¹ Era tradição entre os árabes compararem algo belo e de cor pura com os ovos de avestruz, cuja casca, resguardada, pela maciez das plumas maternas, adquire aspecto deslumbrante.
Como se fossem¹ ovos zelosamente guardados.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Isto é costumeiramente entendido como referindo-se à delicada tez de uma mulher bela, a qual é comparada à transparente concha de ovos de um ninho, guardada de perto pelo pássaro-mãe, a concha é cálida e limpa. No versículo 58 da 55ª Surata, a frase usada é “Parecem-se com o rubi e com o coral”, referindo-se ao vermelho ou cor-de-rosa de uma bela cútis.
¹ Era tradição entre os árabes compararem algo belo e de cor pura com os ovos de avestruz, cuja casca, resguardada, pela maciez das plumas maternas, adquire aspecto deslumbrante.
Como se fossem¹ ovos zelosamente guardados.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Isto é costumeiramente entendido como referindo-se à delicada tez de uma mulher bela, a qual é comparada à transparente concha de ovos de um ninho, guardada de perto pelo pássaro-mãe, a concha é cálida e limpa. No versículo 58 da 55ª Surata, a frase usada é “Parecem-se com o rubi e com o coral”, referindo-se ao vermelho ou cor-de-rosa de uma bela cútis.
E, junto deles, estarão aquelas de belos grandes olhos, de olhares restritos a seus amados,
Dr. Helmi Nasr, 2015
E junto a eles haverá mulheres castas, restringindo os olhares, com grandes olhos,¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ No emblema usado aqui, então, o tipo puro do sexo feminino casto é configurado. Elas são castas, tímidas em seus olhares; contudo, seus olhos são grandes, portentosos e belos, prefigurando graça, inocência e uma refinada capacidade de apreciação e admiração.
Junto deles, beldades puras, de olhos grandes,
Mansour Challita, 1970
E ao lado deles estarão mulheres castas, de olhar modesto com olhos adoráveis.
¹ Frutas: traduz a palavra fawakih, que significa, aqui, não especificamente os comestíveis, mas tudo o que delicia os sentidos dos bem-aventurados, uma vez que, no Paraíso, estes, por serem eternos, prescindirão dos alimentos necessários à subsistência.
Os frutos.¹ E serão honrados,
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Frutos: comparar com o versículo 57 da 36ª Surata. Os prazeres espirituais estão delineados seguindo as experiências paralelas na nossa vida presente, e seguem uma ordem ascendente: alimento se frutas; jardins da bem-aventurança; o lar da felicidade e dignidade, com companhia apropriada, bebidas deliciosas, de fontes cristalinas, para o prazer social; e a companhia do sexo oposto, com beleza e charme, mas sem nenhuma grosseria, muitas vezes incidentais a tais companhias nesta vida.
Ele dirá: “Reuni os que foram injustos, e a suas mulheres e ao que adoravam,
Dr. Helmi Nasr, 2015
(E será dito aos anjos): Congregai os iníquos com suas esposas¹ e tudo quanto adoravam,
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Isto é, se suas esposas também eram iníquas. Elas são mencionadas em separado, porquanto o termo árabe para “iníquo” é do gênero masculino. Todos os associados na iniquidade serão mesclados. Haverá a responsabilidade pessoal, nem o marido, nem a esposa, poderão pôr a culpa um no outro.
E aos anjos será dito: “Reuni os iníquos com suas esposas e os que adoravam
Mansour Challita, 1970
E aos anjos será dito, “Reuni os que procederam com culpa, e os seus companheiros, e o que eles costumavam adorar.
E consulta-os:¹ “Quem é mais difícil, em criação, eles ou outros seres que criamos?” Por certo, criamolos de barro viscoso.²
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Os: os idólatras de Makkah. ² O ser humano não pode olvidar sua fragilidade e sua origem pulvérea, por isso mesmo, não há de ter arrogância e desprezo pela mensagem divina.
Pergunta-lhes se são, acaso, de mais difícil criação do que os (outros) seres que temos criado. Criamo-los do barro argiloso.
Prof. Samir El Hayek, 1974
Pergunta aos descrentes se era mais difícil criá-los — e Nós os criamos de barro — ou criar os céus, a terra e os anjos.
Mansour Challita, 1970
Pergunta então, por isso, se eles é que são mais difíceis de criar, ou todos os outros a quem Nós temos criado? A eles Nos havemos criado de barro plástico.
Por certo, Nós ornamentamos o céu mais próximo, com um ornamento: os astros,
Dr. Helmi Nasr, 2015
Em verdade, adornamos o céu aparente¹ com o esplendor das estrelas.²
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Esse está situado abaixo do céu elevado, o Empíreo — a esfera de foto (Gurrat-un-nar), o assento, supomos, dos celícolas (de anjos), mencionados no versículo 8, diante. Nas imaginações poéticas do Oriente e do Ocidente, há os sete céus dos planetas do sistema solar; acima deles está a esfera de estrelas fixas; acima desta está a esfera cristalina, equilibrando outros movimentos; mais acima, ainda, está o premum-mobile (o primeiro a se mover), a fonte dos movimentos celestiais; e acima de tudo, o Empíreo. Os atros e os planetas, por conseguinte, encontram-se nos céus inferiores. A mesma imaginação será encontrada em Dante. ² “Estrelas”, pode ser tomado aqui no sentido popular, como referindo-se às estrelas fixas, aos planetas, aos cometas, às estrelas cadentes etc. Numa noite límpida, a beleza de um céu estrelado é proverbial. Eis que as estrelas podem ilustrar dois pontos: (1) sua maravilhosa beleza, seu agrupamento e movimento (aparente ou real), manifestando e tipificando o Desígnio e a Harmonia do Único e Verdadeiro Criador; e (2) o poder e a glória, atrás delas, especificam que há uma salvaguarda contra as investidas do Mal.
