¹ Ach-Chu’arã é plural de chã’ir, poeta. Assim se denomina a sura, pela menção dessa pala-c c vra no versículo 224. Seu tema principal é o mesmo de todas as reveladas em Makkah; a unicidade de Deus, a Revelação e a Mensagem, a Ressurreição e a Recompensa. A particularidade desta sura é conter várias histórias de mensageiros, histórias estas que ocupam 180 dos versículos, reveladas, certamente, para tranquilizar o Profeta Muhammad, a quem o povo desmentia, reiterando-lhe que outros povos, antes dele, igualmente, desmentiram seus mensageiros. Primeiro, há o confronto de Moisés e Aarão com Faraó, e o desdém deste pela Mensagem. Em seguida, a história de Abraão, Noé, Hud, Sãlih, Lot e Chuaib. Percebe-se, nas histórias destes profetas, que a base da pregação é a mesma, e o modo de desmentir dos descrentes, idêntico. Finalmente, a sura mostra o sublime valor do Alcorão e torna bem evidente que o Profeta Muhammad não pode ser poeta, nem, tampouco, o Alcorão poesia. ² Cf. II 1 n3.
Tah, Sin, Mim.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Esta é uma combinação de três letras abreviadas. Essa abreviação particular aparece aqui, e no começo da 28ª Surata, ao passo que a surata intermediária tem-na já na forma sincopada, Tah Sin. O nosso posicionamento é o de que, desde que tenhamos material, devemos prosseguir na nossa pesquisa, mas não devemos ser dogmáticos em tais assuntos, uma vez que alguns mistérios não podem ser esclarecidos por meio de mera pesquisa.
Dize, Muhammad: “Meu Senhor não se importaria convosco, não fora vossa súplica. E, com efeito, desmentistes o Mensageiro; então, ser-vos-á imposto o castigo.”
Dr. Helmi Nasr, 2015
Dize (àqueles que rejeitam): Meu Senhor não Se importará convosco, se não O invocardes. Mas desmentistes (a verdade), e por isso haverá um (castigo) inevitável.
Prof. Samir El Hayek, 1974
Dize aos descrentes: “Deus pouco se preocupa se O invocais ou não. Já que desmentistes Suas revelações, não escapareis a Seu castigo.”
Mansour Challita, 1970
Dize aos descrentes porém suas orações, Meu Senhor não dará importância em relação a ele convosco. Agora que vos haveis negado a calamidade virá á vos.
Esses serão recompensados com a câmara etérea, porque pacientaram; e, nele, ser-lhe-ão conferidas saudações e paz.
Dr. Helmi Nasr, 2015
Tais serão recompensados, por sua perseverança, com o empíreo, onde serão recebidos com saudação e paz,
Prof. Samir El Hayek, 1974
Esses serão recompensados por sua perseverança com a morada mais alta do céu, onde serão recebidos com saudações e palavras de paz,
Mansour Challita, 1970
Tais cotno esses é que serão recompensados com o mais elevada estação tio Paraíso porque eles foram constantes, e lá dentro serão recebidos com saudação e paz.
E os que dizem: “Senhor nosso! Dadiva-nos, da parte de nossas mulheres e de nossa descendência, com alegre frescor nos olhos e faze-nos guia para os piedosos.”
Dr. Helmi Nasr, 2015
E aqueles que disserem: Ó Senhor nosso, faze com que as nossas esposas e a nossa prole sejam o nosso consolo, e designa-nos imames dos devotos,
Prof. Samir El Hayek, 1974
E dizem: “Senhor, faze de nossas esposas e de nossos descendentes um motivo de alegria para nós, e faze de nós modelos para os piedosos.”
Mansour Challita, 1970
E os que dizem, “Nosso Senhor, concede-nos de nossas esposas e filhos o conforto dos nossos olhos, e faze de nós muito diantes dos que temem (Allah)”.
Exceto quem se volta arrependido e crê e faz o bem; então, a esses , Allah trocar-lhes-á as más obras em boas obras. E Allah é Perdoador, Misericordiador.
