, verdadeiramente Allah escolheu esta religião para vós; de modo que não deixai que a morte vos sobrevenha senão quando estiverdes num estado de submissão’.
Quando seu Senhor lhe disse: “Submete-te!” Disse: “Eu me submeti ao Senhor de todos os seres”
Fundação Suleymaniye
Quando seu Senhor lhe disse: “Islamiza-te.[¹]” Disse: “Islamizo-me, para O Senhor dos mundos[²].”
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Islamiza-te: é tradução de Aslim, forma imperativa, derivada de Aslama,pretérito, do infinito Islãm. (Cf. II 128 n1) Note-se que islamízar-se é neologismo calcado no verbo árabe, e criado em função da necessidade de evitar ocorrência de perífrases, constantes, tais como; “entrego-me, submisso, a Deus”.
[²] Cf. I 2 n1.
E quando o seu Senhor lhe disse: Submete-te a Mim!, respondeu: Eis que me submeto ao Senhor do Universo!
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
E quando o seu Senhor lhe disse: Submete-te a Mim!, respondeu: Eis que me submeto ao Senhor do Universo!
(Mansour Challita, 1970)
Quando o seu Senhor lhe disse. ‘Submetei-vos’, ele disse, ‘Eu submeti-me ao Senhor dos mundos’.
Quem se afasta da religião de Abraão senão aquele que se coloca a si mesmo em uma posição de pobre? O fizemos exclusivo, na vida terrena, e na derradeira vida, estará entre os bons.
Fundação Suleymaniye
E quem, pois, rejeita a crença de Abraão senão aquele cuja alma se perde na inépcia? E, com efeito, escolhemo-lo[¹] na vida terrena, e, por certo, na Derradeira Vida, será dos íntegros.
(Dr. Helmi Nasr, 2015)
[¹] Lo: Abraão.
E quem rejeitaria o credo de Abraão, a não ser o insensato? Já o escolhemos (Abraão), neste mundo e, no outro, contrar-se-á entre os virtuosos.
(Prof. Samir El Hayek, 1974)
Quando Deus lhe disse: ‘Submete-te”, respondeu: “Submeto-me ao Senhor dos mundos.”
(Mansour Challita, 1970)
E quem se afastará da religião de Abraão senão aquele que é tolo de espírito? A ele escolhemos Nós neste mundo e no próximo ele seguramente estará entre os justos;