Os anjos e o Espírito¹ a Ele² ascendem, em um dia, cuja duração é de cinqüenta mil anos.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Ou seja, o anjo Gabriel. ² Ou seja, Deus.
Até Ele ascenderão os anjos com o Espírito (o anjo Gabriel) em um dia,¹ cuja duração será de cinqüenta mil anos.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Porém, tal gloriosa transformação não pode ser alcançada sem o mais alto exercício espiritual. Se medirmos o tempo, como o fazermos no plano desta vida, levará milhares de anos. No plano espiritual deve ser apenas um dia ou um momento.
Os anjos e o espírito ascendem até Ele num dia igual a cinquenta mil anos.
Mansour Challita, 1970
Os anjos e o Espírito ascendem a Ele em um dia cuja medida é cinquenta mil anos.
Que viria de Deus, o Possuidor das vias de ascensão.¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Ma’arej: vias de ascensão. Aqui há um profundo significado espiritual. Podemos, acaso, alcançar as alturas de Deus, o Altíssimo? Em Sua graça infinita, Ele dá este privilégio aos anjos e aos seres espirituais, considerando o ser humano neste aspecto. Mas o caminho não é fácil, nem pode ser percorrido em um só dia.
Pois vem de Deus, o Senhor das Escadas.
Mansour Challita, 1970
Ele vem de Allah, Senhor da para sempre ascendentes estações.
¹ Um interrogante² pergunta por um castigo, prestes a sobrevir,
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Al Maarij; degraus; plural de miraj, que é derivado de araja, ascender ou elevar-se. No texto, a palavra se refere aos degraus sublimes, pelos quais os devotos ascendem às graças, que Deus lhes outorga. Essa palavra aparece no versículo 3 e nomeia a sura, que se abre ameaçando os incrédulos com o Dia do Juízo, advertindo-os de sua longa duração e do que nela haverá de terrível castigo, de que será impossível resgatar-se. Reitera a fragilidade do ser humano, na adversidade e na prosperidade: apenas, os piedosos, que fazem boas obras, serão salvos de toda adversidade. Refuta a arrogância dos incrédulos, que põem em dúvida a existência do Paraíso. Finalmente, recomenda ao Profeta deixar os renegadores da Fé com seus vãos entretenimentos, até a chegada do Dia prometido, que deles se incumbirá. ² Alusão a An-Nadr Ibn Harith, um dos adversários do Profeta, o qual, pondo em dúvida as verdades contidas na Mensagem deste, desafiou-o a fazer chover sobre eles pedras do céu e mostrar-lhes o tão propalado doloroso castigo. Vide VIII 32.
Alguém inquiriu sobre um castigo iminente,
Prof. Samir El Hayek, 1974
Perguntou um indagador acerca de um castigo prestes a cair
Mansour Challita, 1970
Um inqueridor inquere no que respeita ao castigo prestes a cair
¹ Toda a verdade é, por si só, certa. Recebida pelos homens, porém, e compreendida do ponto de vista da psicologia humana, pode ter certos graus. Há a probabilidade ou a certeza, resultantes da aplicação do poder de julgamento do homem e da sua avaliação da evidência, isto é, “llm-ul-yaquin” (Ciência da Verdade), por raciocínio lógico ou inferência. Então, há a certeza de que ver alguma coisa com os próprios olhos. “Ver é crer”, isto é “Ain-ul-yaquin”. Então, como é o caso aqui, há a verdade absoluta, sem possibilidade de erro de julgamento ou engano do olho. Esta verdade absoluta é a “hac-ul-yaquin” (verdade convicta), aqui mencionada.
¹ A destra é a mão da ação e do poder. Todo aquele que for preso pela mão direita fica desprovido de ação. O argumento é que, na eventualidade de um impostor aparecer, logo seria descoberto. Não poderia permanecer com a sua fraude, indefinidamente. Os homens de Deus, porém, por mais perseguições que sofram, ganham maior poder a cada dia que passa como aconteceu com o Profeta Mohammad, cuja veracidade, sinceridade e amor para com todos foram reconhecidos, como a sua própria vida mostra.
Tê-lo-íamos apanhado pela mão direita,
Mansour Challita, 1970
Nós sem dúvida o leriamos agarrado pela mão direita,
Nem tampouco é a palavra de um adivinho.¹ Quão pouco meditais!
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Um adivinho pretende, simplesmente, prever eventos futuros, de profundas conseqüências espirituais. A maior parte destas profecias são fraudes, e nenhuma delas está apta a dar lições de admoestação real. Estas lições são trabalho de um mensageiro honorável.
Nem as de um adivinho — por pouco que vos lembreis! —
Mansour Challita, 1970
Nem ela é o dizer de um adivinho: pouco é o que vós considerais.
E não a palavra de um poeta.¹ — Quão pouco credes-
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Um poeta dá asas à sua imaginação, e o fator subjetivo é tão forte que, apesar de podermos aprender muito com ele, não podemos crer como fatos as belas histórias que ele tem para dizer. E o poeta, que não é vidente, é um partidário vulgar do exagero e da falsidade.
Não as palavras de um poeta — por pouco que acrediteis!—
Mansour Challita, 1970
Ela não é o trabalho de um poeta; pouco é o que vós credes.
“Em seguida, prendei-o, então, em corrente de setenta côvados.
Dr. Helmi Nasr, 2015
Então, fazei-o carregar uma corrente¹ de setenta cúbitos,
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Os efeitos do pecado estão descritos com palavras de brilhante imaginação: (1) “Pegai-o” — a primeira coisa que acontecerá ao pecador será a perda da sua liberdade espiritual, tornando-se escravo da paixão, do preconceito, da inveja, do ódio e de toda a espécie de mal; (2) “manietai-o” — suas mãos serão atadas ao redor do seu pescoço e todas as suas forças e todos seus impulsos serão restringidos; (3) “introduzi-o na fogueira” — hei-lo, então consumido, pelas chamas da destruição que ele próprio procurou; (4) “fazei-o carregar uma corrente” — as conseqüências do pecado se ramificarão e se estenderão, tornando-se uma longa corrente de setenta cúbitos.
E com uma cadeia de côvados, enrolai-o.
Mansour Challita, 1970
“Depois ponde-o numa cadeia com setenta covados de comprimento;
¹ Talvez a palavra “manietar” pudesse ser interpretada no sentido de “manietai suas mãos ao redor de seu pescoço, para lembrá-lo que elas, quando livres, se fecharam para todos os atos de caridade”.
E os anjos estarão em seus confins, enquanto oito carregarão o Trono de teu Senhor, acima deles¹ nesse dia.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Ou seja, acima dos anjos mencionado antes.
E os anjos estarão perfilados¹ e, oito deles, nesse dia, carregarão o Trono² do teu Senhor.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Todo o quadro é pintado com imagens poéticas para indicar o que não pode ser adequadamente descrito com palavras que, na verdade, nossas faculdades humanas, com seu limitado poder, não estão aptas a compreender. ² Os anjos representam as manifestações da glória divina. O número oito talvez não tenha nenhum significado especial, a menos que seja com referência ao formato do Trono, ou ao número de anjos. O trono oriental é sempre octogonal e os seus carregadores se posicionam nos cantos, para carregá-lo. Toda a descrição é simbólica, representando a Majestade de Deus, o Altíssimo.
E os anjos se postarão ao seu redor, e oito deles carregarão o trono de vosso Senhor.
Mansour Challita, 1970
E os anjos tomarão os seus lugares nos lados disso. E nesse dia o trono do teu Senhor lá será sustido por oito acima deles.