Dr. Helmi Nasr, 2015
Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; a estes, Deus computará as más ações como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
Prof. Samir El Hayek, 1974
A menos que se arrependa e creia e pratique o bem. Então, Deus mudar-lhe-á os malefícios em benefícios. Deus é perdoador e misericordioso.
Mansour Challita, 1970
Exceto os que se arrependam, e creiam e pratiquem boas ações, pois quanto a esses tais Allah mudará as suas más ações em boas ações: porque Allah é Indulgente, Misericordioso;
E os que não invocam, junto de Allah, outro deus, e não matam a alma que Allah proibiu matar, exceto se com justa razão, e não adulteram; e quem faz isso encontrará punição;
Dr. Helmi Nasr, 2015
(Igualmente o são) aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade, nem matam nenhum ser que Deus proibiu matar, senão legitimamente, nem fornicam;¹ (pois sabem que) quem assim proceder, receberão a sua punição:
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Aqui, três coisas são expressamente condenadas: (1) a adoração dos ídolos, o que constitui um crime contra Deus; (2) tirar a vida de alguém, o que constitui um crime contra os nossos semelhantes; e (3) a fornicação, o que constitui um crime contra o nosso respeito próprio, contra nós mesmos. Todos os crimes são contra Deus, contra as Suas criaturas e contra nós mesmos; mas alguns podem ser visualizados mais em relação a um do que a outro.
E não invocam, com Deus, deus algum e não matam quem Deus proibiu matar, exceto legitimamente, e não fornicam: pois quem o fizer irá ao encontro do mal
Mansour Challita, 1970
E os que se não dirigem a qualquer outro deus em conjunto com Allah, nem matam uma pessoa que Allah tenha proibido a não ser por uma causa justa, nem cometem adultério ou fornicação —e quem fizer isso pagará a penalidade do pecado.
E os que, quando despendem seus bens, não os esbanjam nem restringem, mas seu dispêndio está entre isso, ajustado;
Dr. Helmi Nasr, 2015
São aqueles que, quando gastam, não se excedem nem mesquinham, colocando-se no meio-termo¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Tratando-se de gasto comum, esta é uma norma sábia. Porém, mesmo na caridade, na qual nós damos o melhor de nós, não se espera que sejamos extravagantes, por exemplo que demos por espectaculosidade, ou para impressionar a terceiros, ou que a façamos impensadamente. Em verdade, não devemos ser mesquinhos, mas devemos lembrar-nos dos direitos de cada um, incluindo os nossos, e estabelecer um equilíbrio perfeitamente justo entre eles.
E quando gastam, não são nem pródigos nem parcimoniosos, pois entre os dois está a retidão.
Mansour Challita, 1970
E os que. quando despendem, não são nem extravagantes nem mesquinhos, mas é são moderada entre os dois:
Bendito Quem fez constelações, no céu, e, nele, fez um luzeiro¹ e uma lua luminosa!
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Luzeiro: o sol radioso.
Bendito seja Quem colocou constelações no firmamento e pôs, nele, uma lâmpada¹ em uma lua refletidora.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ A gloriosa Lâmpada do céu é o Sol; e depois dele está a Lua, que nos dá a Luz que lhe é emprestada. Certamente, as constelações incluem os Signos do Zodíaco, que marcam a trilha dos planetas, nos céus.
Bendito seja Aquele que colocou constelações no céu e uma lâmpada e uma lua luminosa.
Mansour Challita, 1970
Exaltado é Ele que há feito constelações nos céus e lá há colocado uma Lampada e uma Lua dando luz.
E, quando se Ihes¹ diz: “Prosternai-vos diante dO Misericordioso”, dizem: “O que é O Misericordioso? Prosternar-nos-emos diante do que nos ordenas?” E isso lhes acrescenta repulsa.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Lhes: aos idólatras de Makkah.
E quando lhes é dito: Prostrai-vos ante o Clemente!, dizem: E quem é o Clemente? Temos de nos prostrar ante quem nos mandas? E isso lhes agrava a aversão.
Prof. Samir El Hayek, 1974
E quando se lhes diz: “Prostrai-vos diante do Misericordioso”, replicam: “E o que é o Misericordioso? Por que iremos nos prostar diante de quem nos mandas? ” E cresce-lhes a aversão.
