¹ Na agonia da morte, as pernas se contorcem e se tornam hirtas.
E juntará uma perna à outra,¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Quando a alma parte, as pernas são colocadas juntas, em preparação aos rituais preliminares do sepultamento. “Sác”, literalmente perna, pode também significar, metaforicamente, uma calamidade.
E a perna enlaçará a perna.
Mansour Challita, 1970
E uma perna esfrega contra a outra perna em agonia.
¹ Ruína traduz a palavra faqirah, uma desgraça tão horrífica, cujo temor chegará a quebrar as vértebras da coluna. Note-se que vértebra, em árabe, é faqrah.
E tu saberás que lhes sucederá uma calamidade.
Prof. Samir El Hayek, 1974
Na expectativa de alguma calamidade.
Mansour Challita, 1970
Pensando que um terrível desastre está prestes a acontecer-lhes.
¹ Esta passagem (especialmente com referência aos versículos 26-28) parece tratar do que os nossos doutos chamam de julgamento menor (Quiamatus Sughra), que se dará logo após a morte, e não do julgamento final.
— Não movimentes, com ele,¹ tua língua, para te apressares a recitá-lo.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Ou seja, com o Alcorão. Vide XX 114 n2.
Não movas a língua com respeito (ao Alcorão) para te apressares (para sua revelação),¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ O significado imediato era para que o Profeta permitisse que a revelação lhe fosse transmitida penetrassem em sua mente e em seu coração, e que não fosse impaciente, a respeito disso; Deus certamente a completaria, de acordo com o Seu plano, e veria que seria recolhida e preservada pelos homens, sem nenhuma perda. O significado geral segue a mesma linha: não devemos ser impacientes, a respeito da Palavra inspirada, devemos segui-la, à medida que se esclarece a nós, pelas faculdades que nos foram concedidas por Deus.
Não precisas movimentar demais a língua para apressar a recitação do Alcorão.
Mansour Challita, 1970
Mas não movas a tua língua com esta revelação que tu podias apressá-lo.
¹ Em relação à lua, o sol é a fonte de luz, mas o próprio sol é uma luz criada e transformar-se-á em nada, juntamente com a lua. Ambos parecerão conchas vazias, porque o Protótipo de toda a Luz estará brilhando, com todo o esplendor, num mundo novo.
O ser¹ humano supõe que não lhe juntaremos os ossos?
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ O ser humano: Alusão a Adyy Ibn Abi Rabiah que, descrendo da Ressurreição, pedira ao Profeta lhe dissesse quando e onde ela aconteceria, e acrescera, ainda, que se contemplasse esse dia, acreditaria no Profeta, mesmo assim, apenas, quando fossem reunidos os ossos desfeitos pela morte.
Porventura, o homem crê que jamais reuniremos os seus ossos?
Prof. Samir El Hayek, 1974
Supõe o homem que nunca juntaremos seus ossos?
Mansour Challita, 1970
Julga o homem que Nós não juntaremos os seus ossos?
E juro pela alma, constante censora de si mesma, que ressuscitareis.
Dr. Helmi Nasr, 2015
E juro, pela alma que reprova a si mesma;¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Os nossos doutos postulam três estágios de desenvolvimento da alma: Am-mara, ou propensa ao mal, que se não for modificada e controlada, pode levar à perdição; Lau-uama, como aqui, que reprova a si mesma, que tem consciência do mal e resiste a ele, pede pela graça de Deus e pelo perdão, após o arrependimento, e trata de emendar-se; Mutma-inna, o estado mais elevado de todos, quando encontrará o descanso eterno e alcançará e felicidade.
Não! Juro pela alma que se repreende a si mesma,
Mansour Challita, 1970
E eu chamo como testemunha sua facul dade de segurança própria
¹ Al Qiyamah: substantivo feminino de qiyam, infinitivo de qama – levantar-se; pois, no Dia do Juízo, todos se levantarão de seus sepulcros, para dar conta de suas obras. Esse termo aparece nos versículos 1 e 6 e denomina a sura, que trata, inicialmente, da Ressurreição da humanidade e da prestação de contas, que deve fazer de seus atos. Alude, ainda, aos horrendos eventos do Dia do Juízo. Recomenda ao Profeta que escute atentamente as revelações do anjo Gabriel e, somente depois, proceda à recitação do que ouviu. Admoesta, severamente, os que preferem a vida terrena à derradeira Vida. Estabelece comparação entre as faces resplendentes dos crentes e as sombrias dos descrentes, no Dia da Conta. Esclarece que o moribundo compreende, nos estertores da morte, a falha de haver menoscabado os preceitos divinos. Enumera provas comprobatórias do poderio de Deus, quanto a dar vida aos mortos.
Juro, pelo Dia da Ressurreição,
Prof. Samir El Hayek, 1974
Não! Juro pelo dia da Ressurreição.
Mansour Challita, 1970
Não! Eu chamo como testemunha o Dia da Ressurreição.
¹ O próprio Alcorão é uma admoestação — o derradeiro, entre os livros revelados por Deus. Se o homem tiver vontade de aprender, ele poderá conservar a mensagem sempre à sua frente, e a graça de Deus irá auxiliá-lo a realizá-la, na sua conduta.
Esta é apenas uma advertência.
Mansour Challita, 1970
De nenhum modo! Em boa verdade, isto é uma exortação.