Decoramos o céu mais próximo com estrelas.
Mansour Challita, 1970
Nós adornamos o mais baixo céu com um ornamento: de estrelas.
“O Senhor dos céus e da terra e do que há entre ambos, e O Senhor dos Levantes.”
Dr. Helmi Nasr, 2015
Senhor dos Céus e da terra e de tudo quanto existe entre ambos, e Senhor dos levantes!¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Essa Unidade compreende tudo quanto existe — os céus e a terra, e tudo quanto há entre ambos. Porque Ele é o Senhor dessas coisas. Ele é o Senhor dos Macháric (de todos os pontos em que o sol se levanta). Como os cientistas nos contam, há, no ano, apelas dois equinócios, dias em que o sol se levanta no leste; em cada um dos outros dias o sol nasce numa posição cambiante, quer mais a nordeste, quer mais a sudeste.
É o Senhor dos céus e da terra e de quanto existe entre eles, e é o Senhor dos Levantes.
Mansour Challita, 1970
Senhor dos céus e da terra e de tudo o que está entre eles e o Senhor do sol nascente.
“O Senhor dos céus e da terra e do que há entre ambos, e O Senhor dos Levantes.”
Dr. Helmi Nasr, 2015
Em verdade, vosso Deus é Único,¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ A Mensagem divina é sumariada no evangelho da Unidade Divina, no qual a maior ênfase é dada: “Em verdade, vosso Deus é Único”. Esse é um fato que está intimamente ligado à nossa própria vida e ao nosso próprio destino. “Vosso Senhor é aquele Que vela por vós; sois caros a Ele. E Ele é o Único; é tão-somente Ele que deveis procurar, pois Ele é a fonte de todo o bem, de todo o amor e de todo o poder. Vós não sois companheiros de tantos que lutam contra as forças ou contra chances cegas. Há uma completa harmonia e unidade no céu, e vós vos deveis colocar em uníssono com ela, isso por meio da disciplina nas fileiras, por meio da unidade de plano e propósito, repelindo o mal, encetando uma ação que promova o Reino de Deus. “Eis aqui o mistério da múltipla variedade da criação, que converge para a Unidade absoluta do Criador.
¹ Os três atos, nos versículos 1-3, são consecutivos, como é mostrado pela partícula fa. Nós os compreendemos como querendo dizer que os anjos e os bondosos estão prontos a se alinhar nas fileiras, para o serviço de Deus, e atuam em perfeita disciplina, e de acordo com todos os tempos; que eles interceptam e frustam o mal onde quer que o encontrem, e, ao fazê-lo, são revigorados pela sua disciplina e pelo fato de se alinharem em fileiras, e que tal serviço faz propaganda do Reino de Deus e proclama a Sua Mensagem e a Sua glória para toda a criação.
¹ As-Saffat: plural do adjetivo as-saffah, derivado do verbo saffa, pôr-se em harmonia, ou dispor-se em linha; as-saffat seriam os dispostos, harmonicamente, em fileiras, para orar ou glorificar a Deus. Aqui, é epíteto de criaturas ou de anjos ou de crentes, que Deus dignifica nos juramentos. Assim, denomina-se a sura, pela menção desta palavra em seus versículos, 1 e 165. E, como as demais suras de Makkah, esta visa à consolidação da Fé, alijando-a das influências pagãs, pois atenta para a Revelação divina, para a unicidade de Deus, para a Ressurreição e a recompensa final. Ela, também, refuta a idolatria árabe pré-islâmica, que pretende uma vinculação entre Deus e os jinns, a falsa idéia de que os anjos são fruto da união entre Deus e estes seres e, também, o mito de que os anjos são do sexo feminino e, portanto, filhas de Deus. A sura começa com o juramento divino, em nome das criaturas que, harmonicamente alinhadas, repelem o Mal e recitam a Mensagem, juramento este que prega a unicidade de Deus, O Senhor de todo o Universo. Aliás, tudo o comprova, tanto na beleza quanto na ordem cósmica, e nos céus resguardados dos seres rebeldes. A Ressurreição é outro aspecto relevante, tratado aqui, e seus negadores, reunidos nesse Dia, se acusarão, antes do irreversível castigo. Quanto aos bem aventurados, esses terão inefáveis galardões. Há, ainda, menção dos mensageiros, anteriores a Muhammad, que, tanto como este, foram desmentidos, e esta menção serve para confortar o Profeta, no que diz respeito à renitência de seu povo em aceitar a Verdade. Finalmente, após a refutação de todas as idéias falsas dos idólatras, a sura termina com louvores e glória a Deus. Esta é a única sura em que se menciona a história do Patriaca Abraão, que sonhou que degolava seu filho Ismael. Como o sonho dos Profetas era considerado ordem divina, ao tentar executá-lo, Deus enviou-lhe um anjo com um carneiro, para que o degolasse em lugar de seu filho.