Mansour Challita, 1970
E quando se lhes diz. “Prostrai-vos. vós próprios, perante o Clemente”, desdizem, “E o que é o Clemente? Prostar-nos-emos nós perante o quer que tu nos mandes?” E isso aumenta-lhes a aversão.
Ele é Quem criou os céus e a terra e o que há entre ambos, em seis dias;¹ em seguida, estabeleceu-Se no Trono. Ele é O Misericordioso; então, pergunta, acerca dEle, a um conhecedor.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Cf. VII 54 n3.
Foi ele Quem criou, em seis dias, os céus e a terra, e tudo quanto existe entre ambos; então assumiu o Trono. O Clemente! Interroga, pois, acerca disso, algum entendido (no assunto).
Prof. Samir El Hayek, 1974
Criou os céus e a terra e tudo quanto há entre eles em seis dias. Depois, sentou-se no trono. O Clemente! Interroga sobre Ele os que sabem.
Mansour Challita, 1970
Ele, O Que criou os céus e a terra e tudo o que está entre eles em seis períodos, depois a Si Próprio Se sentou no Trono, O Clemente: Pergunta, tu então, a respeito d’Ele, a alguém que saiba.
E eles adoram, além de Allah, o que não os beneficia nem os prejudica. E o renegador da Fé é coadjutor de Satã contra seu Senhor.
Dr. Helmi Nasr, 2015
Não obstante, adoram, em vez de Deus, o que não pode beneficiá-los, nem prejudicá-los, sendo que o incrédulo é partidário (de Satanás) contra o seu Senhor.¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Eis aqui o maior de todos os contrastes: coisas materiais que são inertes, e Deus, cuja Benevolência e poder são supremos; Crença e Descrença, merecendo bons auspícios e admoestações; egocêntrico, e o dileto de Deus, que trabalha para os outros, sem visar recompensa.
E adoram, em vez de Deus, o que não lhes pode trazer nem benefício nem prejuízo. O descrente foi sempre um aliado contra Deus, o Clemente, o Misericordioso.
Mansour Challita, 1970
Contudo eles adoram além de Allah o que não pode aproveitar-lhes nem causar-lhes dano. O descrente toma lugar contra seu Senhor.
E Ele é Quem cria da água¹ um ser humano e faz dele parentes sanguíneos e parentes afins. E teu Senhor é Onipotente.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Cf. XXI 30 n2.
Ele foi Quem criou os humanos da água,¹ aproximando-os, através da linhagem² e do casamento; em verdade, o teu Senhor é Onipotente.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ A base de toda a matéria vida do mundo material, o protoplasma, é a água. (Comparar com os versículos 45 da 24ª Surata e 30 da 21ª Surata, e respectivas notas). ² A água é um fluído, uma coisa instável; contudo, dela advém a mais elevada forma de vida que nos é conhecida neste mundo: o homem. E o homem não apenas possui funções e características dos mais nobres animais, mas suas relações abstratas são ainda típicas da mais elevada natureza. Ele pode traçar linhagem e estirpe, e assim lembrar e solenizar uma longa linha de antepassados, aos quais está ligado por laços de religião, coisa que nenhum outro animal pode fazer. Ademais, há a mística união do casamento; não se trata apenas da união física dos animais, mas isso dá surgimento a relações advindas dos sexos de indivíduos que não estavam relacionados um com o outro. Estes são fatos físicos e sociais. Mas por trás deles está, novamente, a lição simbólica dos contrastes espirituais; assim como há um longo caminho a percorrer entre a água e o homem, de igual maneira há um longo caminho a percorrer entre o homem comum e aqueles que se encontra iluminado pela Luz divina. Quanto aos sexos opostos, embora diferentes quanto a função, são um, e contribuem para a felicidade um do outro, para que as pessoas de talentos diversos possam se unir no mundo espiritual, para o seu próprio e elevado bem e no serviço de Deus.
E foi Ele quem criou o homem de água e determinou que tivesse parentes pelo sangue e parentes pelo casamento. Teu Senhor é poderoso.
Mansour Challita, 1970
E é Ele Quem da água há criado o homem, e para ele há feito parentes por descendência e por casamento; e Poderoso e o teu Senhor.
E Ele é Quem desenleou os dois mares¹ este é doce, sápido, e aquele é salso, amargo. E fez, entre ambos, uma barreira e terminante proibição de sua mescla.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Os dois mares: é tradução de al bahraín, dual de al bahr que, etimologicamente, significa água abundante, seja salgada, seja doce, embora de uso mais frequente na designação, ape nas, de mar. A ocorrência do dual no versículo serve para exprimir, ao mesmo tempo, tanto a água de rios quanto a de mares. ² Trata-se de imiscibilidade da água salgada com a doce, quando de seu encontro. Isso constitui enorme graça divina para o ser humano que, do contrário, teria suas fontes e rios invadidos pela água do mar.
Ele foi Quem estabeleceu as duas massas de água;¹ uma é doce e saborosa, e a outra é salgada e amarga, e estabeleceu entre amas uma linha divisória e uma barreira intransponível.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Bahrain: dois mares, ou duas unidades de água corrente; porque bahr é aplicada tanto para o mar salgado como para os rios. No mundo, tomado como um todo, há duas espécies de água, a saber: (1) o grande Oceano salgado, e (2) as unidades de água potável, alimentadas pela chuva, sejam elas rios, lagos ou mananciais subterrâneos; a fonte pluvial dessas unidades fá-las uma, e sua drenagem, quer na superfície, quer subterrânea, se dá eventualmente para o Oceano, fazendo-as também uma. Elas são livres para se misturarem, e, num sentido, elas se misturam, pois existe um ciclo aquátil. Os rios correm constantemente para o mar, e os rios sujeitos a marés recebem água salgada, por vários quilômetros acima dos seus estuários, na maré alta. Contudo, a despeito de tudo isto, as leis da gravidade são como uma barreira ou separação posta por Deus, pela qual os dois corpos de água, como um todo, são mantidos separados e distintos.
E foi Ele quem desencadeou os dois mares: um de água doce e fresca, o outro de água salgada e amarga. E separou-os por um espaço e uma barreira intransponível.
Mansour Challita, 1970
E é Ele Quem há libertado duas águas para correr na terra, uma saborosa e doce, e a outra um tanto salgada e amarga; e entre elas Ele fez uma barreira e uma parede de partição.
E Ele é Quem envia o vento, como alvissareiro, adiante de Sua misericórdia.¹ E do céu fazemos descer água pura.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Cf. VII 57 n4.
Ele é Quem envia os ventos alvissareiros,¹ mercê da Sua misericórdia; e enviamos do céu água pura,
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Comparar com o versículo 57 da 7ª Surata. Os ventos são os arautos do júbilo, trazendo chuva, que é uma das formas da Misericórdia de Deus. O simbolismo, aqui, apresenta um novo ponto de vista. O calor (que está ligado à luz) forma correntes na atmosfera, além de sugar a umidade dos mares, e distribuí-la, por meio dos ventos, por vastas superfícies da terra.
E é Ele quem envia os ventos como anunciadores de Sua misericórdia. E fizemos descer do céu uma água pura
Mansour Challita, 1970
E é Ele que envia os ventos como alegres novas anunciando a Sua Misericórdia, e Nós fazemos cair água pura do céu.
E Ele é Quem vos faz da noite vestimenta, e do sono, descanso, e faz do dia volta à vida ativa.
Dr. Helmi Nasr, 2015
Ele foi Quem vos fez a noite por manto, o dormir por repouso, e fez o dia como ressurreição.¹
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Aqui, o simbolismo apresenta um novo ponto de vista. É ainda o contraste entre a Luz e a Sombra; porém, a sombra da Noite é como um manto, que nos cobre e isola, e nos dá repouso da atividade; e a luz do Dia é para a porfia, para o trabalho, para a atividade. Ou, ainda, a Noite é como a morte, a nossa morte temporária antes do Julgamento, o tempo durante o qual os nossos sentidos estão relacionados; e o Dia é como a renovação da vida na Ressurreição.
E foi Ele quem fez da noite um manto para vós; e do sono, um repouso; e de cada dia, uma ressurreição.
Mansour Challita, 1970
E é Ele que faz a noite uma cobertura para vós, ede sono um descanso, e faz o dia uma ressurreição.
Em seguida, recolhemo-la, suavemente, para junto de Nós.
Dr. Helmi Nasr, 2015
Logo a recolhemos¹ até Nós, paulatinamente.²
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ À medida em que o sol se eleva cada vez mais, as sombras se contraem. Nas regiões em que o sol fica literalmente no zênite, ao meio-dia não há sombra. Aonde ela vai? Ela nada mais é do que uma sombra, produzida por uma substância, e foi absorvida pela substância que a produziu. Porém, todas as substâncias materiais nada mais são do que sombras; e a única e verdadeira Realidade é Deus, a Quem todas as coisas retornam. Assim são as sombras, absorvidas pela Realidade auto-suficiente. ² As sombras estão em constante estado de fluxo; assim todas as coisas na Criação, todas as coisas que vemos ou cobiçamos nesta vida. Se Deus quisesse, poderia dar a algumas delas grandes fixidade ou comparativa estabilidade. O sol é tão-somente uma sombra da Luz de Deus; contudo, ele ilumina todo o nosso mundo. Assim, o grande Profeta da época derivava a sua luz de Deus, e nós podemos acender as nossas pequenas velas espirituais nele. Ou a Revelação é a luz do sol, e nós podemos acender a nossa vida com ela. Uma vez que a luz do sol é identificada com o sol, que é a fonte da vida, também a Revelação é identificada com o Profeta, por meio do qual ela veio.
Depois, recolhemo-la com suavidade.
Mansour Challita, 1970
Então Nós o atraímos na direção de Nós Próprio, um fácil atrair.
Não viste teu Senhor, como estende a sombra? E, se quisesse, fá-la-ia imóvel. Em seguida, Nós fazemos do sol um indicador dela;
Dr. Helmi Nasr, 2015
Não tens reparado em como o teu Senhor projeta¹ a sombra? Se Ele quisesse, fá-la-ia estável! Entretanto, fizemos do sol o seu regente.²
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Na nossa vida artificial, e nos nossos arredores, deixamos de notar os magníficos mistérios da Luz e da Sombra. Nós admiramos, (e merecidamente), as deslumbrantes cores do pôr-do-sol. Nós vemos, particularmente em latitudes mais setentrionais, o sutil jogo de Luz e Sombra no lusco-fusco que sucede ao pôr-do-sol. Se fôssemos assíduos em ver o nascer do sol, e o jogo de Luz e Sombra que o precede, veríamos fenômenos ainda mais impressionantes, uma vez que as manhãzinhas parecem-nos mais sagradas do que qualquer uma das vinte e quatro horas do dia. Há, primeiramente, a falsa madrugada, com a sua curiosa e incerta luz, e com as curiosamente longas e incertas sombras que lança. Então há estrias de negro no Leste, que precedem a verdadeira madrugada, com os seus delicados tons de cores e com luz e sombra. A luz dessa verdadeira (ou falsa) madrugada não é proporcionada pelos raios diretos do sol. Num sentido, não se trata de luz, mas de sombras ou reflexos de luz. E elas gradativamente se mesclam com o virtual nascer do sol, com as suas sombras mais substanciais e mais definidas, a quais podemos, definidamente, relacionar com o sol.
² As sombras da madrugada são compridas e mais definidas, e o seu comprimento e a sua direção parecem ser definidos pelo sol. Contudo, eles mudam insensivelmente, a cada segundo ou fração de segundo.
Não reparaste como teu Senhor estendeu a sombra? Se quisesse, fá-la-ia imóvel. Entretanto, apontamos-lhe o sol por indicador.
Mansour Challita, 1970
Não hás tu visto como o teu Senhor alonga a sombra? —E, se Lhe tivesse aprazido. Ele podia te-la feito invariável —Por isso Nós havemos feito o sol uma guia disso.
“Por certo, ele quase nos descaminhara de nossos deuses, não houvéssemos sido perseverantes com o culto deles.” E saberão, quando virem o castigo, quem está mais descaminhado;
Dr. Helmi Nasr, 2015
Ele esteve a ponto de desviar-nos dos nossos deuses, e assim aconteceria, se não tivéssemos sido constantes com eles! Porém, logo saberão, quando virem o castigo, mormente quem estiver mais desencaminhado!
Prof. Samir El Hayek, 1974
Pouco faltou para que ele nos desviasse de nossos deuses, se não lhes tivéssemos ficado fiéis.” Breve saberão, quando virem o castigo, quem se desviou!
Mansour Challita, 1970
“Na verdade ele quase que nos tinha desencaminhado para fora dos nossos deuses, se nós a eles não tivéssemos adherido com firmeza”. E eles saberão, quando virem o castigo, quem é que está mais desencaminhado.
E, com efeito, eles¹ passaram pela cidade, sobre a qual se fez chover a chuva do mal.² Então, não a viram? Mas eles não esperam Ressurreição alguma.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Eles: os idólatras de Makkah. ² Trata-se da chuva de pedras ígneas, caída sobre Sodoma e Gomorra.
(Os incrédulos) têm passado, frequentemente, pela cidade, sobre a qual foi desencadeada a chuva nefasta.¹ Não tem visto, acaso? Sim; porém, não temem a ressurreição.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Isto se refere à história da destruição de Sodoma e Gomorra, as cidades iníquas da planície que fica próxima ao Mar Morto, causada por uma chuva de enxofre. O local fica na estrada entre a Arábia e a Síria (compara com os versículos 74 e 76 da 15ª Surata, e respectivas notas).
Os descrentes passaram sem dúvida pela cidade sobre a qual caiu a chuva fatal. Não a viram? Assim mesmo não creem.
Mansour Challita, 1970
E eles—devem ler visitado a cidade sobre que foi feita cair uma má chuva. Não hão eles pois visto após morte? De modo nenhum, eles não esperam pela Ressurreição.
E menciona o povo de Ãd e Thamud e os companheiros de Al-Rass¹ e muitas gerações entre esses.
Dr. Helmi Nasr, 2015
¹ Ar-Rass; o poço, a escavação, o sepultamento. Esta palavra admite inúmeras acepções, entre as quais a de uma aldeia de nome Yamãmah, cujos habitantes desmentiram seu profeta e o enterraram vivo, num poço, até que morreu. Outra acepção se liga à trincheira, citada no capitulo LXXXV do Alcorão. Uma terceira prende-se à região que vai desde Najrãn, na Península Arábica, até o Hadramaut, no Yêmen.
E (exterminamos) os povos de Ad, de Tamud, e os habitantes de Arras ¹ e, entre eles, muitas gerações.
Prof. Samir El Hayek, 1974
¹ Os exegetas não são claros quanto a quem eram “os habitantes de Arras”. O significado raiz de ras é um velho poço ou um açude raso. Uma outra raiz liga-a ao sepultamento dos mortos. Porém, é, provavelmente, o nome de uma cidade ou região.
E os povos de Aad e Samud e Ar-Rass, e inúmeras gerações entre um e outro.
Mansour Challita, 1970
E Nos destruímos de ‘Ãd e Tamude, e do povo do Poço e de muitas gerações entre eles.
E ao povo de Noé, quando desmentiu os Mensageiros, afogamo-lo e fizemo-lo um sinal para os humanos. E preparamos para os injustos doloroso castigo.
Dr. Helmi Nasr, 2015
E afogamos o povo de Noé quando desmentiu os mensageiros, e fizemos dele um sinal para os humanos; e destinamos um doloroso castigo aos iníquos.
Prof. Samir El Hayek, 1974
E o povo de Noé! Quando trataram Nossos Mensageiros de mentirosos, afogamo-los e fizemos deles um exemplo para os homens. E preparamos para os prevaricadores um castigo doloroso.
Mansour Challita, 1970
E lembrai-vos do povo de Noé quando eles rejeitaram os Mensageiros, Nós afogámo-los, e Nós fizemos deles um Sinal para a humanidade. E Nós temos preparado um penoso castigo para todos os que fazem o mal.